Ezequiel: O Meu Bravo Cavaleiro ✔

Capítulo 10

Após a saída do príncipe para o treino, a jovem ficou parada no mesmo sítio por mais alguns minutos, apenas para sentir a brisa fresca que batia contra o seu rosto e cabelos. 

Mas nesta manhã havia algo de errado com ela, por algum motivo ela sentia-se indisposta, tudo parecia enjoá-la, sobretudo a comida. 

- Talvez esteja adoentada? - murmura para si mesma.

Afastando-se do corrimão de madeira no topo da escada, a princesa volta para o interior do castelo, o contraste da  temperatura é imediatamente sentida.

Enquanto anda pelos corredores é comprimentada tanto por aias, quanto por soldados que se mantém imóveis nos seus postos.

Ao passar pelo grande salão, algumas mulheres tratam das limpezas como de costume. Mas o cheiro forte dos sabões que usavam para lavar o  chão atingiram-na em cheio, de novo as tonturas e mal estar voltaram, desta vez mais forte.

Asuas pernas e corpo pareciam ficar pesados e moles, quando sentiam que iria cair um par de braços grossos mas ternos seguraram-na no sítio, imepedindo-a de cair.

- Ai menina, mas o que é que têm? - perguntas Mina num tom aflito.

As tonturas parecem acalmar um pouco, e quando a sua voz finalmente parece voltar a mesma responde num tom baixo e interrompido. - Eu não sei...eu não me estou a sentir nada bem. - diz tentado controlar a sua voz.

- Está muito pálida. - diz tocando a sua testa. - E parece estar com febre. Venha, é melhor deitar-se um pouco. - diz abraçando mais o corpo da princesa contra o seu.
Após alguns passos, volta a parar derrepente sentindo um forte mau estar subir pela sua garganta.

Soltando-se de Mina, a mesma inclina-se para o chão, vomitando tudo o que havia comido naquele dia. Quando acaba sente vários olhos em si, o mal estar agora parecia intensificar e ir para a barriga.

- O que é se está a passar? - pergunta o rei andando pelo corredor até elas.

Todos lhe fazem uma reverência. - Senhor, a rainha parece estar doente. - explica vendo-o encar o chão e em seguida a ela.

- Realmente não pareces muito bem. - diz desviando o olhar para um dos soldados. - Chama o meu médico, diz-lhe que é uma emergência e que vá ter ao quarto da rainha. - diz olhando para ela novamente.

O homem retira-se em passo apressado na outra direcção. - Não é preciso chamar o médico. - diz passando a mão pelo canto da boca.

- Não discutas, temos de saber o que tens. - diz pegando o seu rosto com gentileza e encando-a por alguns segundos. - Vêm, tens que descansar. - diz esticando-lhe a mão.

Antes que pudesse segurar a mão do rei, novamente as tonturas voltam, mas mais fortes, levando-a a perder os sentidos e desmaiar.

{...}

Algumas horas depois a princesa volta a recuperar a consciência. Tentando abrir os olhos, volta a fechá-los por conta da luz forte que emana pela janela dos seus aposentos.

Antes de voltar abri-los concentra-se apenas nas vozes do fundo.

- Ela está a acordar. - diz Mina aproximando-se da cama, pegando um pano de ceda branco molhado e passando no seu rosto.

- Com se sente menina? - pergunta acariciando os seus cabelos.

- Tonta. - diz tentando ajeitar-se na cama.

Após encontrar uma posição confortável com a ajuda de Mina, encara os dois homens que se encontram em frente da sua cama, sendo eles o seu marido e o médico.

Os dois encaram-na, mas as suas expressões estão estranhas. Ao encar Mina a sua expressão é idêntica, quase como um sorriso.

- Doutro, o que eu tenho...é muito grave? - pergunta nervosa.

O mesmo aproxima-se pelo lado esquerdo, ficando mais perto dela. - Muitos parabéns, sua majestade está grávida. - diz sorrindo gentil.

A novidade deixa-a surpresa, mas em segundos a sua expressão muda para uma de alegria. - Grávida! Eu estou grávida. - murmura alegre.

- Sim e pelos meus cálculos, está no final do primeiro mês. - diz voltando para junto da mesinha de centro.

- Iremos anunciar aos meus filhos esta noite. Mina por favor não revele nada disto a ninguém, pelo menos por enquanto. - diz vendo-a acentir. - Teremos um herdeiro. - diz aproximando-se dela, beijando a sua testa gentilmente.

Missa sorri alegre e o mais convincente possível para o marido. Apesar de ter passado uma noite com o marido nesse tempo, ela tinha quase certeza que Ezequiel é o pai do seu filho.

"Como será que ele vai reagir?" - pergunta para si mesma.

- Bom, antes de ir quero recomendar que tenho uma boa alimentação, não fazer qualquer esforço e muito repouso. - diz encarando os presentes na sala. - Assim o bebé nascerá mais saudável. - explica.

- Vou deixar-te repousar, conversamos mais logo. - diz vendo-a acentir. - Obrigado doutor, até á próxima. - agradece levando-o á porta e saindo juntamente com ele.

Mina anda até á sua senhora, sentando-se na cama puxa-a para um abraço caloroso. Apesar de saber do caso da princesa com Ezequiel e que o filho provavelmente é dele e não do rei, a mesma não comenta nada. Limita-se a fazer carinho nos braços, mãos e cabelos de Missa.