Esperança ou ilusão?

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Pov: Giyuu Tomioka

Arregalo os olhos quando percebo ser a filha do Mestre Ubuyashiki.
— Hinaki? - sussuro com uma voz que saiu em surpresa enquanto tentei dar um golpe em seu pescoço, onde desviou a tempo.
— Estava te esperando, Tomioka. — ela dá um sorrisinho de canto. — finalmente saiu daquela moita.
Rayan fica surpreso não sabendo como reagir, estou com a Katana pronta para atacar a Oni que está a alguns metros de distância, estou entre os traidores.
Encaro o Garoto que agora é considerado um desconhecido atrás de mim.
-— Não se atreva a fugir. — Digo com a voz mais sombria e baixa que consigo sibilar.
Ele apenas me olha.
Volto para a luta.
A traidora começa com o primeiro ataque.
Indo para cima de mim mirando em meu coração com algo parecido com uma katana antiga, tinha um estilo velho porém resistente e refletia um pouco de luz.
Ela continuava pequena, seus cabelos estilo Channel e brancos continuavam os mesmos. Seus olhos, que agora eram órbes vermelho-sangue, e músculos mais aparentes era o que difere de antes, assim como sua vestimenta, como um vestido branco que flutuava como mágica.
Protejo o ataque com cabo da katana e impulsiono a força exigida por ela para meu lado esquerdo, fazendo com que ela se desequilibrasse e tivesse a chance de atacar suas costas.
Porém, com movimentos muitos rápidos, consegue me acertar uma rasteira.
Ela é flexível e rápida.
Não me deixo sair por baixo, levanto num instante e volto com ataques contínuos. Alguns momentos conseguia lhe desmembrar um braço ou uma perna. Mas sua regeneração era ágil e conseguia se adaptar com os meus ataques.
Então, percebo uma certa movimentação nas moitas e vejo o flash de um ataque rápido que Kanao acerta o ante-braço da Oni.
Aproveitando da situação, ambos atacamos sem deixar fresta para ela escapar.
Preparando a 11° forma para decapitá-la, sinto um baque me arremessando em uma árvore.
Minha visão escurece.
Mas que...
Minha cabeça dói.
De repente, outra pancada me acerta.
Dessa vez arregalo o olho desesperado.
Estou caído no chão contra uma árvore. Ao redor tem uma neblina crescente.
Olho para todos os lados e encontro aquela Dragoa do Lago Esquisito ao lado de Hinaki já regenerada dos ataques.
Esse Ser que está me dando porrada.
Porcaria!
É ela que a controla desde o começo?
— Eu tenho certeza que deve estar se perguntando do por quê. - o sorrisinho malandro que tinha em seu rosto desaparece e sua feição se torna séria.
— Minha família me amou do jeito que podia. Mas não poder ser treinada por nascer frágil, e para ajudar meu pai que já sabia quando morreria. Eu tinha informações necessárias para Muzan me fazer forte e dona de mim. - ela dizia aproximando um passo e desviando o olhar para aos arredores sem preocupações. A Dragoa d'água de remexeu, pronta para a Mestra lhe der um comando.
Me sento em posição de defensiva, e pela visão periférica tento achar minha Katana que não estava mais em minhas mãos.
Cedo ou tarde essa conversa fiada vai acabar e essa Dragoa irá me atacar. Mudo minha posição desvantajosa devagar para ver se percebo minha espada em algum canto.
Apareça. Apareça. Apareça.
Começo a ficar tenso.
— Acho que eu te devo algumas pequenas explicações, até porque você foi um ótimo Hashira em não contar para ninguém sobre meu Lago. - Agora seus olhos cravam em mim.
— Ou quase ninguém. Você e a Hashira do Inseto vinham aqui frequentemente para se verem mortos no reflexo da água. Era tão engraçado vê-los pálidos! — ela solta um risinho que ecoa.
Desgraçada.
Mesmo escutando-a tento procurar o brilho da minha katana sob o luar.
— Mas, sabe, aquele reflexo não é uma total mentira. Mostra o que o seu subconsciente remete quando enfrentar o mais temido momento. — de jeito indireto, a tão esperada Batalha com o Muzan.
A Menina mexe o braço e começa a ler um pedaço de um livro. Nem tinha me tocado que estava com um livro em suas mãos até agora, que pela minha distância de uma pouco mais de 6 metros, está bem desgastado.
— Ser da Família Ubuyashiki era para proteger que esses livros não caíssem em mãos erradas. Mas foi graças a isso aqui que conseguir fazer a maioria das coisas.
Não iria morder a isca. Não mesmo. Se eu responder qualquer que fosse a palavra, mais rápido morreria.
Vamos, Kanao. Me ajude de algum jeito.
— Sei que não é bobo, e que deve estar me achando idiota por te contar tudo isso.
  Sim. É exatamente isso.
— Mas eu quero te humilhar mais um pouco... – isso me fez borbulhar por dentro.
— Se você acha que pode me vencer, lembre das Pragas. Lembre, há um bom tempo atrás, quem seria que atirou uma adaga na orelha de Shinobu? – um sorriso macabro se formou em seu rosto.
