Prefácio

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Sou Elias e vou contar a minha história, mas para você que chegou agora, o meu mundo está dividido em classes, tendo os alfas, ômegas e os betas, independente se são homens ou mulheres, isso realmente não importa, porque ômegas e betas machos ou fêmeas podem ter bebês, embora é uma pequena taxa de betas machos que podem engravidar, o que é meu caso e cada um nasce com um cerne, que seria o seu lobo interior e o meu cerne é uma loba, cujo nome é Arya, sendo um beta meu aroma natural é bem sútil, na verdade quase imperceptível.

Bem... antes de fugir e conhecer Raul e meus outros amigos eu morava com meus pais, se assim os posso chamar, seria mais correto dizer apenas que foi através deles que nasci.

(...)

Meu contexto quando vivia com meus genitores.

Meus pais não me amam e isso é fato, eles esperavam que eu fosse um ômega e assim lucrariam mais comigo, infelizmente da pior forma, porque eles iriam me forçar a me prostituir ou até me venderiam por um bom preço, mas sendo um beta também não foi uma grande vantagem, pois os sirvo somente como um escravo, além de tentarem me forçar a trabalhar para os traficantes em nossa comunidade.

Quem comanda a nossa comunidade é um alfa muito perigoso e misterioso, o Sr. Thompson, ele é sempre muito bem protegido, dizem que quem tenta derrubar o seu comando acaba morto ou torturado da pior forma, os traficantes que vivem por ali o respeitam e ele os protege. Existem muitos boatos que o envolvem, mas eu simplesmente não ligo para nada disso. A polícia tem medo de entrar e se acontece acaba em morte pros dois lados e assim existem os corruptos que fazem vista grossa.

As escolas funcionam, pois é uma obrigação perante ao estado e os pais recebem uma verba por manterem as crianças na escola, assim consigo estudar na parte da manhã, mas sempre tento passar desapercebido, o que nem sempre consigo e os alfas me batem ou me humilham, por me recusar a fazer ou ser como eles querem... podem me chamar de teimoso, mas algo me diz que esta vida não é para mim.

Os traficantes vez ou outra me espancam por me recusar a trabalhar para eles, como também acontece as vezes sem nenhuma causa mesmo ou ainda por coisas mínimas e sem importância meus pais me baterem e devido a tudo isso tenho muito medo de alfas. Não sei porque ainda não me mataram, mas as vezes desejo que isso aconteça.

Podem até estar pensando que por ser um beta, sou quase tão forte como um alfa, mas eu ainda sou uma criança em meio a esse mundo adulto e não me desenvolvi corretamente, devido a pobreza extrema a qual vivo.

Meus pais vivem drogados, mal temos comida, procuro fazer alguns bicos para ter o mínimo para comer, mas quando eles descobrem que tenho algum dinheiro, me forçam a lhes dar para poder se drogarem.

Fico muito triste e até tenho pena deles, porque acabaram sendo vítimas de sua própria ganância e ignorância, pois é deplorável o estado que eles ficam, já tentei leva - los para reabilitação, mas isso só serviu para que eu apanhasse mais deles e acabei sendo levado por um tempo, para junto a um dos alfas que fazem a segurança do Sr. Thompson, eu podia ir a escola, mas era escoltado sempre por alguém e voltava para limpar e cozinhar para ele como forma de "castigo", ainda bem que ele não me tocou de forma indecorosa, mas eu morria de medo, a parte boa era que felizmente eu comia todos os dias e ninguém me batia.

Contudo perdi as contas de quantas vezes fui dormir chorando ou com fome e dou graças a Deus que meus pais não tiveram mais filhos, mas tinham momentos de calmaria quando eles sumiam por alguns dias e eu podia deixar a nossa casa minimamente habitável, mas quando eles voltavam todo o tormento voltava. Os nossos vizinhos não interferiam, porque sabiam que seriam perseguidos, mas sei que anonimamente eles deixam comida pra mim, quando meus pais não estão em casa.

Eu permanecia porque tinha medo, sendo criança e não tendo nenhum parente vivo, apenas teria como opção viver na rua,  querendo ou não eles ainda eram meus pais, mesmo que eles não me amassem, embora nem sempre nossa vida foi assim.

Lembro quando era menor e íamos passear na casa dos meus avós, que ficava na zona rural, sempre ficava admirando a paisagem e amava quando chegavamos e tinha vários tipos de quitutes, ia passear com meu avô em uma cachoeira próxima nos dias quentes e a vida era mais simples, meus avós realmente me amavam.

Minha avó me colocava em um banquinho próximo a ela, quando estava preparando seus deliciosos bolos ou então quando fazia o almoço e até me deixava ajudá-la, mesmo que minha mãe odiasse quando ela me dava essa liberdade, acho que foi daí que surgiu minha paixão pela culinária, mas tudo mudou quando eles morreram depois de um grave acidente, pelo que meus pais me contaram e foi onde tudo piorou, por fim eles acabaram gastando todo o dinheiro que meus avós deixaram.

Eu não tenho amigos, mas também quem iria querer ser meu amigo?

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N.A.: E começamos uma nova história!!!!

Elias: Destino Inesperado Onde histórias criam vida. Descubra agora