Eu, Ela e a Noite Estrelada

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Oiee, quanto tempo gnt! Eu estava em semana de prova e tive que estudar demais. Então agora retornei e esse capítulo tá gigante KAKAKAKA, e eu juro que eu tentei ao máximo que ele ficasse bom.
!!!Outra coisa!!!: esse capítulo vai abordar um assunto um pouco pesado: a depressão do Tomioka. Então se você não gosta de alguns assuntos assim, recomendo que pule os pensamentos que vão ocorrer no Tomioka no início do capítulo . E se você tem depressão ou está passando por um momento difícil, pode me chamar para desabafar e conversar, pq eu sei que na maioria das vezes que estamos mal não tem ninguém do ao nosso lado, então se algum dia precisar de algum conselho e tals, eu estou aqui a disposição.❤🌺

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Pov: Tomioka

Acordo cedo já com uma pontada de ansiedade do que o dia traria.
Meu quarto está pouco iluminado, não dormi quase nada porque fiquei caçando onis na noite anterior quando me despedi de Shinobu e Rayan.
Levanto da cama numa leseira e procuro algum espelho perdido por aí para ver a situaçãodo meu rosto e para arrumar meu cabelo.
Minha casa não é nada arrumada. Muito pelo contrário, é uma completa bagunça, e até eu achar o bendito espelho vai demorar um século.
Então deixo meu cabelo solto por enquanto e vou me arrumar.
Coloco meu Haori "misto", que tem uma significância para mim. Metade do Haori era de duas pessoas queridas minhas: da minha irmã e do meu melhor amigo, Sabito.
Isso é como carregar eles comigo, mas servem também para me deixar sempre alerta, na defensiva, e me lembrarem da razão pela qual estou nessas circunstâncias.
Culpa é o que eu sinto a metade do meu tempo. E um peso morto na outra metade.
Me sinto morto desde o dia da morte dos meus pais, e só piora daí para frente. É como se fosse uma maldição, onde todos que amo morrem, e ninguém permanece.
Sinto como se não merecesse tudo que tenho e tive: Todas as pessoas que tinha e meu título de hashira. Sempre fui mantido protegido pelos outros e eu ser Hashira é a coisa mais injustiçada que pude receber.
Porém aqui estou eu: vivo. Sobrevivendo. Às vezes me pergunto porque ainda estou vivo se nada mais me importa. Mas aí lembro que pessoas, igual eu antigamente, estão a cada segundo perdendo as suas melhores pessoas por criaturas irracionais, e que se eu posso fazer alguma coisa para romper isso, impedir isso, eu irei fazer. Pois não é por que não foram justo comigo que devo fazer o mesmo com os outros que não tem nenhuma ligação com o que passei.
Fiz uma lista num papelzinho para me manter na linha nessas situações:

1 - não desconte sua raiva nos outros.
2- seja justo e fiel. Isso faz o seu caráter.
3- sobreviva mais um dia.

