O Começo da Guerra - Parte 3

841 43 14
                                    

Pov: Shinobu Kocho

Eu devia estar descansando, os Espadachins me levaram a um lugar seguro até o momento. Não pretendia descansar mesmo, mas para não dificultar minha vida posteriormente, deixei que me levassem e assim que baixarem a guarda quanto a mim, vou sair.
E é claro que está sendo uma dor infernal. Eu quase morri, por mais que não queria admitir em voz alta. Eu sei que estou toda ferrada fisicamente, e nem me aguento em pé direito, mas não posso deixar uma guerra assim rolar e eu estar descansando. Não. Isso eu não tolero.
Primeiro de tudo, para que eu seja útil, preciso achar Tamayo, uma demônia com autocontrole que solicitaram a alguns meses atrás para trabalhar medicamentos junto com ela. Eu rejeitei, não confio nela e nem a confiaria para fazer medicamentos, de meu conhecimento, a ela. E digo isso com um quê de egoísmo sim.
Mas agora eu não tenho mais tempo para teimosia, acho que minha única saída será essa.
Não sei como vou achá-la, mas pensarei nisso quando sair daqui.
Reparado muito bem ao meu redor, percebo que estou em uma casa, esse quarto é pequenininho e a luz da lua bate na janela iluminando todo o resto.
Tomo fôlego e me sento na cama. Está tudo dolorido. É como se meu abdômen estivesse todo rasgado. Não que não esteja, mas é horrível se mexer.
Novamente vou aos poucos locomoverem cada osso.
Me vejo em pé caminhando com passos de gato até a janela. Abro-a e um vento gelado me faz arrepiar.
Engulo em seco o nó estava na minha garganta e começo a sair pela a janela. É dolorido mas não impossível, por eu não ser alta não preciso me esforçar tanto.
Consegui. Aí sim, Shinobu.
Quando toco o pé no chão abrem a porta do meu quarto.
Droga.
Tentaria até correr mas eles perceberam o que havia feito e me alcançariam com muita facilidade devido minha situação "Quase-Morta."
-Hey! - Diz um Espadachim que não o havia visto antes.
Logo depois aparecem mais 3 outros também não conhecidos. Eles devem ter chegado agora.
Minha frustação é maior, e não vou mais fingir meu sorrisinho sínico. Volto ao meu quarto pela porta de entrada e lá eles tentam me imobilizar de novo na cama mas antes disso peço me ouçam.
Talvez eles possam me ajudar...?
- Só queria sair daqui para procurar uma pessoa que poderia ajudar no mesmo ramo de antídotos e remédios. - Olho para cada um dos Espadachins, um deles eu sinto alguma coisa estranha, mas não sei o quê. Apenas continuo:
- No meio dessa guerra se eu a achasse seria um passo a frente para algum remédio importante, ou até algo como transformar um Oni de volta a humano... podem me ajudar? Eu preciso de um corvo para isso, ou... - não sabia nem como acharia essa tal de Tamayo.
Olho para os Espadachins em busca de algum sinal positivo e aquele que eu achei estranho olhava para mim de uma maneira estranha.
- Você está ficando louca, Hashira... - ele diz com desgosto. Que desrespeito, não se pode dirigir assim a um superior, mesmo estando um tanto louca e não queira admitir. Este olha para os outros Espadachins e cochicha para eles alguma coisa que não posso ouvir. É claro que eles não me ajudariam, o que eu estava pensando?
Os Caçadores de Onis começaram a sair do quarto pouco a pouco sobrando só eu e o Cara Chato.
- Venha, vou cuidar das suas feridas.
Uma raiva acumulada começa a crescer. Fico estagnado onde estou e o encaro.
A porta do quarto se fecha e rapidamente é como se o Espadachim mudasse de personalidade em um segundo.
- Eu sou o seguidor da Tamayo, me chamo Yushiro. - ele sussurra e me encara nos olhos. - Estou usando uma técnica chamada Arte Demoníaca do Sangue, que faz com que meu cheiro de Oni não seja reconhecido. Estou fazendo isso para ajudar os Hashiras feridos, principalmente, pois tenho vários antídotos da Tamayo.
Wow. É muita informação de uma vez, um Oni está na minha frente me ajudando. Bizarro...
