O escolhido

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Pov: Tomioka

Escutamos o barulho entre as folhas e nos encaramos. Estava escurecendo, isso não é bom.
- É agora que eu morro - sussurra Shinobu brincando com o que acabamos de ver no lago.
Não gosto do que ela disse, não se brinca com isso.
Há mais barulhos e então cada um se prepara e de repente surge uma crianças correndo sendo perseguida por um Oni. O Oni pula em cima da criança e já ia devorá-la.
Shinobu aplica rapidamente seu veneno em vários pontos do corpo do Oni, é não perdendo tempo, corro para cortar a cabeça dele.
Porém, ele percebe rápido demais e desvia, se separando do criança.
  O veneno de Shinobu faz efeito rápido e o Ser começa a se contorcer e morrer. Para garantir, cortei a cabeça dele sem esforço.
Olho para a criança.
Adivinha?
Era o menino da enfermaria.
Aff...
- Se machucou? - Shinobu vem andando até o menino e agacha perto dele, que está debruçado no chão, e procura algum ferimento.
O moleque está tão assustado que mal respira. Treme e olha nitidamente para a Menina Borboleta.
Shinobu olha para ele nos olhos e dá um sorrisinho de sempre.
- Está tudo bem agora, nada mais vai te machucar. Eu garanto. - Ela o leva para um abraço que parece acalmar o menino.
- O-obrigado...
Só observo de longe.
O medo é como uma corrente. Um girlhão nos pés. Que faz você desistir de coisas que te faria feliz. Mas por causa desse medo. Esse estúpido medo. Tudo muda.
Guardo minha Katana o que parece chamar a atenção dele. Que olha para mim com uma mistura de raiva e gratidão. Vou direto ao ponto:
- Tentou escapar justo de noite?
Ele me olha sem entender muito.
- Como assim...?
- Simples: Bichos como esse saem para caçar pessoas de noite, então se sair desprotegido, sem lugar para ficar, você morre.
Ele arregala o olho.
- Foi disso que minha mãe morreu... - vejo seus olhos lacrimejando.
Não ligo.
- Agora não é hora de histórias, vamos voltar logo.
Digo já chegando perto dele para se apressar.
- Tomioka-san, pare de ser tão rude! - Shinobu diz. É como uma provocação mas parece dizer outra coisa.
Olho bem no rosto dela.
- Forão rude comigo, e foi assim que eu aprendi.
Ela me olha profundo.
- Tenho certeza de que você não gostava. Não é por que foram rude contigo que te dá direito de ser com os outros. Não é por isso que a gente luta?
  Pisco e ignora. Só continuo a andar de volta para a Mansão dos Hashiras.
- Vamos. Temos que caçar demônios logo.
- Pense no que eu disse, Tomioka, e siga em frente. - a amargura está na voz dela. Irônico. Diz que não é para ser rude mas olha o que ela me diz toda vez que nos falamos: indiretas cortantes.
  Não gosto de admitir, mas ela tá certa. Não gostava quando eram rude comigo. Mas o que eu posso fazer?!
  No caminho lembro de novo da imagem de Shinobu no lago, ela estava praticamente morta. Isso quer dizer o que algo a mata. Será um oni? Por que toda as vezes que eu fui nesse lago minha Katana sangrou, mas, agora, não? Eu não pude salvar alguém de novo?
Por eu estar perdido nos meus pensamentos, não tinha reparado a minha volta. Pela visão periférica consigo ver Shinobu conversando baixinho com o menino mas não escuto nada. Até que ele solta uma:
- Eu não quero ter mais medo dessas coisas. Eu quero ser forte igual vocês. - Nisso eu paro a caminhada e olho para Shinobu. Escolham uma criança ou um adolescente para treinarem. Caçadores de oni estão morrendo.
A mesma me encara como se pudéssemos ler pensamentos.
Ela se volta para o menino:
- Você tem certeza disso? Não é nada fácil...
- meu pai nos abandonou e minha mãe morreu por esses bichos, eu não quero mais ter que me esconder! - ele diz com uma determinação de repente.
Bem. Eu não tenho muita escolha.

Entre Perigos e Amores - Tomioka & Shinobu Onde histórias criam vida. Descubra agora