Eu leio e releio as três regras diárias. Cada vez que eu leio eu penso algo totalmente diferente, principalmente em infringir elas.
Dobro o papel e o deixo num bolso interno do Haori como lembrete.
Pego minha Katana e outra que consegui pelo mestre para iniciar o treino de Rayan, assim, sigo em direção à mansão dos Hashiras, onde fica a casa de Shinobu, para começar a treinar Rayan.
Sigo a maior parte do caminho sem pensar em nada, até que veio em minha mente o treino do Garoto. Já tenho ideia do que fazer, mas pelo o que o mestre disse, Shinobu vai me ajudar auxiliando de alguma forma.
Shinobu.
Meus pensamentos vão nela. A gente se aproximou bastante do que era. Antes, apenas algumas missões juntos, e agora provavelmente a maioria dos dias iremos nos falar. Isso é estranho, nunca me socializei com mais ninguém depois de Sabito. Não havia razão também de perturbar a vida alguém e depois ela morrer em seguida. No caso Shinobu faz o contrário, vive me perturbando e aparentemente vai morrer...
Isso me faz pensar em mil jeitos de evitar algum desastre, porque, se aquele lago estiver correto, que ela vá morrer de um jeito horrível e doloroso, tem que haver alguma forma de impedir, não tem?!
Tem que ter.
Estou andando no automático até que alguns barulhos me chamam atenção: no jardim da Mansão Borboleta, Gi e Shinobu estão brincando juntas de quem fica girando por mais tempo e não cai de tontura.
É a coisa mais tosca e sem sentido que eu já vi. Mas é engraçado. Duas baratas tontas quase se matando de rir e quase caindo no chão.
Fico observando por um tempo até as garotas caírem no chão mas continuarem a rir.
Eu não percebi, mas estava sorrindo. Logo me dei conta disso quando Shinobu me vê, e volto minha cara de sempre. O seu sorriso se desmancha num segundo também e ela tenta se levantar mas ainda cambaleia, depois de um tempo ela volta a andar normalmente e vem até mim.
Dá para perceber que ela está corada e envergonhada, e dessa vez eu não me contenho e dou uma risadinha. É como se os problemas tivessem acabado por alguns segundos.
Shinobu odeia quando vêm sua parte fraca, vulnerável, então ela tenta devolver na mesma moeda.
- Mudou o estilo, foi? - ela diz levantando uma sobrancelha e cruzando os braços. Parecia uma criança.
Não entendo a princípio do que ela falava até que vejo que esqueci de prender meu cabelo antes de sair. Droga.
- Tiiiiiiiiiioooo! - Grita Gi saindo correndo meio tonta do jardim até mim  e abraça minha perna, que é onde sua altura bate.
Não sei como reagir a isso, não sei lidar com pessoas direito, ainda mais criança.
- Oi Gi... Como você está? - não sabia o que perguntar.
- Feliz!
- Que bom. - eu dou um carinho na cabeça dela e ela sai do abraço e volta a brincar sozinha.
Olho para Shinobu que agora sua expressão é mais suave.
Vou direto ao assunto:
- Cadê o Rayan?
- Já está vindo, vem. - ela disse entrando numa parte de trás da mansão onde iremos treinar o Rayan. E lá está ele.
Dou a Katana para ele e começo a ensiná-lo nos mínimos detalhes. Shinobu nos via de longe e depois saiu para ir no seu laboratório provavelmente para continuar suas composições de venenos para onis.   Mais tarde, enquanto eu descansava um pouco, ela aprimorava alguns conceitos com Rayan. E assim se passou a tarde inteira.
- Por hoje é isso. - Digo olhando para o Garoto que estava ofegante, suado e sujo de tanto treinar.
- Ai Graças a Deus! - ele soltou a katana no chão e se sentou na hora.
- Hey! Respeito, moleque. Não se joga uma Katana no chão que se ela quebrar, eu vou fazer vc juntar todas as pecinhas dela e colar de novo. - digo já com raiva de um ser tão desleixado que ta vontade de esganar.
Rayan a partir de um momento começou a me respeitar, o problema é aur nem sempre é assim.
O Garoto se levanta e e entrega a Katana na minha mão.
Aceno com a cabeça. Ele está mudando.
Shinobu, que observava de longe, deu um sorrisinho.
Como já acabei, pensava em ir embora e caçar onis. Fui em direção da Shinobu para agradecer o lugar.
Só que foi ela quem começou.
- Ara ara... você é um professor disciplinado, hein? - disse sarcástica. - pena que não leva jeito para fazer amigos. - Shinobu esconde um risinho irônico.
Eu apenas ignoraria, mas por algum motivo isso me afetou. Como se tirasse a casquinha do machucado ainda não cicatrizado.
Desvio o olhar conturbado para o céu para mudar o assunto.
- Está ficando escuro, vou caç-
- Ou, não muda de assunto não, estamos falando sobre sua falta de amigos! - Ela percebeu que não gostei quando disse sobre isso antes. E quer me perturbar.
  Com uma raiva acumulada eu digo:
- Eu já perdi todos eles. - olho no fundo de seus olhos com dor e raiva ao mesmo tempo. - Agora dá pra parar?!
Shinobu fica séria por um momento mas depois diz com um tom de verdade:
- Sabe, tem eu aqui. Mas se você não me considera, tudo bem. - sua voz é indiferente. Mesmo mostrando um pouco de frustração.
Respiro fundo fechando um pouco o olho e abrindo de novo.
- Você é uma das únicas pessoas que converso, se quer saber. E não sei como é amizade há um bom tempo. - sussurro passando por ela e sento em um dos degraus de entrada da Mansão, ele liga a porta com o Jardim. Não demora muito e a Garota Borboleta senta ao seu lado com um pouco de distância.
- Bem, amigos ajudam uns aos outros. Podemos começar com isto. - ela diz agora deixando toda a sua sinceridade de quem ela é rolar.
Penso muito bem se conto sobre minha história com Shinobu, mas já estávamos ali e ela queria me ajudar meu coração palpitava de ansiedade a cada segundo, e foi aí que eu disse tudo. Tudo que me contruiu para está onde estou.
E ela ouviu. Tudo.
- Entendi... olha, todos que passaram na sua vida te protegeram porque te amavam, queriam te proteger pois você era o mundo deles. Não se sinta como se fosse mais uma obrigação para eles, e sim um milagre. Você pode não achar que merece ser Hashira, mas eu tenho certeza que o Sabito estaria muito orgulhoso de você. Se fosse comigo, eu ficaria muito brava se você se desmerecesse em minha razão.
  Fico alguns minutos pensando sobre. Para absorver tudo. Já devia estar muito tarde, deveria estar caçando onis, mas este momento está sendo um dos mais importantes para mim depois de muito tempo.
- Certo... agora você. - sussurro me referindo a sua história, olho para Shinobu que encara o horizonte e conta também sobre si.
Não tenho muito controle na minha vida, mas ajudo-a com algumas coisas ao longo que passa, e foi assim que termina o diálogo.
Eu a encaro e ela faz o mesmo. Tiro um dos braços do meu haori como se  oferecesse se ela quer ficar do meu lado. Ela entende e senta ao meu lado, veste o lado do haori e de repente encosta a cabeça no meu ombro.
  Não sei como reagir e meu coração dispara de um jeito acusador. Por que eu assim?!
Sabendo que ela está ouvindo as batidas me deixa mais constrangido, e não sabendo o que fazer, apenas encosto minha cabeça com a dela na noite escura e silenciosa, um escutando a batida do coração do outro.

Ps: aí gnt eu sou mto fã do casal q eu mesma tô escrevendo KAKAKAKKAA são muito fofuxos <33
Vocês estão gostando?? Gostaram do capítulo?

Entre Perigos e Amores - Tomioka & Shinobu Onde histórias criam vida. Descubra agora