CAPÍTULO 19 | ΚΕΦΑΛΑΙΟ 19

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"Ousa dizer a verdade: nunca vale a pena mentir.
Um erro que precise de uma mentira, acaba por precisar de duas."

(George Herbert)

ALEKZANDRA

🌻🌻🌻

— Amy? Espere — gritei, mas já era tarde demais, a criança já havia alcançado a maçaneta com a pontinha dos pés e a porta já estava aberta, Amélie ficou parada na porta e Farofa a puxou pelas mangas da blusa de frio quando ela pareceu ficar estática. — Quem é, Amy?

Antes que eu pudesse ver quem era a menina já havia batido a porta novamente vinha rápido em minha direção.

— É uma moça, tia.

Eu a encarei por alguns segundos esperando que ela fosse me dizer quem, mas os olhinhos despreocupados em bater a porta no rosto de alguém me diziam que ela não fazia ideia de quem era. Eu deveria conversar com ela mais tarde? provavelmente sim.

Abri a porta e me deparei com uma mulher, deveria ter entre seus vinte e poucos anos, olhos grandes e amendoados, usava botas e um casaco pesado, provavelmente o frio fora do prédio castigava.

— Me desculpe, minha sobrinha abriu a porta. Em que posso ajudá-la?

— Estou procurando Andréas. — disse, as bochechas coradas enquanto parecia confusa. — Sou da editora, me pediram para acompanhar a estadia da senhorita Galanis e lhe entregar suas roupas para a manhã de pré-lançamento e conversa com a autora.

— Ela está na sala. — disse num tom cordial enquanto lhe dava espaço. — A propósito, Alekzandra, sou a amiga.

Ela parecia nervosa, mas sorriu e balançou a cabeça, no entanto, não demorou muito para que se desse conta de que eu esperava que ela se apresentasse e entrasse no apartamento.

— Oh! Me desculpe... Sou Genevieve Delacroix. — ela ergueu as coisas que carregava, como se estivesse se desculpando por não me cumprimentar adequadamente e eu apenas a incentivei a entrar para que pudesse fechar a porta. Lhe acompanhei até a sala onde Andréas parecia realmente interessada em uma brincadeira com Amélie, a pestinha, usava uma paleta de sombras e um pincel grande demais para recolher apenas um pigmento, mas parecia concentrada em pintar um dos lados do rosto de Andréas. E Farofa parecia estar totalmente confortável deitado próximo a lareira, quase como se fosse um fiel guarda-costas de Amy, mesmo que àquela altura ela já tenha lhe colocado uma travessa de cabelo.

— Amy, o que acha de deixar a maquiagem da tia Andréas para mais tarde? ela tem que trabalhar agora e você precisa de um banho. — chamei quando Genevieve colocou o vestido sobre a poltrona no canto da sala.

Amélie fez um pequeno beicinho, mas acabou cedendo quando Andréas disse que antes de dormir as duas iriam fazer uma limpeza de pele. Andréas se apresentou a Genevive com duas chiquinhas tortas e um lado do rosto totalmente colorido de sombra, a francesa riu enquanto Galanis parecia à vontade com sua maquiagem horrenda.



🌻🌻🌻

Ninguém avisa o quão difícil é tirar uma criança de uma banheira e menos ainda quando ela tem como cúmplice um labrador Depois de uma boa batalha para conseguir tirar Amélie da banheira e de secar Farofa, me dispus a ajudá-la a escolher uma roupa para que pudéssemos sair, mas ela se mostrava exigente em suas roupas. Por quase quinze minutos fui obrigada a assistir Amélie descartar a maioria das roupas e optar por um macacão jeans, galochas e uma blusa de frio cheia de bolinhas. Enquanto Andréas na sala discutia as últimas pendências para a noite de lançamento do seu livro que seria dali a dois dias, não havia porquê não aproveitar o início da noite para buscar comida e passear.

Amor à Grega | ⚢Onde histórias criam vida. Descubra agora