Capítulo 2.

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Passou-se alguns dias depois do ocorrido e HyunJin continuava indo a casa de Felix, para anima-lo.

Ainda sem notícias do médico, Felix teve suas crises mais diárias. A preocupação e insegurança invadiam sua mente como leões atrás de suas presas. Atacavam repentinamente.

Certo dia, estava brincando com os brinquedos que havia ganhado de sua avó no seu aniversário retrasado quando HyunJin apareceu.

— Olá! — abraça o mesmo, vendo sua expressão chocada.

— Pensei que não vinhesse...

— Como assim eu não iria vim no dia do aniversário do meu melhor amigo?

— Aniversário?

— Você está bem? — perguntou ironicamente.

— Sim, mas quê aniversário? Meu aniversário é amanhã.

— Mas é véspera! Vamos aproveitar. Olha, trouxe esses presentinhos caseiros para brincarmos.

Assim se passa mais um dia como todos os outros. Felix realmente não entendia por que isso tinha que acontecer com o mesmo, não entendia o porque de estar acontecendo com sua família. Meses depois do acidente, a única coisa que sabia fazer era se culpar.

Há dois anos atrás, sua família era o que mais temia, se preocupava com sua mãe pois tinha acabado de perder uma criança ainda não nascida, isso foi decepcionante para a mesma.

Seu pai sempre saía e quando voltava, voltava bêbado, mas mesmo assim o amava... Bom, não se poderia dizer o mesmo de seu pai.

Sempre que voltava, batia em sua mãe, obviamente o fez ter traumas, também o fazendo perceber um sentimento diferente sobre seu pai, um que ainda não havia existido. O medo.

Estava brincando no parque com seus pais quando Tae-Joon (Pai de Felix) saiu para atender uma ligação, sua mãe teria a responsabilidade de o olhar.

Felix se afastou um pouco pois ficou curioso por tal coisa quando não viu um carro em sua direção.

[...]

— FELIX! — correu assutada e chorando ao encontro de seu filho. — SOCORRO! TAE-JOON!!

Suas mãos tremiam e o desespero tomava conta de sua mente rapidamente. Sabia que era o típico de crianças na idade de Felix se afastar mesmo quando os pais dizem o contrário, mas não conseguia ver isso.

— Eu falei para você ficar de olho nele, sabe que ele é um garoto desobediente! Se ele morrer, saiba que a culpa vai ser sua.

— Pare, por favor! — lágrimas caíam de seus olhos e a culpa a atormentava. E se seu filho morresse mesmo? Iria se culpar a vida inteira. Felix era tudo o que tinha.

Chorava desesperadamente aos pés do marido até o médico aparecer.

— Vocês são os pais de Lee Felix?

— Sim. Meu filho está bem, doutor? Por favor, me dê boas notícias.

— Sim, Felix está bem mas... Por conta do impacto forte do carro em suas pernas, terá que ficar de cadeira de rodas.

Tae-Joon apenas saiu dali, deixando ChaeWung ainda desacreditada.

— C-como assim? Meu filho não vai mais andar? Por favor, diga que é mentira por favor, doutor. — as lágrimas já secas escorriam novamente em seu rosto vermelho.

— Infelizmente as chances de ser mentira são poucas, Sra. Chae. O estado de Felix é um pouco delicado. Existem tratamentos, mas os custos são altos. Para a idade dele, isso não seria adequado agora, talvez quando estiver mais velho, possa prosseguir com o processo.

— Posso vê-lo?

— Sim, claro. Me siga.

Andam em direção a sala onde Felix estava, enquanto viam outras pessoas no mesmo estado que o mesmo, tendo suas dificuldades. Chae imaginou que seu filho também teria as mesmas dificuldades.

— Pode entrar. — dando o espaço para mesma, ela adentra logo vendo seu filho ainda inconsciente.

— Meu amor, eu sinto muito... — senta ao seu lado, com o rosto em seu peito. — Eu nunca vou me perdoar por não ficar olhando você como devia, foi por minha culpa. Me desculpa... Me desculpa.

Depois desse ocorrido, muitas coisas mudaram. Felix parou de ter amigos, seus pais brigavam com mais frequência e sua mãe sempre se culpava por tudo, isso o atormentava.

Chae estava cansada, levava tudo nas costas desde o início do casamento. Nunca foi amor.

— EU MANDEI VOCÊ LIMPAR ESSA MERDA DIREITO! — levando um tapa em seu rosto, Chae acaba caindo no chão, chorando.

— Pai, para!

— Você cala a boca, aberração!

— Não fala assim do meu filho!

— Você não serve nem pra cuidar dele direito. Se sua irresponsabilidade não estivesse na hora, ele não estaria aleijado agora. Se você quiser cuidar dele sozinha, pode cuidar, eu não vou arcar com as consequências que eu não quis ter. — fala a última frase pegando sua maleta, saindo.

— Mãe! — tenta empurra sua cadeira até a mesma, mas sem sucesso.

— Não se preocupe, eu estou bem. Desculpe por isso, não vou deixar ninguém te machucar. — o abraça, pondo sua cabeça em seu peito, Felix então podendo sentir seu coração acelerado.

— Mãe, você está bem mesmo?

— Sim, não se preocupe.

Felix na verdade, nunca havia ido a escola, seus pai não tinham condições para o colocar em uma escola agora, então estudava em casa.

Quando completou 5 anos, ganhou uma pequena lousa na qual poderia escrever e aprender.

Depois do acidente, se sentiu mais inseguro ainda, o medo de acontecer alguma coisa e sua mãe não está lá para ajudar era grande. Sempre pensou que as outras crianças iriam o zombar por ser cadeirante. Então nunca saiu de casa depois disso.

[...]

— HyunJin, sua mãe mandou-me avisar que é para você ir pra casa. Está tarde e... — subiu ao quarto de Felix, os vendo dormir desajeitadamente.

— Quer saber, uma noite não irá matar ninguém. — disse sorrindo enquanto ia até os mesmos, os ajeitando na cama e pondo então um edredom. — Obrigada por cuidar dele, HyunJin. — diz e apaga as luzes, saindo em seguida.

Recomeço do verdadeiro fim | HyunLixOnde histórias criam vida. Descubra agora