01. 𝐇𝐚𝐩𝐩𝐲 𝐁𝐢𝐫𝐭𝐡𝐝𝐚𝐲

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Apesar de ser uma grande fã dos eventos comemorativos ocasionados somente uma vez ao ano, comemorar o próprio aniversário estava longe de fazer parte das datas favoritas de Louise Henderson. As razões para que a ocasião fosse a maior tortura em sua vida desde nova eram as mais diversas. Primeiro vinha o fato de Cláudia, sua mãe, ter o péssimo costume de convidar todas as crianças que conhecia independente de Lola gostar delas ou não, se alguém do seu trabalho tivesse qualquer parente com idade próxima ou inferior de Louise, a senhora Henderson fazia questão de convidá-los. Segundo motivo era a bagunça que as visitas causavam em sua casa, pois sempre tinha alguma criança ou parente irritante que invadia seu quarto para mexer nas suas coisas, obrigando Louise a se esconder no cômodo ficando trancada até a hora dos parabéns. Terceiro motivo eram os presentes, raramente alguém conseguia acertar os gostos de Lola para brinquedos ou roupas, lhe dando algo que fugia totalmente de sua personalidade e que nunca seria usado.

Com o tempo Louise conseguiu vencer a mãe pelo cansaço e pelas extensas listas de reclamações feitas que duravam dias a fio, principalmente quando algum convidado de sua mãe quebrava seus pertences. Seus aniversários começaram a ser comemorados com um bolinho pequeno apenas para os mais próximos ou como viagens em família para algum lugar divertido escolhido pela menina, nunca festas surpresas ou qualquer coisa do gênero. Por causa desse traço de personalidade da filha, Cláudia ficou extremamente chocada quando Lola fez um pedido inusitado algumas semanas antes do seu aniversário.

— Você quer o que, querida? — Perguntou Cláudia piscando os olhos algumas vezes enquanto tentava digerir a proposta.

— Uma festa. — Respondeu a menina entregando para a mãe algumas folhas de papel — Já preparei tudo, escolhi o tema e os convidados.

— Essa lista tem...

— Vinte e sete pessoas — Louise não deixou a mãe terminar a frase — A tia Joyce disse que empresta a casa dela caso ache que são muitas pessoas.

— O que fez você mudar de ideia quanto a aniversários? — Insistiu Cláudia ainda tentando compreender a situação.

— Sei lá, mamãe. Talvez um tiro — Com um sorriso levemente debochado estampado no rosto, Louise levou a mão até o ombro que outrora estava fraturado. Atualmente o mesmo se encontrava bem apesar da leve dor insistente que aparecia nos dias frios, além de que a cicatriz havia sido coberta com a tatuagem da cabeça do demogorgon, a qual todos que não conheciam a história acreditavam ser uma flor. — Eu acho que deveria comemorar o fato de não ter morrido ano passado.

— O senhor Munson te ajudou com isso? — Cláudia sorriu enquanto lia os nomes dos convidados.

Ela não escondeu a felicidade ao perceber que o primeiro nome incluído na lista era do Eddie Munson ao invés do Jonathan Byers, atual namorado da filha. Não que ela detestasse Jonathan, apesar de acreditar que o relacionamento devia ter acabado logo nos primeiros meses por conta do comportamento do rapaz. Mas porque desde que Louise começou andar com o roqueiro ela parecia outra pessoa. Ela sorria com mais frequência, havia diminuído as lamentações, passava mais tempo fora de casa, não tinha entrado em brigas e era evidente que estava mais feliz. Apesar de muitos o julgarem como má-influencia e dizerem que Cláudia era louca por deixar a filha sair com o sobrinho de Wayne Munson, ela o considerava um bom garoto. O rapaz nunca havia a desrespeitado, sempre trazia Lola para casa nos horários marcados e também era ótimo com Dustin.

— Em partes, mas a ideia foi minha. — Lola deu com os ombros — Então, eu posso ter uma festa com esses convidados e ninguém mais?

— Claro, porque não? — Concordou Cláudia sorridente. Apesar de a lista conter muitos nomes masculinos, ela estava extremamente feliz por Lola desejar fazer algo incomum em seu aniversário e, principalmente, por ter amigos da mesma idade.

𝐇𝐨𝐥𝐝 𝐓𝐡𝐞 𝐋𝐢𝐧𝐞 ────  𝑆𝑡𝑟𝑎𝑛𝑔𝑒𝑟 𝑇𝘩𝑖𝑛𝑔𝑠Onde histórias criam vida. Descubra agora