35 - Era isso, minha vez de cuidar dela.

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Pov. Alfonso

– Vamos Alfonso, você consegue, só mais 5. _ grunhi, fazendo os exercícios, ela continuou a gritar me incentivando.

Porra eu odeio essa mulher as vezes.

Ok, eu sei isso é bom para mim, não posso deixar o acidente parar minha vida, eu tenho que me recuperar 100%, eu... encarei a perna que nunca voltaria a ficar boa, o medico idiota já havia dito que eu sempre mancaria, por alguma razão ele parecia ter algum prazer doente nisso, mas ao saber que ele estava interessado na minha Any, dava pra entender seu ciúmes, ele nunca a teria.

– Alfonso, concentração. _  ela gritou e rosnei, essa porra doía, queria ir pra casa e me enrolar em Any e Mia pelo resto do dia.

Ao lembrar das minhas meninas fiz mais esforço, eu estava nisso por elas, eu podia não ser 100%, mas pelo menos 90% eu seria, mancando ou não eu faria o melhor para minha família. Embora ainda fosse meio difícil se acostumar com a ideia, todo o apoio de Any, meu pai e amigos estavam trabalhando para me fazer superar isso.

Mesmo com o atentado do dia 11 ainda fresco, eu sabia que se eu estivesse alistado ainda, eu e os outros pediríamos para ficar e defender nosso país, era nosso dever depois de tudo, mas uma parte de mim, uma bem egoísta, estava feliz que eu não estou lá, eu quero estar com Any, ver Mia nascer, ser um pai, um marido, um filho, um amigo, mas se eu estivesse lá, eu não seria nada disso, eu teria perdido esses momentos preciosos que estou tendo agora.

Eu sei que é egoísta da minha parte se sentir assim, os caras, meus irmãos também têm famílias, mas eu não podia evitar, eu estava feliz por estar com Any, e egoísta ou não, era aqui que eu queria ficar.

– Acho melhor pararmos por hoje?_  Victoria chamou me olhando um pouco consternada.

– Me desculpe...

– Nem comece, vá ficar com sua esposa, com certeza é nelas que ta sua mente hoje. _ piscou e sorri.

Apesar de ela ser uma ditadora, ela era uma ótima pessoa, nada comparado ao meu medico idiota.

– Obrigado Victoria, eu realmente preciso de uma pausa.

– Sem problemas, um dia de descanso é sempre bom. Mas não vamos fazer disso um habito em.

– Não farei. _  peguei minha bengala, e manquei até minha bolsa de ginástica pegando uma garrafa de água.

– Então posso saber o que está preenchendo sua mente para afastá-lo dos exercícios?

– Any principalmente, mas pensando um pouco sobre o atentado. _  ela fez uma careta estremecendo um pouco.

– Nem me lembre, da medo só de lembrar, saber que eles podem nos atacar assim.

– O exercito vai ficar mais atento a futuras ameaças.

– Espero que não haja futuras ameaças.

– Nem eu, já tivemos mortes o suficiente nessa.

– Sim, tão triste saber que tanta gente morreu por nada. Pessoas indo trabalhar, as vezes só passeando, estando no lugar errado na hora errada.

Assenti sem saber mais o que dizer, a situação era fodida isso sim.

– E como você se sente sobre isso?

– Eu?

– Sim, você era um soldado, você sente que devia estar lá agora?

– Às vezes, outras vezes fico feliz pelo acidente, eu não posso imaginar estar longe de Any e Mia nesse momento, mas eu me sinto egoísta, que eu estou aqui desfrutando da minha família, quando tantos dos meus irmãos, estão lá no perigo, sabe eles tem famílias também, por que eu mereço estar aqui e não eles, eu... _  dei de ombros, era difícil explicar como me sentia.

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