Me rendendo

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Mansão Basset estava silenciosa e deserta quando Daniel Mallory adentrou o pátio.

Uma égua descansava ao lado da porta, o peito brilhando de suor. Quem quer que tivesse chegado antes deles não teria mais sorte do que o resto da família de Colin Bridgerton — especialmente a maldita esposa, que tinha começado toda aquela bagunça.

— Não matem ninguém até reunirmos todos — ordenou ele enquanto desmontava da sela. — A não ser que seja necessário, é claro.

— Certo, milorde.

A porta da frente estava semiaberta, e Daniel usou o pé para abri-la mais, devagar.

O saguão estava vazio. Ele gesticulou para os três homens entrarem primeiro e os seguiu, fechando a porta atrás de si.
Se alguém tentasse escapar, ele ouviria.

Quando descobrira que, assim como Penelope, Eloise e Philip haviam desaparecido de Londres, ele entendeu tudo.

Colin se achava muito inteligente, pedindo mais pistas sobre Marley, quando, na verdade, estava armando uma emboscada. Daniel até ficou surpreso com a prisão de Marley, mas o estado de seu escritório deixara claro que Colin estava apenas tentando enganá-lo na expectativa de que ele desse um passo em falso. Era uma manobra arrogante que quase havia funcionado.

Mas, assim que percebera que Eloise, Phillip e aquela maldita mulherzinha deviam ter ido para A Mansão Basset, soube o que precisava ser feito.

Colin ainda não tinha nenhuma evidência real contra ele, ou já teria feito a prisão. Um trágico incêndio na casa cuidaria da esposa problemática e distrairia Colin o suficiente para que Daniel tivesse tempo de assegurar a existência de todas as evidências restantes contra Marley.

Se ele fizesse aquilo da maneira correta, seria possível até colocar a culpa do fogo em Colin. O rapaz estava claramente perturbado com a partida da esposa, e a alta sociedade já o considerava um desequilibrado. Daniel se permitiu um breve sorriso. Sim, seria uma ótima maneira de concluir a história.

— As salas da frente estão vazias, milorde — informou um dos capangas, aparecendo ao seu lado.

— Parece que sabiam que estávamos vindo.
Isso vai deixar as coisas um pouco complicadas, mas não impossíveis. Encontre-os. Vamos levar todos para a cozinha.
— Para a cozinha, milorde

— Não é lá que a maioria dos incêndios começa?

《••》

Penelope nunca sentira tanto medo na vida, assim como nunca sentira tanta raiva.
Aquela era a casa da família dela , por Deus, e os homens no andar debaixo não tinham o direito de estar ali.

As pessoas escondidas com ela nos aposentos conectados eram seus parentes e seus criados, e protegê-los era sua responsabilidade. Dela e de Colin.

Mas colin não estava lá, então ela seria a encarregada de proteger os criados e os entes queridos dele. O coração de Penelope estava apertado com a ideia de que algo podia ter acontecido com o marido, mas ela não podia perder o foco agora. Choraria e lamentaria depois. Naquele momento, precisava planejar uma batalha.

— Roman — sussurrou ela.

O valete contornou o guarda-roupa para chegar até ela.

— Não tenha medo, milady. Não deixarei que esses bastardos a machuquem.

— Shh — pediu ela. — Precisamos capturá-los vivos.

Just let me adore you (Apenas me deixe te adorar)Onde histórias criam vida. Descubra agora