Just let me adore you (Apenas me deixe te adorar)

O embate

— Não gosto da ideia de você cavalgando sozinha. São muitas horas de viagem até Londres, e a estrada é cheia de assaltantes.

Penelope deu um beijo na bochecha de Sophie.

— Eu cavalgava sozinha o tempo todo. Além disso, não há ninguém para me acompanhar.

— Insisto que você espere Benedict chegar para te acompanhar Pen..

— Eu vou ficar bem. Preciso fazer isso, Em. Vou mandar que busquem Jenny daqui alguns dias.

Sophie fez uma careta.

— E o que você acha que fará se chegar viva a Londres? Imagino que Colin saiba exatamente o que ele está fazendo.

— Ele pode ser um ótimo espião, mas não faz ideia de como ser um marido — respondeu Penelope enquanto montava em Sheba. — Vou ensiná-lo. E não vou deixá-lo enfrentar Mallory sozinho.

Penelope mal dormira a noite passada, de tanta preocupação.

Será que Colin ficaria tão bravo a ponto de se recusar a acreditar na culpa de Mallory? Se o conde machucasse ou matasse seu marido, ela morreria junto.

Nunca encontraria alguém que aceitaria seu jeito bobo e volúvel tão facilmente quanto Colin, e sabia que nunca seria feliz nos braços de outra pessoa. Se ele não a amava, Penelope o convenceria a fazê-lo. Tinha que haver algo que ela pudesse fazer.

— Está bem, Penelope Bridgerton — disse Sophie em tom sarcástico, apesar de seu rosto preocupado. — Sei que não posso impedi-la. Mas tenha cuidado, Penelope, por favor. Não ceda às vontades tolas de seu coração.

Penelope sorriu.

— Bobinha. É para isso que serve o coração.

Ela deu uma batidinha nas costelas de Sheba, e a égua trotou obedientemente em direção aos portões da casa de Sophie e Benedict

O pensamento a fez pensar em Colin novamente. Ela queria puxar sua orelha e mandá-lo parar de ser tão teimoso sobre protegê-la. Ele poderia muito bem mantê-la protegida em uma caixa, mas, então, não haveria espaço para os dois.

Penelope parou no topo de uma colina. A estrada sinuosa parecia vazia até onde podia ver, e ela respirou fundo para se acalmar.

Se mantivessem um bom ritmo e o tempo não mudasse, ela chegaria em Londres ao anoitecer. Suas costas não gostavam nada da ideia de cavalgar de lado durante todo o dia, mas sua mente não suportava a ideia de ficar longe de Colin, sem saber se ele estava seguro.

— Bom, vamos lá, Sheba…

Quatro cavaleiros apareceram na colina oposta, e o coração dela gelou.

Eles estavam muito longe para que ela distinguisse mais que suas roupas escuras, mas algo sobre o cavaleiro da frente parecia muito familiar.

O coração dela deu um salto, palpitando contra suas costelas enquanto seu sangue gelava. Se aquele homem era mesmo Mallory, alguma coisa devia ter acontecido com Colin.

— Ah não — sussurrou ela, sentindo como se estivesse caindo de um grande abismo.

O grupo não parou na encruzilhada distante e continuou sentido noroeste, ao longo da trilha esburacada. A parte lógica de sua mente reconheceu que eles estavam indo para a Mansão Basset, sem dúvida procurando por ela.

Penelope praguejou enquanto virava sheba para seguir na direção oposta que estivera indo.

Ela podia não estar onde deveria, mas Eloise, Phillip e o restante dos Bridgertons estavam — e eles não tinham ideia da verdadeira identidade de Mallory.