25 | primeiras vezes

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— Tenha cuidado com a escada

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— Tenha cuidado com a escada.

Pressionei os lábios um no outro, oferecendo um sorriso fechado e simples ao Rico, que era o motorista da minha mãe, ou o guarda-costas; eu não tinha como saber, já que sequer falava com ele e o mesmo seguia a mulher para tudo o que fosse canto. Puxei o tecido do vestido um pouco mais para o lado enquanto subia os poucos e largos degraus que antecediam a entrada da casa onde havia uma espécie de baile, respirando fundo para acalmar os nervos.

Naquela noite, trazia um Chanel Gown, Lia Stublla, de tom azul-esverdeado e cintilante. O pescoço era enfeitado por uma gargantilha em camadas discretas, cravejada de diamantes, parcialmente escondida pela estola de pêlo branco. Os cabelos estavam presos, e o meu rosto era delicadamente emoldurado por duas mechas soltas nas laterais frontais. A combinar com o padrão das pedras lapidadas à volta do pescoço, decidi colocar um par de brincos cluster do mesmo material, e uma pulseira delicada em um dos pulsos.

Estava ansiosa, já que seria a primeira vez em que participaria em um evento daqueles, tão grande e sofisticado. Fiquei encantada com a decoração e o luxo que transbordava em cada detalhe, bem como com a música clássica e agradável que soava pelo ambiente.

— Rico, preciso que leves a Ayla até uma das mesas antes de saíres. — Noelle Costello murmurou, e eu entreabri a boca afim de contestar; ela havia prometido que ficaria comigo o tempo todo. Decidi me calar assim que notei o olhar duro e frio que lançou na minha direção, e baixei o meu logo depois — Tenho de tratar de alguns assuntos antes de qualquer outra coisa. Ela tem o convite na bolsa, com o respectivo nome da mesa.

Sem dizer mais nada, afastou-se e eu comprimi os lábios mais uma vez, desanimada, observando-a arrastar a saia do vestido vermelho pelo chão. Não acreditava que ficaria sozinha naquele lugar, sem saber se podia ao menos dar uma volta, já que boa parte dos lugares estavam vazios e eu não teria com quem conversar. Rico pousou uma das mãos nas minhas costas com suavidade, como se fosse partir-me caso pressionasse um pouco mais, guiando-me pelo salão brevemente, até parar e respirar fundo.

— Desculpa, qual é o nome da mesa, mesmo? — indagou. Abri a bolsa clutch com desânimo, tirando o convite do envelope branco com detalhes em dourado.

Nefertiti. — murmurei. Logo, ele passou a prestar atenção às placas dispostas sobre os móveis cobertos por panos de mesa delicados, com o intuito de localizar o meu lugar — O que tu vais fazer tão tarde? Pareceu-me ter ouvido a minha mãe a dizer que sairias depois de me deixares sei lá aonde...

— Vou ao hospital. — respondeu, apressando-se a puxar uma cadeira para que eu sentasse — A minha esposa está em trabalho de parto, então não vou poder ficar.

— Ah... Parabéns pelo bebê.

— Obrigado, senhorita. — sorriu e deu um passo para trás, fazendo menção de ir embora — Preciso ir. Até mais.

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