.Esse vai ser levemente longo, porque vai ter o ponto de vista de ambas. Espero que gostem!
* * *
Caitlyn's P.O.V
.A garota estava atônita. Não esperava receber tantas informações de uma só vez e com certeza não esperava que Jinx, o monstro que atirou em seu pai, fosse irmã de Vi. Ela não sabia ao certo como reagir, estava dividida. De um lado, queria socar Violet e descontar toda sua raiva e tristeza na ação. Além disso, havia o fato de ter escondido sua tutela do governo e de ter chegado arrebentada. De outro, entendia o porquê da tatuada tomar suas decisões, fora que Vi não teve uma vida fácil, ou seja, decisões fáceis provavelmente não fizeram parte de seu cotidiano. Fora o dilema, havia a preocupação genuína da garota em relação à sua colega de quarto; Vi estava repleta de ferimentos e mal conseguia se mexer.
.Estava conflitada, até olhar para Violet. A mais baixa estava com um semblante abatido e com os olhos aguados. Toda a suposta raiva que Caitlyn poderia sentir deixou sua mente e a garota percebeu que os danos da tatuada eram muito mais emocionais que físicos. Deve ter sido extremamente difícil notar que sua própria irmã se tornou um monstro e, mais ainda, de quase ser morta por ela, como se fosse nada. A mais alta respirou fundo, se sentando ao lado de Vi na cama.
- Eu sinto muito por sua irmã. - Falou ela, cabisbaixa.
- ... Sinto muito pelo seu pai. - Respondeu Vi, olhando para outra direção.
.Provavelmente, ela não queria mostrar que estava chorando.
- E aquela história de governo?
- Eu sempre fui muito esquentada e impulsiva. Daí, chegou um dia que eu arrumei briga com um idiota que estava assediando menininhas lá no lado baixo. - Ela pausa. - Acontece que o filho da puta era um governador, daí ele ordenou que eu ficasse sob tutela do Estado até ter vinte e um. O desgraçado não aguentou a surra e fudeu minha vida. Fiquei mó feliz quando soube que ele tomou um tiro, mané.
.A mais alta preferiu não dizer nada. O cômodo ficou em silêncio novamente, até que Caitlyn disse:
- ... Está tudo bem, Vi. Ela não vai te machucar. - Falou a mais alta, segurando a mão de sua colega. - E sim, eu tenho um rifle. - Ela pôde escutar uma risadinha fraca.
- E-Eu sei que não vai, pô... Não é nisso que 'tô pensando. - Disse a tatuada. - E é, que porra foi aquela? Eu não tinha ideia que tinha um rifle grandão.
- É, eu... - Caitlyn encara seus sapatos, hesitante. Ela suspira. - Quando eu era criança, eu e meu pai costumávamos caçar. Não por esporte, claro, a gente realmente consumia o que caçava. Eu sempre fui muito boa com meu rifle...
- Mas? - Agora, Vi estava olhava a azulada nos olhos. Ela se sentiu segura para continuar.
- Mas teve um dia que eu fui caçar um veado. Estávamos atrás dele fazia semanas, mas ele sempre despistava a gente. - Ela sorriu brevemente. - Meu pai falou 'pra eu desistir e parar de ir atrás dele, mas eu não entendia o porquê. Eu queria impressionar ele e segui os vestígios que o animal deixava. Eu pensei que estava fazendo algo legal...
- E o que aconteceu?
- Eu... Eu achei o veado. Atirei nele. Um tiro perfeito na cabeça. - Caitlyn se lembra do acontecido, cerrando os pulsos. - Daí o filhotinho dele apareceu.
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CaitVi: Colegas de Quarto
RomanceOs pais de Caitlyn sempre foram muito rigorosos com seus estudos e bem protetivos com sua filha. Buscando sua independência, a garota vê sua chance quando passa na faculdade dos sonhos. Contudo, seus pais só vão permitir sua ida com uma condição: qu...