Um Inquilino e Meio

[17] Frutas.

              #GarotoDasBandanas🐍

Os três pararam no lugar se encarando no momento em que ouviram a voz de Kook questionando aquilo ao Jimin. O mais velho, por sua vez, paralisou completamente, abriu a boca algumas vezes tentando pronunciar algo que fosse justificável, mas nada saía. 

Sentiu suas mãos ficarem escorregadias por conta do suor acumulado, e passou a engolir em seco quando percebeu que a atenção dos dois Jeon's estava posta sobre si, aguardando por uma resposta. Mesmo que Jong-su não soubesse ao certo do que se tratava.

Não entendeu também o porquê Jungkook só notou depois de tantos minutos que ele tinha deixado escapar sobre o dia em que ouviu toda a declaração do menino. 

O garoto era lerdo, mas, dessa vez, se superou. Era muito provável que ele só tenha ligado os pontos agora, e percebido que, sem intenção, Jimin confessou estar acordado no dia em que ele resolveu abrir seu coração. 

Agora, não poderia voltar atrás com sua palavra, e teria que arranjar uma desculpa que acabasse com aquele assunto de uma só vez, ou então, Jungkook iniciaria uma sessão de perguntas sem fim, as quais Park não gostaria de responder. Ou, nem sabia como responder.

Goo mordeu os lábios, inquieto, só de pensar que Jimin ouviu tudo aquilo que disse, sobre todos os efeitos e boas sensações que o loiro lhe trazia, seu rosto esquentava.

Por um lado era bom, porque agora Jimin já sabia de algumas coisas que ele não teria coragem de dizer novamente, já por outro lado, Jungkook se sentiu meio exposto já que não era para Jimin ter conhecimento do quanto doía não ser correspondido.

E aí, ele começava a se questionar se as atitudes do loiro depois daquele dia, tinham alguma coisa a ver com sua pequena confissão. Verdade seja dita, ele queria muito que Park falasse a verdade, porque assim, teria certeza que o mais velho não estava tomando algumas atitudes por acaso.

Os abraços, os gestos gentis que faziam Kook praticamente explodir de tanta felicidade, e até mesmo a sessão de beijos que eles deram outro dia, aconteceram depois que Jungkook praticamente implorou para que Park parasse de "jogar fermento".

Jimin não queria que seus sentimentos acabassem?

Ele queria que eles crescessem, e por isso fazia questão de ser tão cavalheiro – mesmo que indiretamente?

Jungkook queria respostas.

Jong-su estava ficando constrangido pelo tempo que os dois estavam parados se entreolhando, enquanto ele ficava de vela para seu único filho, mais perdido que um cego em um tiroteio. 

Coçou a nuca, fez um barulho alto com a garganta, assoviou o ritmo de uma música que conhecia, mas nada parecia funcionar, os outros nem pareciam ouvir, e sequer se importavam de estarem parados no sol quente, e na grama alta.

— Devo ir na frente? – O homem questionou, tentando dar a privacidade necessária para os dois. Mas Jimin negou com a cabeça rapidamente, se despertando de seu transe.

— Vamos juntos! – Foi rápido em dizer. O desespero em sua voz era evidente.

Mas Jungkook não pareceu muito convencido a ir. As sobrancelhas estavam franzidas, a cabeça tombada para o lado, e uma das mãos na cintura, aguardando por uma resposta.

Na visão de Jimin, aquilo foi mais intimidador do que parecia. Geralmente, ele acharia fofo a forma como Kook estava agora, com os pés juntos, paradinho no lugar. Mas, naquelas circunstâncias, ele nem ao menos conseguiu sorrir diante daquele gesto bonitinho, estava nervoso demais, se sentiu intimidado pelo rapaz mais novo.