Capítulo 10.

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Durante todo o final de semana, Felix e HyunJin não se falavam e nem ao mesmo iam na casa um do outro, era completamente estranho aos olhos de Chae, já que sabia que ambos eram inseparáveis.

A mesma preocupada, resolveu conversar com Felix, e procurar saber ao certo o que estava acontecendo desde que HyunJin voltou para Busan. Eram mais ou menos 09:30h em Busan quando Chae bate na porta, chamando Felix.

— Querido? Podemos conversar? — a mesma fala, mas não obtem resposta. — Felix... O que está acontecendo? Pode me dizer, eu só quero ajudar, querido.

Depois de alguns minutos esperando do lado de fora, Chae pôde escutar a porta abrindo, e Felix sendo revelado.

— Oi...

— Oh, meu amor. —  fala indo em direção ao mesmo, o abraçando. — Vem, vamos descer.

Chae ajuda Felix a descer, o levando para o sofá da sala, finalmente sentando também.

— Você tem algo para me dizer? Pode falar, eu sei que está acontecendo alguma coisa.

— É tão difícil de dizer... Eu realmente não sei o que quero dizer, está tudo uma bagunça, mãe. Está tudo preso em minha garganta. Eu... Eu não consigo dizer ao certo o que sinto.

— Calma, tente focar apenas no que quer dizer realmente, algo claro.

— Posso fazer uma pegunta?

— Claro.

— O que você faria se... Eu gostasse de garotos? — Felix se sentiu um pouco inseguro e com medo ao perguntar aquilo, mas era preciso para dar o segundo passo.

— Ah, querido... Eu iria lhe aceitar, afinal, você é meu filho idependente de tudo. Se algum dia você disser que gosta de um garoto e que estão juntos, está tudo bem, eu ficarei feliz, mas não quero que aconteça com você o mesmo que comigo, isso seria tão decepcionante... A última coisa que eu quero é que você se machuque, isso seria tão difícil de lidar. Mas... Você gosta de algum garoto?

— Eu não sei, estou tão confuso, mãe... — Felix após falar aquilo, é abraçado novamente por Chae, que acariciava seu cabelo enquanto falava.

— Calma, está tudo bem, está tudo bem. É normal, ok? Mas... Posso lhe contar uma história?

— Sim.

— Quando eu tinha sua idade, conheci um rapaz chamado Kanghyu, ele estudava na mesma escola que eu. No começo, éramos tímidos um com o outro, era como se soubéssemos o sentimento um do outro, mas nunca ousemos nos falar. Depois de um tempo, descobri que esse rapaz estava namorando com outra garota, isso de alguma forma me deixou tão triste, era como se tudo não fizesse mais sentindo, eu me sentia triste e fraca mentalmente, isso me assustava. Até que, em um dia de aula, vi os dois no banco da cantina, tentei ao máximo disfarçar meus olhos inchados de noites ao claro chorando, mas não consegui. A garota viu e começou a me intimadar, e isso durou por 3 anos, ele vendo e simplesmente não fazendo nada. Entrei em um problema de saúde chamado ansiedade extrema, nunca imaginei que tudo isso pudesse acontecer por causa de amor, mas percebi que ele poderia ser mais forte doque parece. Mais 2 anos se passaram depois de tudo isso e eu me sentia mais leve, mais feliz, um terapeuta fez muito bem para mim. Quando entrei para o ensino médio, descobri que acabei caindo na mesma sala que o meu crush de infância, isso me deixou tão apreensiva e com medo dele fazer o mesmo que a namorada, mas foi totalmente ao contrário. Em um dia de aula, Kang chegou atrasado como sempre, e sentou atrás de mim, meu coração acelerava sempre que lembrava do fato do garoto que eu ainda amava está sentado atrás de mim, mas tentava ignorar. No final da aula, Kang me chamou para sentar com ele na cantina, o que me deixou muito surpresa e nervosa. Quando sentamos, ele começou a tocar no assunto do passado, tentado se desculpar e dizer que ele nunca iria adivinhar que sua namorada era uma babaca. Disse que ainda me amava e que só começou a namorar aquela garota porque era uma forma de tentar me esquecer pois tinha medo de sair ferido, mas que agora estava disposto a me amar, eu não sabia o que dizer. Ele disse que, se eu quisesse, poderíamos recomeçar e tentar algo de verdade, eu estava tão feliz... Até papai decidir mudar de cidade e vim para Busan, foi onde tudo se tornou um inferno. Ele me obrigou a casar com Tae-Joon pois a empresa do pai dele tinha uma parceria com a de papai. Papai tinha uma divida e não tinha como pagar, então decidiu me obrigar a casar com o filho do cara que fez parceria para conseguir pagar. Isso foi a pior coisa que já me ocorreu durante tanto tempo. Eu era só uma adolescente ingênua. Só estou lhe contando isso, porque quero que isso sirva de lição para suas escolhas. Se você estiver gostando de alguém e esse alguém também gostar de você, a única coisa que você precisa fazer é o amar cada vez mais, pois nunca saberemos o dia de amanhã. Essa pessoa pode ir embora sem mais nem menos, e isso pode lhe ferir, ou até mesmo o contrário. Sei o quanto você odeia chatear as pessoas.