Eu desconfio dele mas deixo que, conforme ele diz como esses antídotos foram feitos, para eu acreditar nele, acabo tomando e me ajuda na dor interna e externa.
Claro que ele também não confia em mim, mas já deve ter ouvido meu nome em alguma conversa. Então, ele simplesmente vira para o lado e começa a falar com alguém como por telepatia.
- Eu acabei encontrando-a. Ela pode te ajudar de algum jeito. Eu acho. - Yushiro me olha julgando de cima a baixo.
Então digo algo que pode mudar tudo.
- Eu tenho sangue do Lua Superior 2. Na minha Katana. - Isso parece fazer que o Oni disfarçado cedesse um pouco minhas razões.
Procuro minha katana por todo canto e a encontro encostada na parede. Tenho o sangue de Douma pois pedi para meu Forjador de Katanas quando eu atribuísse o veneno em um alvo, haja também absorção do sangue dele. Pensei nisso para se eu sobrevivesse de alguma forma, e bem, aqui estou eu.
Com ela em mãos, Yushiro consegue despistar os Espadachins que estavam na casa e assim vamos até onde Tamayo está.
~
Correndo e me sentindo um pouco atordoada, não desisto ainda. Começo a reparar que o caminho não é desconhecido. Na verdade é o caminho para minha casa.
Não havia parado para pensar no que aconteceu com o Kagaya Ubuyashiki, Mestre dos Hashiras. Sua casa era nas proximidades dali. Sei que algo está muito errado, pois não temos notícias de nada e de ninguém. Os corvos deveriam nos auxiliar. Mas não há corvos... Por quê?
Lembro então que mataram meu corvo hoje. É um extermínio. Faz parte do plano dos Onis.
Não tenho tempo para pensar logo depois que Yushiro simplesmente chega a minha casa e vai direto para o Jardim.
Sigo-o com uma dor interna cada vez maior, mas lá avisto uma mulher de cabelos pretos e mesmos tons de olhos que eu entre as gramas do jardim. Cheias de sangue. E corvos. Caídos. Mortos.
Quem. Fez. Isso?
Sinto minhas pernas ficarem bambas. A mulher se vira para mim com um olhar assustado, então repara em Yushiro e seus olhos suavizam um pouco.
Era a Tamayo, uma Oni também.
- Tem corvos vivos! Vêm! Me ajudem, eles podem ajudar os Hashiras com informações.
Quem quer que tenha feito isso, escolheu a Mansão Borboleta por algum motivo.
E sem tempo para pensar nisso, vou cuidando dos corvos que estão vivos e lhes dou antídotos e remédios meus.
Indo buscá-los em meu laboratório, vejo que reviraram tudo, pegaram em grandes porções muitas das coisas que tinha aqui. Derrubaram todos os meus livros da minha prateleira. Quem fez isso tem que ser humano, e algum conhecido, por que vir na casa da Hashira do Inseto pegar antídoto e remédio?!
Ainda assim consigo libertar alguns corvos que voam traumatizados até quem os designei.
Primeiro en que penso é Tomioka, ele deve estar precisando de ajuda e informação, espero que o corvo o ajude.
Aos dois outros corvos, cuido de seus ferimentos com a sobra dos antídotos que não roubaram. Cuido deles com muito carinho, sei que podem me entender para encaminhá-los a alguém.
Passo bandagem curativas neles e me observam.
- Você precisam achar os outros Hashiras. E lhes informarem tudo o que sabem. - sussurro para os corvos. - Lhes digam que estou viva, e que estou fazendo um antídoto para que um Oni possa virar humano. Giyuu Tomioka está vivo e precisa de suporte. - Estava pensando em mais alguma coisa em que informar e então me lembro: Yushiro.
Corro para o Jardim do fundo onde vi Tamayo pela última vez e o vejo a ajudando a produzir o antídoto. Vou em sua direção e ele recua e me olha com nojo.
- O quê você quer? Precisa vir logo ajudar nessa solução. - O Oni diz com um ar de superioridade.
O observo com o olhar mais raivoso que tenho mas me contenho. Preciso dele para isso.
