— Não acredito que comeste alguém na cama onde eu vou dormir também. — Oskar murmurou ao entrar no quarto.
— Quê?
— Tu ouviste o que eu disse. — fechou a porta e atirou a mochila num dos pequenos sofás próximos à sacada. — E não adianta mentires, porque não eram esses os lençóis que estavam aí ontem.
— Não existe evidência alguma de que eu comi alguém. — murmurei, ainda com a atenção depositada no celular.
— A não ser que tu tenhas dado a bunda e sujado tudo, é óbvio que comeste alguém e vocês encharcaram os lençóis de alguma forma.
Torci o rosto numa careta desgostosa e ele gargalhou, sentando na beirada do colchão para tirar os sapatos.
— Não tenhas vergonha, se quiseres eu te como a bunda também. Sem preconceito. — alfinetou.
— Vai te foder. — murmurei.
— Mas a sério, qual delas tu comeste? A modelo, ou a que te deixa chateado facilmente?
— Não comi ninguém, Oskar. — ergui o olhar para encará-lo — E por quê tu queres saber?
— Seria divertido ver uma delas toda chateada por ter sido rejeitada... — passou uma das mãos nos cabelos curtos — Imagina se elas lutam por tua causa na universidade... Eu adoro assistir lutas entre mulheres.
Vi-o passar pela entrada da casa-de-banho e suspirei. Havia acabado de sair de lá e vestia apenas calças de seda para dormir. Tinha passado cerca de meia hora desde que Ayla esteve comigo no quarto e, feliz ou infelizmente, a imagem do corpo curvilíneo e nu invadiu a minha mente em todos os segundos em que estive sob o chuveiro, fazendo com que eu me aliviasse enquanto pensava nela; no calor do seu corpo contra o meu, na forma como ela contraía-se à volta dos meus dedos e estremecia facilmente sob o meu toque... Até o sabor suave e extasiante dos seus fluídos parecia ter se agarrado ao meu paladar.
Eu queria mais dela. Queria fazê-la chegar ao ápice na minha boca, escutar mais do que gemidos contidos e fodê-la até que todo o desejo que sentia por ela evaporasse.
Dando um suspiro profundo, deixei que a cabeça caísse no travesseiro e olhei para o teto, entediado. O som da água chocando contra o piso na casa-de-banho deixou-me sonolento, mas era cedo demais para dormir; tirei um rolo de erva da mochila e o isqueiro, abandonando o cómodo logo a seguir. Após fechar a porta, encaixei a ponta do baseado entre os lábios e acendi a outra extremidade, antes que o aroma do perfume da miúda que tanto me aparecia na mente consumisse o corredor. Com os cabelos cacheados e volumosos soltos, e um vestido de cetim cobrindo o corpo, Ayla chegou ao topo do lance de escadas encarando os próprios pés. Seus olhos cintilaram sob a pouca iluminação quando encontraram os meus, e vi a sombra de um sorriso enfeitar-lhe o rosto bonito.
Controlei a vontade que tive de tocá-la e passei por ela após dar um pequeno sorriso, para logo depois descer os degraus rapidamente enquanto soltava a fumaça. Saí pela porta de vidro na cozinha e me aproximei da piscina, onde Kio mexia no celular distraidamente, fazendo com que me encarasse quando tomei o lugar na cadeira ao seu lado.
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IDRIS
General FictionAyla Costello se achava uma deusa. Sua beleza e corpo atraentes eram chamativos e ela sabia bem disso. Portanto, usava e abusava desses atributos para ter quem e o que quisesse. Não estamos aqui para julgar suas escolhas e nem o seu leve narcisismo...