Capítulo 23

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As duas corriam escada abaixo, por ser uma antiga passagem subterrânea os degraus estavam húmidos e o ambiente escuro, o que dificultava ainda mais descer os degraus íngremes e em caracol, bastava apenas colocar mal um pé e iriam parar lá abaixo.

Por sorte, apesar de estarem com pressa, as duas, juntamente com o bebé ao colo de Missa, conseguirem alcançar o fim da escada sem nenhum acidente.

A princesa olhou para o seu filho, que encarava tudo com o cenho franzindo, em pura confusão. Talvez isso seja bom, por ser tão pequeno não iria perceber ou lembrar-se do que está a acontecer.

Havia algumas celas, protegidas por um velho portão de ferro trancado por uma corrente e cadeado avermelhados por conta da muita ferrujem.

- O menino disse que se encontrariam aqui. Não se preocupe majestade vai ficar tudo bem. - diz, acariciando a mão da princesa.

Ouvem-se vozes masculinas em eco, vindas do caminho que haviam seguido.

- São eles Mina...eles vão apanhar-nos... - diz assustada,  abraçando mais o bebé.

- Só por cima do meu cadáver princesa, ninguém vos tocará com um dedo que seja. - diz num tom determinado e acolhedor.

Olhando em volta Mina sorri em direção a algo, soltando a tocha a alguns paços de distância, pega num velho machado caído junto do poço seco que ali havia. Apesar da lâmina suja e enferrujada, ainda teria força suficiente para er usado uma única vez.

- Vão sair daqui não tarda nada. - diz gentil aproximando-se do portão.

Sem perder mais tempo, bate a lâmina do velho machado contra a corrente com toda a sua força, que quebra com um só golpe.

As duas abrem o portão correndo para fora, sendo recebidas por uma corrente de ar fresco.

Apenas alguns paços o som de um relincho é ouvido. O jovem rei aproxima-se das duas mulheres estendendo a mão. Mina pega no bebé, beijando a sua testa delicada para que a princesa possa subir no cavalo. Após se ajeitar, estende os braços para pegar de novo o filho.

- Venha Mina. - diz.

- Não vou convosco querida. - diz sorrindo gentil.

- O quê? Como assim não vens connosco? - pergunta o príncipe surpreso, quase indignado.

- Alguém têm de ficar para trás e dar-vos tempo de sairem das imediações. - explica num tom gentil.

- Mas vais morrer... - murmura, abraçando o filho.

- Pelo menos vou morrer por fazer o que é correto. - diz num tom gentil.

As vozes antes em eco, ouvem-se novamente agora mais próximas. - Acabaram-se as despedidas! - exclama. - Vão, fujam e fiquem seguros. - diz batendo na traseira do cavalo.

O animal começa a correr na direção contrário, a princesa olha para trás com lágrimas nos olhos, acenando para a antiga aia que acena de volta.

Um grupo de homens surge na saída do velho portão. Não conseguindo ver o que iria acontecer a Mina, a princesa vira-se para a frente.

Num braço, segurando o seu filho com toda a força e com o outro segurando-se á cintura de Ezequiel.

O cavalo cada vez corria mais rápido, todo o barulho de guerra e destruição iam ficando cada vez mais longe.

Sabendo que não poderiam parar e jamais poderiam voltar, os dois amantes olham em frente, concentrando-se apenas em fugir.

!Fim¡

Ezequiel: O Meu Bravo Cavaleiro ✔Onde histórias criam vida. Descubra agora