Preocupação Passageira?

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Tomioka olha para mim demonstrando pela primeira vez um toque de expressão, ele estava concentrado, não apenas com a mesma feição de sempre.

Diante da situação, não posso perder a piada. Relaxo meus olhos e levanto um sorriso ladino.
— Jura?

Ele pisca fazendo com que toda sua indiferença fique aparente novamente, e enfim volta a olhar para baixo da montanha. É muito engraçado encher a paciência dele.

Bom, de volta ao foco. Termino o curativo, não tenho como remendá-lo com alguma coisa, então como sinto que já melhorou, toco na parte da orelha que me foi tirada, o topo dela não está lá, por sorte foi apenas um pequeno trecho lesionado.

Nesse momento Tomioka olha de novo para mim como se fosse voltar no assunto das Pragas, mas percebe que estou focada tateando a orelha e chega perto de mim. Fito ele, sentada de onde estou. E ele diz:

— Desculpa, não consegui dar conta nem de um, e acabei não indo atrás de você.
Fico um pouco surpresa com sua preocupação. Olho de soslaio para o homem de cabelos pretos.

— Ora, Tomika! Não precisa se preocupar comigo, o erro foi meu de ser tola o bastante por me deixar machucar por essas... coisas. – meu orgulho foi por água abaixo. Como que deixei que me vencessem?

Giyu não fica convencido e continua.
— Não. Esses bichos são os piores que já vi. Dois Hishiras não foram capaz de deter um, imagina um bando deles? Não devíamos ter nos separados, e na volta para a mansão teremos que ser rápidos. – ele diz mais rápido do que o normal. Sua atenção segue para um ajuste no seu curativo o pressionando mais fortemente.

— Você está realmente preocupado comigo, não é? – digo para provocá-lo e me levanto já preparada para ir.
Ele me olha com os olhos semi serrado, acostumado com as provocações.

— Vamos. - digo passando por ele e vendo o melhor lugar para voltar para casa. Tomioka me segue e até o final do percurso não vimos mais nenhum Lobo.

Quando chegamos, reunimos todos os Hashiras e contamos sobre nossa experiência. Tomioka começa a contar sobre, como não tem a melhor influência sobre todos pelo seu jeito, alguns duvidam. Então interfiro contando melhor, a consideração dos outros mudam, focam mais no que houve e o que vamos fazer.

— Devemos todos lutarmos contra as Pragas, são muito mais poderosas do que demônios, devemos entender o que são. – digo num tom convincente e confiante para que concordem. No fundo, sempre tenho medo, mas é com medo que devemos enfrentar, assim essa sensação se transformando em coragem.

E depois de um logo tempo, eles topam.

  Decido procurar Kanao, minha irmã, quem eu confio muito, para ela me acompanhar e me ajudar no curativo correto da minha orelha.

Kanao me ajuda demais com sua delicadeza e silêncio, com certeza u.a das meninas mais doce que conheço. Me sinto bem o suficiente para lhe contar mais sobre meus pensamentos que vão até certos olhos azuis.

— Olha – digo em um tom um pouco mais baixo. — Tomioka estava agindo como se soubesse de mais coisas sobre as Pragas.

Kanao fica pensativa.
— Estranho, você o viu fazendo algu.a coisa naquele lago, mestre?

Tento me lembrar exatamente, mas só vem uma visão rápida.
— Ele estava em pé em frente ao lago, não sei dizer se estava sussurrando ou como era sua feição, ele percebeu minha presença bem rápido.

Kanao pisca e pensa um pouco mais.
— Bem, algo ele estava fazendo, ou apenas gosta de alguma paisagem...

Eu me lembro do cheiro úmido de Giyu.
— Ah! Hoje cedo ele estava com um cheiro úmido, de lama... não sei descrever, porém algo parecido. Mas ele pode ter ido nesse mesmo lugar. – descrevo pensativa e cada vez mais desconfiada.

Kanao pisca duas vezes e...
— Mas Shinobu, você está com um cheiro  parecido com esse agora. - ela diz com uma voz de acusação.

Franzo a testa, como é que é??

— Espere, então isso quer dizer que ele... esteve hoje cedo na Montanha do Alasca?!

Kanao leva a isso a outra conclusão da sua cabeça.
— Você estava com ele de manhã? - diz baixinho é descrente.

Olho bem para Kanao, a vontade de rir cresce em mim, mas não o faço.
— Não! – dou um sorrisinho com a ideia absurda. — De onde você tirou isso?

Ela não não nada.

— Não confia em mim? – digo com uma indignação que cresce no meu peito, achava que Kanao confiasse mais em mim.

— Claro que confio, Shinobu... mas desde sempre você o provoca.

Ah, eu entendi certo? Ela acha que tenho interesse nele e está com... ciúmes?

— Kanao, não precisa se preocupar, não há nada, e eu não mentiria para você. – digo isso e a mesma me abraçar de repente. A abraço de volta com a mesma intensidade.

  Bem, minha missão agora já está mais que definida: perseguir Tomioka.

Entre Perigos e Amores - Tomioka & Shinobu Onde histórias criam vida. Descubra agora