- Você disse que com sua arte Demoníaca do Sangue, que seria como um "poder" seu, consegue esconder rastros e cheiros... conseguiria também funcionar como "olhos" para com os corvos? - o encaro e tento explicar rapidamente. - Eles irão sobrevoar por todo território ao redor, se tivéssemos olhos naqueles seus papeizinhos, podemos ver tudo o que está acontecendo. - Vejo Tamayo e tento a convencer também. - Temos que tentar achar Muzan. Principalmente ele, pois não adianta matarmos os Luas Superiores, em pouco tempo ele encontrará outros para suprir os seus lugares perdidos.
Yushiro fica pensativo por um momento, fazendo com que aquela raiva dentro de mim batesse mais na minha porta. Calma Shinobu. Calma.
Logo, ele compreende o que digo e acena para a Oni curandeira.
- Hm, certo... Vamos, eu consigo fazer isso. Ajude a Srta. Tamayo. - E assim foi ele adentra a minha casa, fincando frente a frente com os corvos.
Feliz com a minha conquista, agora foco em desenvolver o remédio com a Oni. Lhe mostro as amostras de tudo o que tenho enfileirados.
- Eu tenho esse sangue do Lua Superior 2. Onde vai ter sangue de Muzan. - observo minhas outras amostras. Tenho que deixar minhas desconfianças de lado para conseguir prosperar. - Algumas coisas estranhas vêm acontecendo de uns tempos para cá, essa amostra foi que eu retirei de um Lago, ele mostra coisas anormais, creio que seja amaldiçoado... mas tem que haver um Oni com consciência envolvido nisso. - respiro fundo. - esse outro foi quando todos os Hashiras enfrentaram Pragas Gigantes. Eram como lobos, e foi perto desse lago... creio que esteja tudo interligado os fatos uns dos outros. Até porque enfrentei um tipo de Dragão naquele Lago. - desvio o olhar desconfortável. - É como se eles vissem o futuro ou algo assim.
Tamayo escuta atentamente o que digo e diz sem evitar:
- Muito provavelmente é coisa de Luas Superiores. Mas com certeza tem mais por aí...
Aceno com a cabeça e volto a estudar as várias suposições e experimentos. Com o sangue de Douma e uma amostra de sangue da Nezuko, irmã Oni de Tanjiro Kamado, que a Tamayo conseguiu, fazemos várias correlações com o tipo sanguíneo e as modificações com as células.
Percebo pela minha visão periférica Yushiro soltar os corvos com os papeizinhos.
Continuamos e não percebo o passar do tempo, mas sei que estamos tendo resultados. Achamos uma solução que reagiu com as duas amostras de forma muito boa. As células "contaminadas", que chamo a dos Onis, voltam a funcionar como a de um ser humano após nosso aplique do antídoto. Claro que não está 100% usável, ainda tínhamos que testar mais, e com mais pressa.
De repente, O Oni ajudante de Tamayo vem até nós.
- Vocês precisam ir.
O encaro sem entender. Esta com aquele tipo de papel em sua testa junto com uns símbolos. Com ele, conseguem ver o que acontece pela visão dos corvos.
Meu coração começa a disparar, seu rosto que já era pálido fica pior, e ele arregala os olhos.
Assim ele coloca o papel que estava em seu rosto ao meu, e consigo enxergar a situação.
Ah Não.
Não... não pode ser.
Pego o único antídoto e saio correndo ignorando toda a dor que tentava me impedir.
Só essa pode ser a esperança agora.

~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~

Oie, gente!
Os papeizinhos que apareceram na fanfic são assim:

Oie, gente!Os papeizinhos que apareceram na fanfic são assim:

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Espero que tenham gostado do capítulo! Terminei de escrevê-lo em um aeroporto, estou indo viajar! Até por conta disso vou ter que dar outra sumida aqui :(   Mas como não quis abandonar vcs por tanto tempo assim, aqui está o novo cap :D  Digam aí t...

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.


Espero que tenham gostado do capítulo! Terminei de escrevê-lo em um aeroporto, estou indo viajar! Até por conta disso vou ter que dar outra sumida aqui :(
Mas como não quis abandonar vcs por tanto tempo assim, aqui está o novo cap :D
Digam aí tudo o que seus corações mandarem ksksksks leio todos eles ❤️‍🩹!

Entre Perigos e Amores - Tomioka & Shinobu Onde histórias criam vida. Descubra agora