A proposta

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Alguns minutos depois Eddie aparece na minha porta, com minha mãe bem confusa ao fundo, afinal já passa das 23h e o cabeludo aparece de "surpresa". Não era muito comum.

- É só pra conversamos mãe, fofoquinha de amigos. - Puxo ele para dentro do meu quarto e tranco minha porta.

- Está tudo bem mesmo Haz? - Encara-me de cima abaixo verificando se, fisicamente, estava bem.

- O encontro foi ótimo Munson, ele não fez nada de errado, eu que surtei por que sou uma idiota. - Me jogo na cama decepcionada, sinto ele se sentando ao meu lado, colocando as pernas em cima da cama e encostando-se na cabeceira. - Tira o tênis.

- Ôh saco. - Consigo escutar ele reclamar baixinho, rio baixo. - Então conte-me, como foi esse encontro maravilhoso. 

- Fomos ao shopping, fizemos um lanche...- Pondero se devo contar sobre a salada, mas no final resolvo deixar apenas para mim. - E caminhamos, conversamos sentados na ponte que fica lá no meio, andamos pelas lojas, falamos sobre muita coisa. Mas quando ele veio me deixar em casa.... Bem, demos alguns amassos com segundas intenções e... - Cubro meu rosto com as mãos, me escondendo de vergonha sobre explanar meus sentimentos.

- Então, imagino que você tenha algo embaraçoso para me falar Williams. Considerando que você me chamou por nossa falecida frequência no walkie talkie e esta agindo como uma esquisitona. Mais do que o normal. - Respiro fundo e me sento na cama com as pernas cruzadas, ficando de frente para ele. - Ainda bem que já somos amigos de longa data, porque acho que teria me afastado de você. Com certeza. - Ele sorri demonstrando estar brincando.

- Não pretendia parecer tão nervosa assim e pra ser sincera fiquei surpresa do walkie talkie ainda funcionar. - Pego meu ursinho de pelúcia que sou acostumada a dormir abraçada e o agarro no meu colo.

- Você sabe que pode confiar em mim não é? 

É exatamente isso que eu preciso Edward.

- Eu sei.

- Todos nós precisamos de pessoas para falarmos sobre coisas embaraçosas. - Eddie se ajeita na cama, ficando na mesma posição que eu. - Lembra na... - Faz uma careta tentando lembrar de alguma coisa. - Quarta série, isso. Que você dormiu lá no trailer pela primeira vez e, na manhã seguinte, você tinha molhado a cama? - Sorri com malicia.

- Ei, foi você! - Dou risada. - Foi você que molhou a cama!

- Não há ninguém que possa provar isso. - Sorri sem os dentes para mim. - Seja como for Williams, o que você quer conversar não pode ser pior que isso...

- É pior. - Digo, melancolicamente. E consigo ver os olhos dele se iluminarem.

- Ok, e, na sétima série, quando você... - Faz uma careta meio que engasgando na palavra. - Hum... menstruou e eu tive que te emprestar o meu moletom? Que aliás era do Black Sabbath, ainda não te perdoo por ter perdido aquele moletom.

- Não acredito que você está falando isso... - Rolo os olhos respirando fundo.

- O que quero dizer minha querida amiga é que, o que quer que seja que você quer me falar, não vai ser tão ruim quanto a tantas situações que já passamos juntos. 

Continuo quieta e provavelmente corando. Ele respira e levanta-se, andando de um lado a outro no quarto.

- Então eu farei as perguntas: imagino que não tenha nada a ver com o encontro, certo? - Nego com a cabeça. - Beleza, se não tem nada a ver com o encontro em si... Então tem a ver com urinar ou defecar? Banheiros? Vasos sanitários? - Rindo nego com a cabeça.

- Nada a ver com nadinha disso. 

- Ainda bem, não saberia lidar com essas situações. - Faz uma cara pensativa e, como mania, ele começa a socar levemente a parede próxima da janela.

No fundo dos sonhos | Eddie Munson Onde histórias criam vida. Descubra agora