CAPÍTULO 13 | ΚΕΦΑΛΑΙΟ 13

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“Gosto dos venenos mais lentos, das bebidas mais amargas, das drogas mais poderosas, das idéias mais insanas, dos pensamentos mais complexos, dos sentimentos mais fortes… tenho um apetite voraz e os delírios mais loucos.
Você pode até me empurrar de um penhasco que eu vou dizer:
- E daí? Eu adoro voar!”

(Bruna Lombardi)



ATHENA


🌻🌻🌻

A campainha tocou e eu larguei a colher dentro do pote de cereal. Farofa ergueu a cabeça, mas não se levantou.

— Preguiçoso! — Resmunguei ao passar por ele. Havíamos, de fato, estreitado alguns laços, e eu podia dizer que  gostava do cão com tamanho de cabrito.

Puxei as mangas do moletom da universidade Grega que Alekzandra havia frequentado e  juntei os cabelos em um coque mal feito.

— Pois não? — chamei quando meu dedo pressionou o interfone.

— Athena Onassis?

A voz era familiar, mas eu não conseguia associá-la a um rosto.

— Sim. — meu tom era receoso, e se eu estivesse atendendo um jornalista curioso? Isso vivia me acontecendo na faculdade, o título de herdeira de old money não era exatamente uma benção.

— Seu avô a quer na mansão, por favor, desça.

Olhei de soslaio para o calendário pendurado na geladeira engoli em seco, meu avô havia chego na última quinta e era segunda. Eu não poderia adiar mais daquilo e sendo sincera comigo mesma, eu não queria mais.

— Adrian! Há quanto tempo!   — o homem de uns trinta  anos era o novo motorista do meu avô, pelo que eu me lembrava dele mêses atrás ele não era de muito papo e haviam boatos entre os funcionários que Adrian era ex-agente especial da inteligência grega, para mim era pura balela para justificar a tatuagem de medusa do braço esquerdo.

— Senhorita, por favor!

Suspirei e balancei a cabeça, mesmo que ninguém estivesse olhando.

— Vou descer.

Tirei o indicador do interfone e suspirei  cansada, meus olhos cairam em Farofa e eu quis trocar de lugar com ele. Seria gratificante receber carinho entre as orelhas e alguém me dar biscoitos simplesmente por ser fofa. Talvez na próxima reencarnação eu tivesse a sorte de nascer um filhote  fofo de algum cachorro.

Sem escolha alguma eu havia me trocado. Tirado as roupas de moletom e penteado o cabelo, não que eu tivesse realmente me dedicado a uma produção para levar bronca,  para isso apenas jeans e camisa branca off white  e uma bolsa que caberia o suficiente. Me pareceu  uma ótima opção. Deixei biscoitos no pote de Farofa e desci.

Adrian estava encostado no Rolls Royce, o carro que eu secretamente suspeitava que meu avô amava mais que eu.  Em silêncio ele abriu a porta para mim e a fechou depois que eu tomei lugar no banco traseiro.

— Você foi com meu avô para a América Latina. — Pontuei, meu avô era excêntrico ao ponto de tirar da casa principal alguns funcionários e levá-los consigo em suas longas viagens, particularmente achava aquilo uma excentricidade de velho, mas Celeste me olhava feio toda vez que eu abria a boca para aporrinhar meu avô por isso.

— Você sabe por quê ele voltou, Adrian?

— Não sei, senhorita. — apesar de não ser um tom grosso era firme o bastante para me dizer que não iria entrar no mérito de fofocar sobre o que ouvia dentro daquele carro.  Suspirei frustrada.

Amor à Grega | ⚢Onde histórias criam vida. Descubra agora