Os primeiros dias da jornada do grupo foram cheios de aventuras e batalhas, mas estranhamente após o encontro com Geoffrensis, nada mais aconteceu. Já era a manhã do terceiro dia que caminhavam pelas matas sem encontrar algum problema ou enfrentar algum espírito.
Antes, só faziam pausas para comer e acampavam para dormir. Mas agora precisavam parar constantemente, com medo de Kaolin desmaiar. A garota insistia que estava tudo bem, e fazia de tudo para se demonstrar forte, mas ninguém acreditava mais nela. Sentiam que a jovem iria ter um colapso a qualquer momento.
Andavam por um lindo caminho, com muitas flores por toda parte. Apesar da mata relativamente bem fechada, havia alguns pequenos espaços abertos de poucos em poucos metros. O clima estava agradável e a temperatura ideal. Kaolin respirava fundo o ar puro, tão diferente daquele da Cidadela. Tudo parecia em paz.
— Sei que falar dá azar. — Kaolin tinha Lin em sua cabeça.
— Então não fale. — Amana já previa o que a irmã iria dizer.
— Mas tudo esteve tão calmo nesses últimos dias... — Kaolin suspirou. — É até um pouco chato.
— Chato? — Endi gritou indignado. — É maravilhoso!
— Enfim consegui aproveitar a superfície. — Amana falou exaltada.
— Além de não corrermos risco de vida! — Endi cruzou os braços.
— Ninguém mais se feriu. — Amana olhou para o braço de Kaolin.
— Conseguimos ter boas noites de sono. — Endi sorriu alegremente.
— Como pode achar segurança e tranquilidade chatos? — Amana questionou.
— Todos estamos felizes! — Endi choramingou. — Queremos que tudo continue assim.
— É óbvio que não quero ninguém em perigo! — Kaolin revirou os olhos. — Mas uma boa aventura também seria bem-vinda.
— Aventura? — Endi se preparava para retrucar a garota.
— De acordo com meus cálculos, já devíamos ter chegado em Sanozama. — Tokku falou preocupado.
— O que? — Amana se aproximou. — Onde está o mapa?
Tokku tinha o mapa em mãos e o olhava confuso. Havia seguido a direção corretamente. Não fazia sentido estarem demorando tanto para chegar.
— Realmente, fomos para a direção correta. — Amana examinava a posição do sol matutino.
Enquanto ela e o Capitão tentavam entender a situação, Kaolin começou a escalar uma árvore. Ou pelo menos era isso o que ela tentava fazer. Lin olhava a estranha cena à distância.
— O que está fazendo? — Endi observou nervoso.
— Se olhar do alto, talvez dê para ver algo que ajude. — Kaolin tentava se segurar com apenas uma mão.
— Você vai acabar se matando. Deixa que eu faço isso. — Com cuidado, Endi tirou a garota de perto da árvore.
Ele estava mais do que acostumado a escalar pedras e subir em árvores, pois havia feito isso durante toda sua vida. Achava um absurdo quando Kaolin tentava fazer esse tipo de coisa com o braço ainda ferido. Não entendia como alguém podia ser tão teimosa.
Escolheu subir em uma árvore que ficava mais à direita de onde estavam, pois parecia mais alta e mais segura. Lin subiu com ele. Quando chegou no topo, Endi olhou com atenção ao redor, procurando algo que pudesse orientar o grupo.
— Consegue ver algo? — Kaolin gritou lá de baixo.
Endi olhava em todas as direções, mas tudo em seu campo de visão eram árvores e mais árvores. Uma imensa floresta que parecia não ter fim. Não importando para que lado olhasse, havia apenas árvores ali.
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Os Últimos Humanos
FantasyMinha intenção é criar um livro de fantasia com elementos da cultura brasileira. O nome de vários personagens são palavras em tupi, língua falada pelas tribos de povos tupis que habitavam a maior parte do litoral do Brasil no século XVI. E os espíri...