flerte no casamento

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A única lembrança que Penelope guardaria de seu casamento seria o brilho. Brilho das contas, das pérolas e das pedras preciosas, que refletiam a luz dos vitrais cintilantes, e das centenas de velas que tremeluziam nos longos corredores.

Ela não chegou a desmaiar, mas faltou apenas uma brisa mais forte para levá-la ao chão.

Todos estavam lá: Incluindo os Bridgertons em massa e também os Featherigtons, sorrindo gentilmente enquanto ela repetia entorpecida as palavras do arcebispo. Aquele evento parecia uma grande farsa. Os convidados não deveriam estar tão animados em comemorar aquela catástrofe.

Quando o arcebispo os declarou marido e mulher, Colin levantou seu véu, e ela pôde ver o brilho nos olhos verdes dele. Então o casamento o alegrava?

Aquilo a trouxe de volta para a realidade, e ela fechou a cara.

— Não fique assim — murmurou ele, acariciando sua bochecha enquanto arrumava o véu. — Não vou decepcioná-la.
— Ele se abaixou e, delicado como uma pluma, roçou os lábios nos dela.

Não era algo que ela imaginava ouvir de um libertino. Aquilo ficou ecoando em sua mente durante a recepção e o baile na Casa Bridgerton.

— Você está lindíssima como noiva.

Ela se virou na direção daquela voz máscula e grave, temendo ouvir outra rodada de votos estúpidos de felicidade.

Quando percebeu que os olhos cinzentos que a fitavam pertenciam a uma figura esbelta, forte e toda vestida de preto, ela relaxou e sorriu.

— Lorde Brucks.

O conde pegou sua mão e curvou-se sobre ela.

— Não sei o que Bridgerton fez para conquista-lá mais eu o acho um sortudo. Ter você só pra ele é meio egoísmo.

— Sempre terá um lugar especial em meu coração Milorde — Penelope sorriu fazendo uma reverência

— Espero que não perca sua essência e vire aquelas mulheres chatas quando se casam.

Ela suspirou ao perceber que o marido estava do outro lado da sala conversando e rindo com alguns jovens que pareciam muito embriagados.

— Nenhum homem manda em mim, gosto de estar sempre no controle da situação

— Hum. Bem, você ainda tem alternativas.

— Como assim?

Conde Brucks deu de ombros.

— Se não está satisfeita, livre-se dele.

Penelope soltou uma risada sincera.

— Essa alternativa não é nada convencional, mas vou pensar no assunto.

Ele acenou com a cabeça, sorrindo brevemente, e então se aproximou.

— Considero você uma amiga, Penelope — disse em voz baixa. — Se precisar de qualquer coisa, fale comigo.

Ela inclinou a cabeça e sorriu Sedutoramente.

— Obrigada, Milorde — disse ela baixinho, erguendo o queixo —, mas acho que a situação está sob controle.

— Acho que ainda não fomos apresentados.

Movendo-se tão silenciosamente que Penelope nem o ouvira se aproximar, Colin pegou os dedos dela e os colocou em seu braço.

Sua atenção, no entanto, estava voltada a Ao Conde Brucks. Se Penelope acreditasse que Colin era capaz de nutrir qualquer emoção, teria jurado que ele estava com ciúme.

Just let me adore you (Apenas me deixe te adorar)Onde histórias criam vida. Descubra agora