— Você só pode ter algum fanatismo por mim e Shinobu, para nos seguir igual uma sombra. – minha boca foi mais rápido de que minha mente e o arrependimento bateu por não conseguir me controlar. O que 'tá acontecendo comigo?
O sorriso dela aumenta.
— Ahh, você fala! Teria que focar em algum caos para que Muzan se interessasse, e uma vez instaurada, teria que continuar, não é mesmo.
Ótimo, mais tempo.
— Tenho certeza que seu poder já decaiu. Senão iria entrar na minha mente, igual fez com Rayan. Foi um blefe, sua força está menor. - Não me esqueci disso.
Então quando eu menos esperava, ouço o tilintar do metal de minha Katana arrastando ao chão.
Boa, Kanao.
Sem perder tempo, pego-a e a Menina Borboleta mais nova vem pelos ares tentar acertar a Oni.
Vou em sua direção, porém o Monstro d'água vem para cima de mim.
Tentando bloquear ataques com dificuldade por conta de lutar contra um ser líquido.
Mas mesmo assim, ataques consecutivos fez a Dragoa recuar e com mais ataques ainda, com toda a raiva que desfrutou dentro de mim por ter aquele poder horroroso, por me fazer acreditar que Shinobu Kocho morreria, que eu era o azar, que me fizeram acreditar que, quando minha espada sangrou ao momento do reflexo da Hashira do Inseto, era porque eu a mataria. Não. Agora eu entendo. Sangrou porque eu matei a falsa miragem.
E então com um último ataque, consigo decapitar o Ser líquido, que use de dor, mas não desaparece instantaneamente.
A observo de longe com meu rosto habitual de sempre. E escuto um sussurar.
— Você não se esquecerá fácil de mim. – e uma risada animalesca sai da dragoa.
Sinto repulsa e cuspo em seu rosto.
— Apodreça no inferno. – e vou ao encontro de Kanao que está lutando de forma incansável com Hinaki.
Já foram tantos sentimentos em um campo de batalha que não sabia que me sentiria assim.
Emoção e liberdade. Ódio e repulsa.
E ao que parece, promete mais. Chegando aonde a mais nova batalhava, vejo que não estamos mais sozinho, Tanjirou Kamado e mais cinco Espadachins estão consigo.
A luta agora facilita, e me faz pensar que Muzan cairá em uma armadilha se for buscar a Oni para ter mais uma Lua Superior.
Com Kanao e Tanjiro estando lutando sob controle, uso isso como distração para preparar minha Katana, acerto seu pescoço, porém não a ultrapassa completamente.
Droga!
Pulando para um lugar sem ameaça acima de uma árvore, a Oni se regenera rapidamente e faz símbolos no ar.
— Não, você não vai escapar. – Digo exesperado. Nao reconheço mais minha voz. Pulo também para onde ela está, bem no momento em que ela estava concentrando poder em seu corpo para fugir, seguro seu braço.
Como esperado, Hinaki fez isso para escapar de algum jeito, e é como se estivéssemos com uma super velocidade.
Tudo a minha volta se mexe e só consigo ver coisas como estrelas brilhando ao meu redor.
E então volta ao normal.
Isso me deu vontade de vomitar, mas me contenho e mesmo estando tonto, com a cabeça girando, me levanto.
Pisco uma vez e olho o espaço.
Não vejo nada ainda, apenas uma confusão de barulho e imagens.
Piscos mais bruscamente e saco minha katana. Estou de pé, me mantendo parado com ela posicionada esperando o que quer que esteja por vir.
A filha de Ubuyashiki como um Oni comum, até então, não deveria ser difícil de matar.
O que a faz diferente, complexa e perigosa é saber de técnicas mágicas que deveriam ser escondidas. Eu mesmo só havia ouvido falar da Técnica Demoníaca do Sangue, o poder o qual só os Onis conseguem usar, por causa do sangue do portador, Muzan.
Mas agora que ela disse que livros de sua família a fazem coisas absurdas, eu não desacreditei. A Família Ubuyashiki sempre teve o dever de garantir o melhor para os Caçadores por conta de suas decendências de conseguirem prever coisas, e serem úteis para eles.
Então sendo assim a junção de um poderoso Oni com as informações desses livros, faz com que seja mais poderoso ainda.
É por isso que é difícil matá-la. Por suas habilidades, nem tanto, porém com suas informações e magia.
E vai ser mais difícil ainda se for um Oni.
Começo a piscar mais forte.
Preciso saber onde estou. Onde Hinaki está. Rápido.
As coisas começam a entrar em foco agora. Estou em um lugar totalmente novo. Não reconheço nada ao redor de mim com o pouco que vejo na madrugada sem fim.
E então, está na minha frente olhando o fundo da minha alma.
— Veio comigo, e irá se arrepender por isso. – a Garota iria me golpear com sua arma antiga. Mas, sem perceber, sua Katana não está mais em suas mãos, e eu estou imobilizado ao chão.
— Ele vai me ajudar. – Sibila uma voz cortante atrás me mim, o mesmo que me prende apenas com os pés sob minhas costas em uma força grotesca. Os ar de meus pulmões saem e não tenho como respirar.
Estou debruçado de frente, com minhas mãos para trás. Viro meu pescoço para observar quem eu já sei que seria.
Muzan Kibutsuji.

Entre Perigos e Amores - Tomioka & Shinobu Onde histórias criam vida. Descubra agora