Amor à Grega | ⚢

CAPITULO 15 | ΚΕΦΑΛΑΙΟ 15

 "Não se pode resolver os problemas
utilizando o mesmo tipo de pensamento
que usamos quando os criamos."
(Albert Eisten)

ATHENA

🌻🌻🌻

Eu tinha um plano, se iria funcionar era outra história, mas eu me apegava a ideia de que aquilo tinha que funcionar era a minha única chance de consertar as coisas e não foder com a vida de Alekzandra, mais do que eu já havia feito. Ainda que eu não me arrependesse de tê-la convencido a aceitar um casamento por contrato, eu não queria que ela sofresse mais do que o necessário. Ela precisava superar tudo aquilo, eu tinha fé que ela iria ficar bem, mesmo que isso significasse que eu estivesse longe demais para vê-la bem. Me encolhi no sofá de Melissa e abraçada à almofada do Yoda, a tevê estava ligada em algum canal de culinária e Melissa tentava copiar o que a apresentadora fazia, isso até um cheiro horroroso de plástico queimado começar a vazar do microondas.

— Droga!!! Athena! Não fique ai parada, abra as janelas os alarmes de incêndio vão disparar!

Não movi um músculo, mas ouvi os passos apressados da minha melhor amiga e logo a brisa fria tomou todo o quentinho do lugar, me virei pro canto do sofá e suspirei.

— Desculpe, estou triste demais para fazer qualquer coisa nesse momento. — Mesmo que eu estivesse fazendo um bocado de drama havia alguma verdade na fala, quatro dias atrás eu havia tomado a decisão mais difícil da minha vida, deixar a mulher que eu amava sem a certeza de que um dia eu poderia tê-la de volta.

Melissa me olhou, apontando uma colher de pau suja de molho de tomate, como se a qualquer momento aquele objeto pudesse virar uma arma.

— Athena Cristina! fazem mais de dois dias que você está deitada no meu sofá choramingando, você disse que tinha um plano, então levanta essa bunda dai e começa a agir! Hoje vamos ao apartamento do Leon, meu computador ficou lá no fim de semana e então vamos descobrir alguns podres, ou seja lá o que você quer, e vai finalmente poder chorar no sofá da casa de Alekzandra Leannou, onde não existe nenhum item de colecionador para você manchar com ranho! — Melissa estava vermelha e ofegante, provavelmente despejar tudo o que viera à sua cabeça não era a melhor opção para o seu fôlego.

Soltei um muxoxo e cobri minha cabeça com uma das almofadas.

— E se eu desistir de tudo e me mudar pro interior da Itália e criar cabras e viver de hortaliças? Há essa altura do jogo Alekzandra deve odiar até a próxima geração da minha próxima geração! — Ao menos era o que eu estaria sentindo se alguém sequer tivesse tido a coragem de olhar na minha cara antes de acabar com tudo em meio a um caos completo.

Melissa realmente me bateu com a colher de pau na cabeça, a dor veio de supetão me fazendo sentar e massagear meu cabelo, agora sujo de molho de tomate. Que caralhos era isso?!

— Você não sabe nem cuidar de si mesma, quem dirá de cabras e hortaliças, vai morrer de fome em duas semanas. — Eu a encarei com um semblante sério, pronta para retrucar, mas antes que eu pudesse falar algo ela apontou para o corredor e sorriu mandona — Athena... Vá tomar um banho. Temos muito o que fazer e vamos ter que almoçar fora. E você quem vai pagar.

Aparentemente Melissa era tão boa na cozinha quanto eu. Era um pensamento pertinente, mas nenhum pouco seguro de ser pronunciado.

— Eu achei que aqui teria o espaço necessário para chorar o fim do meu casamento. — resmunguei me levantando do sofá, eu não queria ficar em casa por dois motivos Celeste e Nikolas, ambos sempre me olhavam como se eu tivesse alguma doença terminal e aquilo estava me deixando ainda mais deprimida.