“Gosto dos venenos mais lentos, das bebidas mais amargas, das drogas mais poderosas, das idéias mais insanas, dos pensamentos mais complexos, dos sentimentos mais fortes… tenho um apetite voraz e os delírios mais loucos.
Você pode até me empurrar de um penhasco que eu vou dizer:
- E daí? Eu adoro voar!”(Bruna Lombardi)
ATHENA
🌻🌻🌻
A campainha tocou e eu larguei a colher dentro do pote de cereal. Farofa ergueu a cabeça, mas não se levantou.
— Preguiçoso! — Resmunguei ao passar por ele. Havíamos, de fato, estreitado alguns laços, e eu podia dizer que gostava do cão com tamanho de cabrito.
Puxei as mangas do moletom da universidade Grega que Alekzandra havia frequentado e juntei os cabelos em um coque mal feito.
— Pois não? — chamei quando meu dedo pressionou o interfone.
— Athena Onassis?
A voz era familiar, mas eu não conseguia associá-la a um rosto.
— Sim. — meu tom era receoso, e se eu estivesse atendendo um jornalista curioso? Isso vivia me acontecendo na faculdade, o título de herdeira de old money não era exatamente uma benção.
— Seu avô a quer na mansão, por favor, desça.
Olhei de soslaio para o calendário pendurado na geladeira engoli em seco, meu avô havia chego na última quinta e era segunda. Eu não poderia adiar mais daquilo e sendo sincera comigo mesma, eu não queria mais.
— Adrian! Há quanto tempo! — o homem de uns trinta anos era o novo motorista do meu avô, pelo que eu me lembrava dele mêses atrás ele não era de muito papo e haviam boatos entre os funcionários que Adrian era ex-agente especial da inteligência grega, para mim era pura balela para justificar a tatuagem de medusa do braço esquerdo.
— Senhorita, por favor!
Suspirei e balancei a cabeça, mesmo que ninguém estivesse olhando.
— Vou descer.
Tirei o indicador do interfone e suspirei cansada, meus olhos cairam em Farofa e eu quis trocar de lugar com ele. Seria gratificante receber carinho entre as orelhas e alguém me dar biscoitos simplesmente por ser fofa. Talvez na próxima reencarnação eu tivesse a sorte de nascer um filhote fofo de algum cachorro.
Sem escolha alguma eu havia me trocado. Tirado as roupas de moletom e penteado o cabelo, não que eu tivesse realmente me dedicado a uma produção para levar bronca, para isso apenas jeans e camisa branca off white e uma bolsa que caberia o suficiente. Me pareceu uma ótima opção. Deixei biscoitos no pote de Farofa e desci.
Adrian estava encostado no Rolls Royce, o carro que eu secretamente suspeitava que meu avô amava mais que eu. Em silêncio ele abriu a porta para mim e a fechou depois que eu tomei lugar no banco traseiro.
— Você foi com meu avô para a América Latina. — Pontuei, meu avô era excêntrico ao ponto de tirar da casa principal alguns funcionários e levá-los consigo em suas longas viagens, particularmente achava aquilo uma excentricidade de velho, mas Celeste me olhava feio toda vez que eu abria a boca para aporrinhar meu avô por isso.
— Você sabe por quê ele voltou, Adrian?
— Não sei, senhorita. — apesar de não ser um tom grosso era firme o bastante para me dizer que não iria entrar no mérito de fofocar sobre o que ouvia dentro daquele carro. Suspirei frustrada.
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Amor à Grega | ⚢
RomanceDepois de ser demitida de uma empresa, que em tese, deveria ser sua Athena Onassis se vê desempregada, solteira e com um ultimato do avô, prestes a viajar para supervisionar a construção da nova sede na America Latina, um processo que levaria um ano...