Quando um não quer...

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《No dia Seguinte 》

— Você não pode estar falando sério

— Penelope, eu nunca falei tão sério. — O Barão Featherigton rodeava repetidamente o sofá no meio da biblioteca a passos tão pesados que as portas de vidro do armário no outro lado da sala tremiam.

— Quantas escapadas deveríamos relevar? Até quando achou que conseguiríamos ignorar seu comportamento ultrajante?

— Vocês podem fazer mais um esforço.

— Penelope!

Penelope estava deitada no sofá com um braço jogado sobre a testa, em sua melhor pose dramática de vulnerabilidade indefesa.

— Foi só um beijo inocente! Pelo amor de Deus, pai.

— Você beijou Colin Bridgerton de uma forma completamente… íntima. Permitiu que ele tocasse você. Em público. Não posso e não vou mais tolerar isso.

— Então você vai me obrigar a me casar com ele? Isso me parece um pouco extremo. Já beijei outros homens, e você nunca…

— Já chega! — Barão Featherigton cobriu os ouvidos com as mãos. — Você não deveria ter beijado ninguém. Mas desta vez, Penelope, você foi pega nos braços de um Bridgerton , sabe que tanto nós quanto eles temos posições importantes em Londres

— Mas…

— Não quero ouvir mais desculpas ou explicações. A menos que ele já tenha fugido do país, você vai se casar com lorde Colin Bridgerton e vai enfrentar as consequências de suas atitudes.

— Você nunca fez nada só para se divertir? — indagou ela.

— Diversão é coisa de criança — disse ele com firmeza. — Você tem 20 anos. Está na hora de se tornar uma mulher adulta. Perdeu a oportunidade de ter um casamento bom com o Lorde Mallory. Qual o seu problema?

— Papai...

— Estou Farto de você.

Ele saiu da sala e foi direto para seu gabinete. Esperaria lá pela chegada de Colin e o Visconde Bridgerton então negociaria o matrimônio.

Penelope suspirou e se atirou novamente no sofá..

— Eu não vou me casar! — gritou para o teto.

O teto não respondeu.

De todas as punições que seus pais poderiam inventar, aquela era a pior possível. Faltava apenas um ano para que ela atingisse a maioridade e pudesse viajar para ajudar qualquer causa que quisesse.
Agora estava amarrada a um casamento arranjado com o homem que ela mais desprezava.

Frustrada, Penelope socou as almofadas do sofá. Sua única esperança era que Colin estivesse tão horrorizado quanto ela com a ideia do casamento — talvez até já tivesse fugido para a Europa ou outra parte do mundo. Ela fechou os olhos e percebeu que estava passando um dedo nos lábios.

Penelope se levantou e fez um juramento para si. Uma mulher não se casa com um homem só porque ele tem um beijo dos deuses. Uma mulher se casa com um homem porque ele é gentil, inteligente, compreensivo, companheiro e espera que a esposa seja mais que um rostinho bonito que passa os dias bordando ou tomando chá com as amigas. Ela não era aquele tipo de mulher e jamais seria uma esposa assim.

《...》

Colin Bridgerton saiu de sua carruagem e subiu os degraus de mármore da Casa Featherigton.

O real problem era preocupante. Na noite anterior, ele ficara totalmente enlouquecido.

Quando Penelope Featherigton o encarou com seus adoráveis olhos azuis cristalinos. Ele não a levara ao jardim para que pudesse questioná-la, mas sim para beijá-la. E se o pai dela e os demais curiosos não os tivessem descoberto, não teria parado nos beijos. Fazia muito tempo que Colin não sabia o que era uma boa companhia. E, que se danasse o mundo, ele queria beijá-la novamente e completar a deliciosa troca íntima que haviam começado.

Just let me adore you (Apenas me deixe te adorar)Onde histórias criam vida. Descubra agora