CAPITULO 8 EXTRA | ΚΕΦΑΛΑΙΟ 8 ΕΠΙΠΛΕΟΝ

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ALEKZANDRA • segunda parte

🌻🌻🌻

Girei o calcanhar e tornei a subir as escadas a porta do meu antigo quarto estava entreaberta, mas estava vazio, o banheiro no fim do corredor tinha a luz acesa e o barulho de torneira ligada.

— Athena?!

Foi preciso mais duas batidas na porta para que eu ouvisse a porta abrir.

— Não vou pedir desculpas. — o tom era irritadiço e os olhos estavam meio marejados enquanto tirava o sangue das mãos, eu não sabia se era dela ou do meu irmão mais velho.

Me encostei na porta e a observei por algum tempo, até que ela terminasse de lavar as mãos e me olhasse direto nos olhos, ainda havia algum resquício de raiva queimando dentro dela e eu podia apostar que, naquele instante,  o estrago no rosto de Theo era maior do que os dedos machucados de Athena Onassis.

— Eu já disse, não vou me desculpar e..

— Não estou aqui para lhe mandar pedir desculpas, Sweetheart, se nem mesmo Caroline o defendeu é porque Theo mereceu o soco. — A interrompi.

O par de olhos escuros me encarou confuso quando dobrei as mangas da camisa rosa que usava e me abaixei para pegar a caixinha de primeiros socorros.

Athena me observou em silêncio, encostou-se na bancada do banheiro e ficou olhando os nós dos dedos machucados, o cenho franzido dizia que a adrenalina havia baixado suficiente para que ela começasse a sentir dor.

— Vem... me deixa ver o que posso fazer.

Sem olhar para ela, tomei suas mãos entre as minhas e observei os dedos machucados, os cortes eram superficiais, nada que fosse grave. Desinfetei os machucados devagar, a ouvindo resmungar dolorida.

— Ele falou de você. — ditou baixo depois de algum tempo, os olhos encarando algum ponto fixo no chão.

— O que ele disse?

Conhecendo bem meu irmão eu sabia que coisa boa não viria de seus lábios, mas gostaria de saber o que levou Athena a perder o controle, além do álcool que corria em seu sangue e lhe deixava mais corajosa que o normal. Havia também o fato de que Athena não tinha mais que um metro e sessenta e cinco, enquanto Theo tinha quase um e oitenta de altura.

— Que você deveria ser o orgulho da família, ele falou algo sobre Arman ter sido uma "chance" para que você se consertasse... depois disso eu não ouvi mais nada e minha mão estava no meio da cara dele. — Sussurrou se encolhendo contra o balcão quando pressionei um dos pequenos ferimentos, eu não podia discordar, Theo havia merecido. — E eu não estou bêbada, quer dizer, não tomei mais que um gole de vinho.

Permaneci em silêncio enquanto terminava de limpar os machucados, naquele curto espaço de tempo e lugar pequeno eu conseguia ouvir a respiração de Athena, o peito subindo e descendo devagar enquanto puxava o ar.

Havia uma onda de lembranças me atingindo, adolescência, juventude e por fim a vida adulta. Houve algum momento do passado em que Theo e eu fazíamos tudo, absolutamente tudo juntos, tínhamos o mesmo círculo de amigos, os mesmos gostos, nossa diferença de idade era pouca o que acarretou em um crescimento próximo.

Ele se distanciou na mesma época em que Soyer se aproximou de mim, na mesma época que experimentei pela primeira vez a maciez dos lábios de outra pessoa, de outra mulher,  sentada no banco de madeira do vestiário de lacrosse. Theo mudou e Caroline nasceu e eu jurei que nunca a faria experimentar o abandono.

Suspirei, levemente cansada enquanto terminava de limpar os dedos de Athena, ergui os olhos finalmente para encarar os dela. Intensos e profundos, mas nenhum pouco arrependidos.

Amor à Grega | ⚢Onde histórias criam vida. Descubra agora