36 - Era isso, ele ia levar uma bengalada também.

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Enquanto sentia os braços de Alfonso em volta de mim eu nem sabia por que chorava.

Pela morte da minha mãe?

Por ela ter partido sem fazermos as pazes?

Por estar aliviada por não ter mais que a ouvir dizendo aquelas coisas horríveis para mim?

Por ela não ter conhecido sua neta?

Por ela ter perdido a chance de fazer parte de nossas vidas?

Ou uma combinação de todas essas coisas?

Bem eu realmente não sabia. Só sabia que minha mãe havia realmente morrido, meu peito doía com a notícia, muito mais do que eu esperava, não que eu estivesse feliz, eu lamentava sua morte, eu estava zangada com ela claro, mas eu nunca desejei que isso acontecesse. No fundo eu... eu realmente esperava que fizéssemos as pazes, que ela deixasse de lado um pouco seu jeito egoísta e se concentrasse em mim, e na minha nova família.

Mas agora, agora isso nunca iria acontecer, minha mãe havia partido para sempre, e eu nunca teria a chance de recomeçar.

– Shiii, calma amor!_  ele continuou sussurrando enquanto me deixava chorar, e o abracei mais forte, era tão bom tê-lo aqui, comigo.

Sentir seus braços em volta de mim, o calor do seu corpo, o som da sua voz, sem Alfonso eu... engoli em seco, não podia pensar assim, eu tinha Mia agora, ela e Alfonso precisam de mim.

E minha mãe pode não ter sido uma boa mãe, mas vou me lembrar dos erros dela e fazer melhor, ser melhor, para os amores da minha vida.

Me afastei de Alfonso com um pequeno sorriso, ele segurou meu rosto passando os polegares por minhas bochechas para afastar as lágrimas, sorri colocando minhas mãos sobre as dele.

– Estou melhor!

– Tem certeza? _ sorri um pouco mais ao ver sua preocupação, eu tenho que ser forte, minha família precisa de mim agora, eu pensaria em Tisha depois, engoli a vontade de chorar.

Eu sempre a amaria, mas eu tenho que pensar que ela está em um lugar melhor agora, sabendo que apesar de tudo, eu a amava, e sempre a amarei.

– Como está querida? _ ergui a cabeça para ver Alberto me olhando com tanta preocupação, como um pai faria, como meu pai me olhava.

– Estou bem! Nossa Mia é linda não é? _  ele sorriu abraçando a menininha em seus braços.

– Ela se parece com você!

– Sério? Acho que ela é como Edward. _ ele negou ao meu lado.

– Não, ela tem o seu nariz arrebitado, e a pele é como a sua, suas sobrancelhas e queixo também. _  ri olhando meu bebê.

Não sei onde eles viam essas coisas, ela é toda enrrugadinha e não acho que ainda tinha muito formato para ser parecida com ninguém. Embora eu só sabia que ela tinha olhos como o de Alfonso.

– Ela parece uma velinha isso sim. _ Christian resmungou se aproximando e rimos.

– Não fale assim da minha bonequinha!_ Alfonso resmungou, Christian bufou.

– Só estou dizendo compadre.

– Ela é linda Any, e até ela abrir esses lindos olhos, não posso dizer com quem ela se parece.

– São verdes! _ Alfonso arqueou uma sobrancelha.

– Você já os viu?

– Não, mas eu sei que são.

Destinados Ao AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora