reencontro

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— Vocês ouviram a dama — disse Mallory.

— Abaixem as armas.

— Daniel! O que está acontecendo?

Eloise estava ao lado da janela, um vaso nas mãos. A raiva de aço nos olhos da mulher.

— O que está acontecendo, minha querida Eloise, é que seu irmão enlouqueceu e não me deixou escolha a não ser consertar tudo. Abaixe isso. Agora.

Relutante, Augusta colocou o vaso na cama

— E como você pretende consertar tudo, seu assassino?

— Limpando essa bagunça toda que eu acabei deixando. — Ele deu um sorriso sombrio antes de puxar Penelope pelo cabelo. — Todo mundo, por aqui.

Penelope foi a primeira a sair para o corredor. Ela tropeçou quando o conde a empurrou em direção à escada — e então congelou.

Colin estava em sua frente, os olhos fervendo em fúria. Ela tinha certeza de que estava alucinando até ele falar baixinho:

— Abaixe-se.

Ela se abaixou e o punho dele disparou no ar, acertando Mallory bem no queixo.

Quando o conde cambaleou, ela correu de volta para o quarto e pulou em cima do segundo atirador antes que ele pudesse fazer mais que abrir a boca.

Philip o atingiu nas pernas e, com o peso de penelope nas costas, o homem tombou para a frente, batendo a cabeça de Philip com força contra a mesa de cabeceira.

O bandido a empurrou e ela se chocou contra o guarda-roupa, torcendo o braço.

Então, o homem empurrou um Philip atordoado para o lado e rastejou em sua direção, praticamente rosnando.

No último segundo, Daphne apareceu em sua frente e o atingiu com um vaso na cabeça. Ele desabou em meio aos sons de porcelana quebrando.

— Belo golpe, Duquesa — elogiou Philip, enquanto tentava ficar de pé.

— Obrigada

Um barulho de tiro ecoou e uma bala passou voando por eles, atingindo a parede.

Penelope ofegou e se abaixou de novo, mas Colin já estava desarmando Mallory.

— Você não vai mais machucar minha família! — rosnou ele, dando outro golpe no conde.

Os dois foram ao chão, e Penelope aproveitou a briga no corredor para se arrastar até a porta do quarto. A boca de Colin começou a sangrar após um soco, mas ele não parecia estar sentindo dor alguma enquanto continuava a desferir golpes em Mallory.

Penelope queria gritar e dizer para o marido ter cuidado, mas não podia arriscar distraí-lo. Então, ela viu o conde puxar uma faca da bota.

— Colin! — berrou ela.

— Espero que saiba como usar isso — rosnou Colin enquanto se esquivava de uma facada.

— Sou bom o suficiente para conseguir acabar com a sua vida e a de sua família.

O conde avançou para cima dele novamente.

No último segundo, Colin se abaixou para então se erguer com tudo e jogar o conde por cima do ombro.

Mallory soltou um grito surpreso antes de rolar de cabeça pelo primeiro lance de degraus e desabar no patamar. Colin saltou para o lado do conde num piscar de olhos e chutou a faca dos dedos inertes do homem.

A cabeça de Mallory estava torcida em um ângulo assustador.

Colin apoiou-se nos calcanhares e pareceu ser tomado por um cansaço e um alívio extremos e repentinos. Ele chegara a tempo, graças a Deus — ou graças a qualquer outra divindade que protegia tolos como ele.

— Ele morreu? — perguntou Simon com uma voz trêmula, enquanto se apoiava no corrimão e massageava um galo feio na testa.

— Sim.

— Ainda tem mais um homem, Colin.

— Não tem. Eu o encontrei na sala de estar e ele não vai conseguir se mexer por um bom tempo.

— Ótimo.

Colin se levantou devagar, sentindo seu corpo e mente exaustos. Penelope estava no topo da escada, toda desgrenhada, fitando-o com uma expressão ilegível pela primeira vez.

Parte dele pensava que nunca mais a veria, certo de que a felicidade que sentira com Penelope nunca lhe seria permitida. Mesmo naquele momento, enquanto a encarava, ele não tinha certeza. Ele havia mentido, insultado e manipulado por muitas vezes. Ela certamente não o perdoaria.
Mesmo assim, ele subiu a escada.

— Penelope — chamou ele.

Ela se jogou em seus braços.

— Colin! — soluçou ela enquanto agarrava seu casaco com força, como se nunca pretendesse soltá-lo. — Você está bem? Me diga que você está bem!

Colin fechou os olhos e afundou o rosto no cabelo da esposa.

— Penelope, eu sinto muito — sussurrou ele. — Me desculpe.

— Nunca mais minta para mim!

— Nunca mais? — repetiu ele, afastando-se um pouco do abraço para encarar os olhos violeta. — Quer dizer que você vai me dar uma nova chance?

— Mas é claro. Eu te amo.

Ele a fitou e, enquanto mergulhava nos olhos dela, sua armadura sombria e desconfiada, que protegia seu interior ferido e cético, derreteu como se nunca tivesse existido.

— Você me ama? — sussurrou ele, como se não acreditasse nas palavras dela. Ele colocou uma mecha do cabelo avermelhado atrás da orelha dela. — Me ama?

Uma lágrima solitária escorreu pelo rosto delicado.

— Sim. Peguei um cavalo emprestado de Sophie. Eu estava indo a Londres encontrar você, mas vi Mallory vindo para cá, então dei meia-volta…

— Você… você se colocou em perigo. De propósito.

— Você também — rebateu ela.

Ele a puxou para um novo abraço.

— Eu te amo — confessou ele, com o rosto apertado contra seu cabelo.

Ela ergueu o rosto e ele a beijou ferozmente.

Penelope Featherigton era dele. Finalmente, por alguma razão milagrosa, ela queria ficar com ele, e Colin não estava disposto a questionar a sabedoria da esposa.

— Colin, preciso contar algo.

— Eu já sei.

Penelope o encarou.

— Você sabia e ainda assim me mandou para cá?

— Não, não, não — respondeu ele depressa, apertando-a no abraço para caso ela tentasse escapar. — Minha mãe me contou ontem à noite.

— Sua mãe?

— Ela me deu um soco e me contou sobre o bebê — explicou ele, beijando-a de novo.

Os olhos Azuis brilharam.

— Sua mãe bateu em você?

Colin assentiu.

— Tive a impressão de que ela estava muito brava comigo. Furiosa, na verdade. Por Deus, Penelope. Você cavalgou da casa de Benedict até aqui? Tem certeza de que está bem?

— Estou agora.

Ele a puxou para mais um beijo.

Just let me adore you (Apenas me deixe te adorar)Onde histórias criam vida. Descubra agora