Na manhã seguinte, por algum motivo misterioso, Kaolin foi a primeira a acordar. Junto de Lin, foram até a entrada da caverna e colheram algumas maçãs que estavam bem próximas. Ao retornar, Tokku e Amana despertaram, olhando horrorizados, sem acreditar que Kaolin já estava de pé e com o café da manhã pronto. Acordaram Endi e comeram juntos. Além das maçãs, ainda tinham alguns pãezinhos e água.
— Bem, e agora? — Tokku perguntou mordendo a fruta.
— Vamos na direção do rio Sanozama. — Amana respondeu.
— Estou ansioso para enfim explorar outras partes fora dessa área! — Endi comemorou alegre.
— Temos que lembrar de procurar algum rio para pegar mais água. — Kaolin olhava a garrafa vazia.
Organizando seus pertences, se prepararam para partir, rumo ao desconhecido. Saindo da caverna, o grupo caminhou na direção indicada pelo mapa. Tudo parecia tranquilo. A floresta estava calma, não havia sinal de estarem sendo seguidos e o céu estava lindo. Lin pulava feliz pelas árvores.
Pelo caminho, foram avistando uma grande variedade de pássaros, de todos os tamanhos e cores que podiam imaginar, cada um produzindo um som diferente. Aos poucos, Amana se lembrava de detalhes sobre alguns dos animais encontrados, pois havia lido livros com informações sobre eles. O grupo se alegrava ao ver outros tipos de macacos, mas sempre mantendo distância, não querendo perturbá-los ou causar algum desconforto.
Amana andava e parava, andava e parava. Sempre admirando a natureza ao seu redor. Olhava o sol e as nuvens. Corria para alcançar os amigos. Observava as árvores com frutas maduras e suas folhas balançando ao vento. Apressava o passo para não perder os outros de vista.
Tokku caminhava atento. O rapaz já esteve na superfície em várias missões, para ele era natural não baixar a guarda e estar pronto para qualquer tipo de surpresa. Kaolin se mantinha alerta, pois treinou por anos para isso, mas como era apenas sua segunda vez lá fora, a garota não resistia e observava alegre os detalhes do ambiente.
Sempre que se aproximavam de algum rio ou lagoa, eram surpreendidos pela vasta diversidade de peixes e outras criaturas que lá viviam. O mundo exterior apresentava uma enorme quantidade de seres. Amana ficava ansiosa pensando em todos os outros animais que ainda não conhecia. Ver pessoalmente era bem diferente do que apenas ler livros sobre eles.
Endi se sentia confiante, pois estava em território conhecido. Enquanto estivessem naquela região, ele lideraria e guiaria a todos. Um pouco mais à frente, encontrariam algo que o jovem planejava ansioso mostrar aos outros.
— Vamos! — Endi disse feliz.
Se apressando, chegaram na beira de um pequeno lago. O local era espetacular, rodeado por flores e a água cristalina estava imóvel.
— Endi, essa é...? — Amana perguntou curiosa.
O rapaz fez um sinal positivo com a cabeça.
— A água tocada pelos espíritos! — Os olhos de Kaolin brilharam.
As duas se aproximaram o máximo possível do lago, encarando-o de perto, quase encostando seus rostos na água. Em um movimento praticamente sincronizado, elas olharam para Endi, como se esperassem a aprovação dele. Novamente o rapaz sinalizou positivamente. Amana pegou a garrafa vazia em sua mochila, a encheu com cuidado e provou da água. Kaolin pegou a garrafa em seguida e também bebeu.
No começo, acharam que a água tinha um gosto comum. Mas ao passar pela garganta, parecia mais pura do que qualquer outra bebida que já haviam consumido. Estava fresca e tinha um sabor doce. Apenas um único gole matava toda a sede. As garotas sentiram todo o cansaço, as dores nas costas e nos pés, sumirem. Realmente se sentiram renovadas.
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Os Últimos Humanos
FantasiMinha intenção é criar um livro de fantasia com elementos da cultura brasileira. O nome de vários personagens são palavras em tupi, língua falada pelas tribos de povos tupis que habitavam a maior parte do litoral do Brasil no século XVI. E os espíri...