— Nossa... Você nunca havia me contado isso. Sinto muito pelo Kanghyu, da para imaginar o quanto vocês se amavam.

— Sim, nem se compara ao seu pa... Tae-Joon, nunca na minha vida que eu vou dizer que ele é seu pai, desculpe.

— Tudo bem. — riu ao ver a cara da mãe irritada após lembrar do ex esposo.

— Mas querido, você sente algo por alguém? — Chae pergunta, percebendo a expressão sorridente do mesmo sumir lentamente.

— Eu... Acho que sim, mas por favor, não pergunte quem.

— Está tudo bem, é normal no começo sentirmos vergonha ou até mesmo medo, é sua primeira vez amando. Se essa pessoa realmente lhe ama também, terá que ter paciência, tudo tem seu tempo, não se preocupe.

— Como faço para descobrir se realmente o amo?

— Tipo... Um teste?

— Acho que sim.

— Bom, como não tive muita experiência com isso, tenho de lhe dizer que você só precisa deixar acontecer.

— Deixar acontecer?

— Sim. Você precisa acalmar sua mente e deixar que o coração aja.

— Eu não preciso fazer nada?

— Não.

— Estranho, mas vou tentar. Obrigado, muito obrigado, mãe. Essa conversa me fez tão bem.

— Oh, querido. Estarei aqui para o que precisar, ok? Nunca tenha medo para falar comigo. Eu te amo mais que tudo, obrigado por entrar na minha vida, meu amor.

[...]

A segunda-feira chegou e como sempre, Felix se encontrava arrumando-se para a escola, mas com um pouco mais de ânimo.

— Felix, o café da manhã está pronto! Desça ou irá se atrasar!

— Estou indo!

Depois de mais alguns minutos se arrumando, Felix desce e vê Chae sentada, servindo-se.

— Bom dia. Coma, rápido! Você acordou tarde.

— Nossa, odeio me atrasar.

Ambos terminam o mais rápido que podem e correm para o carro, se direcionando á escola. Depois de alguns minutos dirigindo, ambos chegam, já sendo recebidos por Jeongin, que se encontrava com o maior sorriso já visto.

— Que saudade, Lilix! — vai ao encontro do mesmo, o abraçando forte.

— Mas nos vimos sexta-feira.

— Não importa, para mim passaram-se décadas! Vamos.

— Espere! Felix, lembre-se doque lhe disse, ok? Boa aula. — acena, vendo o filho entrar na escola junto de Jeongin, sorrindo e partindo novamente.

Recomeço do verdadeiro fim | HyunLixOnde histórias criam vida. Descubra agora