Capítulo 15

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Karl

Fúria. 

Deceção. 

Indignação.

Estas, entre outras, são as palavras que passam pela minha cabeça para descrever o que sinto em relação aquele velho. Isto definitivamente não vai ficar assim, eu vou vingar-me por todos os anos de humilhação que sofri nas mãos do meu pai. 

Caminho até ao armário e comoda, separo algumas calças e blusas e guardo tudo na minha lona bege. Está na hora de sair daqui e seguir o meu próprio caminho...caminho para a liderança. 

Pego na lona e sigo para a porta, atravesso os longos corredores andando na direção dos estábulos. Faço sinal para que os meus homens se juntem a mim, os mesmos assentem e seguem-me. - Preparem os cavalos, vamos sair daqui. - disse vendo-os assentir e afastar-se alguns paços. 

Ao longo dos anos pude ver o quão fraco o governo do meu pai realmente é, isso fez com que ganhasse inúmeros inimigos, sendo que a maior parte deles são até os seus próprios súbditos. Eu acharia graça se não fosse verdadeiramente trágico.  

O velho passou a maior parte do seu reinado a tomar más decisões e isso inclui adotar e assumir orgulhosamente o bastardo. Eles podiam até segui-lo para batalha mas não significas que o aceitem pois acreditam que um herdeiro legítimo deve ser o próximo a sentar-se no trono, nesse caso eu...e essa indignação da parte deles só joga a meu favor, para conseguir aliados.

- ATENÇÃO HOMENS...VAMOS PARTIR AGORA! - grito vendo-os assentir e seguir-me sem questionar.

Em poucos minutos estamos fora das muralhas do castelo e da cidade. Não perco o meu tempo a despedir-me, muito em breve esta cidade será minha, em breve serei o novo rei.

(...)

Após algumas horas de viagem chegamos ás ruinas de um velho castelo abandonado, sem dúvida era perfeito para uma base temporária. Após fazermos um reconhecimento por dentro e nos arredores dos destroços encontramos dois poços de água potável, alguns estábulos para os cavalos e cômodos cobertos onde poderíamos descansar.

Após o jantar mandei reunir todos no centro intacto do castelo para que todos me pudessem ouvir.

- Atenção a todos! - chamo a atenção, ao que todos olham para mim. - Sei que a nossa partida foi inesperada, mas as coisas chegaram a um ponto que eu não posso permitir. - digo olhando para todos.

- Os rumores sobre a linhagem ao trono são verdade? - pergunta um dos soldados.

- Infelizmente são verdade! - confirmo, vendo expressões de indignação.

- MAS COMO É QUE ISSO PODE SER? ELE É UM BASTARDO! - exclama indignado.

- E A CRIANÇA AINDA NEM NASCEU! - exclamo outro homem.

- O meu pai governou durante muitos anos, ao início governava com braço de ferro tal como um rei deve governar o seu povo. Mas agora está velho e isso claramente está a toldar-lhe o juízo, o que significa que ele já não está apto para governar. - digo  irritado, ao lembrar-me das suas palavras.

- Então o que devemos fazer? - pergunta um dos generais.

- O meu pai não está apto para ser o rei, muito menos o seu filho bastardo. Mas eu estou apto para o cargo! - exclamo. - Vocês são fiéis á monarquia e por isso estão aqui...se me apoiarem e seguirem irei destronar o meu pai, que infelizmente já se encontra incapacitado para reinar, e passarei a governar com braço de ferro e dentro das nossas leis! - exclamo alto. - QUEM ESTÁ COMIGO? - pergunto olhando para todos.

Todos gritam em apoio, nunca me havia sentido tão orgulhoso de mim mesmo.

- General. - chamo.

- Sim majestade. - aproxima-se, fazendo reverência.

- Envia um comunicado ao meu pai, diz-lhe que têm uma semana para se render e entregar-me a coroa. Caso não o faça, iremos atacar a cidade e arrancar-lhe a coroa. - digo vendo-o acentir.

"REI KARL! REI KARL! REI KARL!"

Quem espera sempre alcança!

Finalmente terei o reconhecimento que mereço.

Ezequiel: O Meu Bravo Cavaleiro ✔Onde histórias criam vida. Descubra agora