|03| "Os apostos se atraem."

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Capítulo Reescrito ✓
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20 de Abril de 2024
Tailândia — Bangkok / 20:24

Gulf

Eu não tenho um pai, só uma mãe. Não tenho ideia de como ele é, e muito menos sei o seu nome. Mamãe sempre me disse que eu não deveria perguntar sobre ele porque ele nos abandonou antes mesmo de eu vir ao mundo, e que ele não se importava conosco. A história da tia Heji não é diferente, é só ela e o Mew desde antes dele nascer.

Mamãe e tia Heji sempre foram melhores amigas, e sei que elas se ajudaram a passar por cima das dificuldades. Como a tia Heji é uma Suppasit, assim que ela assumiu os negócios da família, ela deu um emprego para minha mãe em sua agência.

Desde que me entendo por gente sei que elas são assim, unidas e inseparáveis, e qualquer um que as conheça, também sabe. A conexão delas é em outro nível! Mamãe e tia Heji são o tipo que muitos duvidam se a amizade é verdadeira porque minha mãe é classe média e tia Heji é trilionária!

Tudo bem, eu estou exagerando um pouco, mas ela realmente tem muito dinheiro. Tia Heji até ajuda na mensalidade da escola que eu frequento! Talvez porquê Mew estude lá e elas queiram nós dois juntos, sempre na esperança de sermos besties como elas são.

Não vai rolar.

Sem uma figura paterna, tia Heji estava ali para ser o apoio que eu não tinha, e mesmo exercendo seu papel de mãe, ela ainda cobria a falta de um pai. Tenho certeza que Mew vê minha mãe da mesma forma. Nós quatro somos uma família bagunçada, uma família pequena que é o suficiente.

Tia Heji não tem tanto contato com a família dela, assim como minha mãe também não tem. Até onde eu sei, as duas famílias não se dão bem e eram contra a minha e a existência do Mew, e por isso elas se afastaram de seus respectivos familiares e decidiram que nossa família eram nós quatro e apenas isso.

Eu vivia bastante na casa da Tia porque minha mãe trabalhava e eu não podia ficar sozinho, então ela achou uma boa ideia me mandar para ficar na mansão brincando com o Mew. A mansão era muito mais segura em todos os sentidos possíveis! Seguranças em todos os buracos e equipamentos modernos de vigilância.

Crescer lá me fez amar aquele lugar e detestar um certo alfa que adora me atazanar. Entre brincar com as outras crianças e brincar com o Mew, ele sempre era a primeira opção para minha mãe. Elas queriam tentar criar algum laço de amizade entre a gente, e mesmo que a gente não se dê bem, elas insistiram tanto que nos acostumamos com a presença um do outro.

Agora mesmo estou assistindo seu tão esperado jogo de eliminatória que ele fazia questão que um membro da família estivesse assistindo. Vendo ele daqui da arquibancada, eu dou risada sempre que ele perde a bola, não que eu esteja torcendo para o time da escola se ferrar, estou torcendo para o Mew se ferrar.

Ele em específico.

Toda vez que ele faz algo errado ou certo, ele se vira na minha direção e aponta o dedo como quem diz.

"Fica vendo"

Já estou vendo Suppasit, estou vendo você sendo o pior jogador! Sério, quem está quebrando o time é ele! A cada respiração que Mew dá, as fogosas da arquibancada gritam e balançam seus cartazes fofos para o camisa dez, vulgo Suppasit, ver.

— Que bando de desocupadas, eu hein. — Reviro os olhos pela quinquagésima vez.

— Está de mal humor Gulf? — Mild pergunta ao meu lado.

Maldito Suppasit Onde histórias criam vida. Descubra agora