Ayla Costello se achava uma deusa.
Sua beleza e corpo atraentes eram chamativos e ela sabia bem disso. Portanto, usava e abusava desses atributos para ter quem e o que quisesse.
Não estamos aqui para julgar suas escolhas e nem o seu leve narcisismo...
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Com a última travessa no forno, encostei-me na ilha de mármore no lado oposto ao do Sage, que sorria com a atenção depositada no celular.
Eram dezasseis horas, e eu estava exausta. Não fizemos muito, até porque a festa iniciaria por volta das dezoito e haveria mais bebida do que qualquer outra coisa. Como prometido, ele apareceu para me ajudar, mas não deu assim tanto jeito, já que eu tinha mais experiência e, sinceramente, era uma tortura ter companhia na cozinha. Porém, de uma forma ou de outra, reconhecia que precisava de alguma ajuda.
— Tenho certeza que estás assim por causa de uma mulher... — eu disse, fazendo com que ele erguesse o olhar e sorrisse timidamente — Quem é a sortuda?
— Tu não vais te chatear se eu disser?
— Claro que não. — franzi a testa — Por quê ficaria chateada?
— Porque é uma das tuas amigas...
— A Georgina? — ergui as sobrancelhas — Porque a Kira não pode ser, tu mal a suportas.
Sage revirou os olhos à menção da modelo, o que me arrancou uma gargalhada. Eles não se davam bem desde sempre, porque ele assumia que ela era esnobe e chata.
— Sim, a Georgina.
— Que bonitinho... — sorri, apoiando os braços na ilha e a lateral do rosto pendido para o lado nas mãos — E vocês estão a conversar sobre quê?
— Ah... Eu somente comentei uma foto aleatória que ela publicou no status. — comprimiu os lábios em um sorriso fechado.
— Vocês já conversaram, assim, cara-a-cara? Ela está quase sempre comigo e tu ficas longe de nós quando estamos todos juntos.
— Não... — sibilou — Ah, sei lá... Não sei se ela iria querer conversar comigo, mesmo. Eu não tenho nada demais.
— O que achas que deverias ter?
Sage riu com escárnio, como se a minha pergunta fosse um absurdo.
— Tu andas com ela, sabes do que ela gosta, e que tipo de lugar frequenta... Eu não sou e não tenho nada demais para uma mulher como ela.
O desânimo era notório, e isso me deixou triste. Ele sempre cobrava a si mesmo além da conta e, se gostasse mesmo da Georgina, eu tinha certeza que o receio de aproximar-se praticamente o matava por dentro.
— Nada a ver. Ela é simples...
Não era uma mentira, de todo. Simples ela não era, mas não chegava a ser tão exigente quanto a Kira ou eu. Além disso, Sage tinha condições de vida mais do que boas, mesmo que não fossem exactamente aquelas às quais a loira deveria estar acostumada. Ele limitou-se a forçar uma risada seca e breve antes de espalmar a ilha e levantar-se.
— Eu vou... Tomar um banho antes que chegue a hora de sair. — casualmente prendeu o lábio inferior entre os dentes e apontou para o forno — Tu vais ficar bem sozinha?
