Capítulo 11

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No final da tarde Ezequiel encerrou os treinos e voltou para o castelo.

Enquanto anda todos o comprimentam com acenos e vénias.

Um dos soldados do seu pai caminha até ele dizendo que o rei esperava por ele, o mesmo assentiu, agradeceu e seguiu caminho até ao grande salão.

Antes que pudesse abrir a porta, para ao ouvir a voz de Karl, que havia chegado apenas alguns minutos depois.

- Sabes porque quer o pai falar connosco em particular? - pergunta curioso, mas o tom frio e rude nunca desaparece.

- Não. Cheguei a alguns minutos. - responde no mesmo tom.

Sem trocar qualquer outra palavra, o mais novo entra no salão deixando o mais velho no sitio, que entra logo em seguida.

- Ah! Cá estão vocês! - diz voltando a sentar-se no trono.- Saiam todos e fechem a porta! - ordena.

Todos fazem vénia e retiram-se imediatamente. Os dois príncipes acham a atitude do pai estranha, mas nada dizem apenas o encaram em confusão.

Quando por fim se encontram sozinhos, o rei levanta-se ficando de novo em pé e sorri para os dois.

- Podemos saber o motivo desta reunião de uma vez por todas?- pergunta Karl.

Como de costume o seu tom de voz era rude e a sua expressão desinteressada.

- Eu tenho uma grande novidade para vos contar. - diz caminhando até eles.

- E que novidade seria essa? - pergunta revirando os olhos com desinteresse.

- A vossa madrasta está grávida. - diz, terminando por fim com o suspense.

Os dois são apanhados de surpresa pela novidade.

Karl sente-se chocado e preocupado. O seu pai ter o novo filho, ainda para mais da sua esposa legítima poderia afetar a sua subida ao trono quando o pai morresse.

Ezequiel, também havia sido apanhado de surpresa. Mas não por um motivo tão egoísta como o de Karl.

Grávida?

Grávida!

Ele sempre quis ser pai, mas aí havia algumas questões que se levantavam.

- Então não dizem nada? - pergunta o rei encarando ambos os seus filhos.

- Parabéns. - diz o mais velho com uma expressão de desdém.

- Obrigado filho. - agradece, virando-se agora para o mais novo.

Ezequiel coloca a sua melhor expressão de felicidade. - Parabéns pai, estou muito feliz por ti. - diz tentando soar o mais convincente possível.

Ao que parece funcionou visto que o rei o abraça, puxando também Karl para um abraço. - Obrigado filhos. - agradece.

Ele teria de ter a certeza de quem é o bebé que ela carrega no ventre. - Sabem ao menos de quanto tempo é que ela está? - pergunta curioso.

- Um mês. - responde.

O príncipe começa a fazer cálculos. O rei havia estado com Missa, mas pelo que ela lhe havia contado não havia sido nada de jeito.

No entanto, os dois haviam estado juntos várias vezes, e se ela está quase de um mês e o filho é dele, quer dizer que eles provavelmente o haviam concebido na noite da batalha ou numa das noites próximas.

Provavelmente o filho que ela carrega é seu, e apesar de ter que esconder, jamais sentiu tamanha felicidade.

- E por favor não comentem nada disto com ninguém, pelo menos por enquanto. - pede vendo-os acentir.

- Vou retirar-me, com licença. - diz o mais velho, saindo em seguida do salão.

- Eu também me vou retirar. Acho que vou dar os parabéns á rainha. - diz apertando o punho atrás das costas.

- Claro, fica á vontade. - diz voltando para o trono. - Faz-lhe uma visita, inclusive ela hoje estava a sentir-se adoentada, foi também por isso que descobrimos a gravidez. - diz, preocupação toma conta dele.

- Mas ela agora está bem certo? - pergunta tentando soar desinteressado.

- Sim ela está ótima, já recuperou e agora está em repouso. - diz enchendo de novo o seu copo.

O mesmo sente-se alíviado. - Com licença. - diz, retirando-se em seguida.

Os seus passos apressados, quase em corrida deixam algumas pessoas em volta confusas, mas ninguém diz nada.

Depois do que, por algum motivo, pareceu uma eternidade,  finalmente chegou á porta dos aposentos de Missa.

O mesmo bate na porta firmemente, quase ancioso. Depois de alguns segundos esta é aberta por Mina que o comprimenta com uma vénia.

- Boa tarde. Será que posso falar com a rainha? - pergunta.

- Entra. - diz a voz de dentro do quarto.

O príncipe adentra o quarto, encontrando-a em pé junto da janela.

- Mina podes deixar-nos a sós, por favor. - pede vendo-a acentir.

- Com licença. - diz fechando a porta atrás de si.

Os dois encaram-se por alguns segundos em total silêncio.

- Já soube da novidade majestade. - diz quebrando o silêncio.

A princesa entendeu o que lhe passava pela cabeça. - O filho que eu carrego no meu ventre é teu. - diz virando-se de frente para ele. - Eu fiz as contas e só pode ser teu. - diz, encarando-o.

A sua expressão dura deixa-a nervosa, mas a sensação desaparece quando um enorme sorriso se espalha por todo o seu rosto.

- Eu sei, eu também fiz as contas. - o príncipe corre na sua direção abraçando-a forte e carinhosamente.

- Eu amo-te, e este é o dia mais feliz da minha vida. - diz puxando o seu rosto delicado para o seu e beijando-a.

Ezequiel: O Meu Bravo Cavaleiro ✔Onde histórias criam vida. Descubra agora