Entre Perigos e Amores - Tomioka & Shinobu

Futuro predestinado

Pov: Shinobu

É de manhã e já me sinto bem melhor que ontem. Só uma dor ou outra. Nada demais. Então não perco tempo eu vou tentar achar alguma informação com as crianças que foram hospedadas na Mansão dos Hashiras.
Chegando lá, a maioria dorme, porém 3 estão acordadas. Uma dela é uma menininha que parece ter 5 anos e está com um olhar sonolento.
Chego perto dela que está sentada na cama, mas ela logo presta atenção em mim e parece ficar com medo.
- Oi! Não prazer eu sou quem te salvou ontem. - Tento simpatizar. Respeito o espaço da menina, e agacho para ficarmos do mesmo tamanho, não que faça muita diferença agachar por causa do meu tamanha, mas enfim, e assim consigo reparar mais nela.
A menina tem uma pele morena com olhos escuros, seus cabelos são longos e cacheados. Ela é muito bonita!
Porém, a menina continua quieta e com medo.
- Não precisa ficar com medo de mim, eu posso te ajudar a encontrar a sua família quando você melhorar. - Digo com um sorrisinho. Família. Uma palavra que me afeta até hoje.
Foi eu dizer isso que a garota olhou para baixo e começou a mexer as mão, como para se distrair.
Permaneço quieta até pensar em algo para dizer. Então a menina olha de súbito para a cama do lado e um menino parecido com ela acorda. Esse era o menino o qual Tomioka levou junto conosco. Logo ao reparar que eu estou o olhando, ele fica de pé e corre para o lado da menina.
- O que está fazendo com minha irmã?! Deixe-a quieta!  - ele entra na frente de mim e a garota.
- Ora ora, garotinho, que rude você... - digo segurando para não dar na cara da criança - Vou precisar que digam sobre vocês para quando forem embora daqui, onde moram e essas coisas.
- Conseguimos ir embora sozinhos, não é, Gi?
- Ãnn... Aham... - diz a garota com a voz baixa.
Respiro fundo. Como faz para não brigar com uma criança dessas?
- Bem, temos que devolver vocês à sua família com segurança, vocês querendo ou não.
- nós não temos família!
Foi nisso que fez eu sobressaltar. Mas continuo tentando simpatizar de alguma forma.
- Eu também não tenho, sabe? Mas nem por isso não deixo ninguém me ajudar.
O menino fica um pouco menos bravo mas ainda assim não desiste. Nesse momento Tomika entra na enfermaria.
Gi, a irmã do menino doido, parece ficar aliviada e sem medo ao olhar para Giyuu.
-Oii!! - Ela diz animada para ele. Seu irmão a olha com raiva. E retribui o mesmo olhar para Tomioka.
Giyuu chega perto de nós e eu fico surpresa pela reação da menina e pela presença dele na enfermaria.
- Oi. - ele diz olhando para Gi. A qual pula da cama com um pouco de dificuldade e abraça a perna dele.
Tomioka não sabe como reagir e apenas olha para a menina sem entender muito.
Olha isso era o que menos esperava. E para não perder a chance de provocar...
- Ara ara Tomioka... retribui o abraço da pobre menina! - Digo dando um sorrisinho o olhando nos olhos.
Ele me olha julgando e apenas da uns toquinhos nas costas da menininha.
- Já cheg-
- Retribui melhor! - digo me divertido com a situação.
Giyuu fica com raiva e simplesmente fica me encarando, querendo me matar. Retribuo com uma risadinha.
- EI! Gi, sai daí! O que vc tá fazendo?!? - O irmão de Gi chega perto de Tomioka - Ele não é legal. Ninguém aqui quer nos ajudar de verdade. - ele diz olhando bem para a cara do Tomioka. O qual olha com um ar de superioridade para o menino.
- Se você não quer ajudar, então vá embora. - Diz olhando para o fundo da alma da criança.
Para não piorar as coisas, mudo de assunto.
- Por quê está aqui, Tomioka?
Sem desviar o olhar penetrante da criança, giyuu diz:
- O Mestre nos convocou. Temos que ir agora.
Gi se solta do abraço e o olha.
- Quem é o Mestre?! Você vai voltar aqui mais vezes? Diz que sim por favorrrr, você é muito maneiro. - A menina se empolgada deixando Tomioka sem saber o que dizer.
- Ah ele vai voltar sim! - digo e já vou andando para a porta, e Giyuu vai logo atrás.
Saímos da enfermaria e fomos até onde onde o Mestre se encontrava.
- Aquela menina adora você, hein?
Tomika apenas ignora.
- uhh não me deixa falando sozinha...
(...)

Chegamos na sala do Mestre e ele nos acolhe bem e vai bem direto ao ponto:
- Olha, tenho recebido várias mensagens de que muitos caçadores de Oni estão morrendo... isso pela falta de manutenção e ensinamento necessário de uma grande maioria de ensinadores. Vim pedir a vocês dois, principalmente você Giyuu Tomioka, para achar alguma criança ou adolescente com interesse em ser caçador de Oni, é com seus treinamentos ensinar o melhor para ela.
Shinobu, sei que treina Kanao, então peço a você que dê mais uma orientação geral em alguns caçadores de Oni recém formados ou em formação... Claro, no momento de vocês, não precisam fazer isso por ora.
  Wow, por essa eu não esperava. Caçadores morrendo? E agora iremos ter que treinar mais algumas... complicado, mas eu consigo.
- Só uma dúvida. - Tomioka diz sendo breve - isso incluiu aquelas crianças da enfermaria?
- Ah, sim... Depende muito da faixa etária, quanto mais novo, mais anos de treinamento terá que ter até por uma falta de condição corporal. Mas se tiver na vontade é a dedicação da criança nisso, pode ser melhor para todos.
Giyuu demora um pouco a responder.
- Certo...
- Bom, era isso mesmo... obrigada por vocês.
- Obrigada eu, Mestre. - Tento ser formal, mas no fundo treinar mais de uma pessoa será desafiador.
E assim eu e Tomioka saímos de lá.
Apenas sigo Tomioka para onde quer que ele esteja indo.
- é, isso não era o que eu pensava... treinar não é uma tarefa fácil. Principalmente para você.
Ele me olha com o olhar de deboche
- Vou tentar não matar a criança...
- Ara ara, você tem senso de humor? E uma criança? Não é melhor um adolescente?
Ele pensa bem antes de falar.
- Talvez leve um tempo para acabar um adolescente com as razões certas... não são todos iguais Tanjiro que estão dispostos a qualquer custo a lutar até o fim. E uma criança tem sempre motivações assim.
Não tenho a menor ideia de onde estamos indo, mas continuo o seguindo.
- Se for assim, creio que aquele irmão  da Gi serve...
Tomioka me olha um pouco surpreso, um pouco de sentimento tem nesse olhar.
- Nem pensar.
Dou um riso.
- Não seja orgulhoso, crianças são insuportáveis mesmo, mas uma hora que você pega afeição por elas e elas por você, melhora.
Tomioka parece ignorar o que digo mas quando me dou conta de que estamos na frente de um lago, o mesmo que ele ia em dias anteriores, fico interessada e curiosa.
Ele para de andar e eu também.
- Por quê aqui?
- Olhe de perto.
Não entendo o que quer dizer, mas apenas olho meu reflexo na água.
Sangue? Morte? Eu estou morrendo?