Dezoito

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Após um banho e fazer minhas higienes eu estava recomposta novamente. Fui até meu quarto e coloquei uma calça jeans, uma regata branca, um tênis também branco e desci, já me preparando psicologicamente para os milhares de parabéns que eu iria receber ao longo do dia. Definitivamente, eu odiava aniversários.

Assim que adentrei na cozinha, todos me olharam e eu encolhi meus ombros. Era incrível como após anos eu ainda não conseguia me sentir confortável com essas coisas de aniversário. Eu não sei o que me fez mudar de opinião sobre aniversários, talvez tenha a ver com a minha mãe, mas eu não tinha completa certeza disso e também nunca havia parado para refletir sobre.

— Parabéns, Any! — Heyoon, se levantou e me deu um abraço.

— Obrigada, Yoon. — Sorri.

— Parabéns, Any! — Soraia se levantou me abraçando também — Você é uma menina de ouro!

— Muito obrigada — Respondi sem jeito.

Em seguida veio Carlos, Josh, Noura — sua namorada — e mais uma vez Sofya.

— Parabéns coisinha mais linda — Ela disse apertando minha bochecha enquanto fazia uma voz infantil, o que me fez revirar os olhos.

— Não sei se você percebeu, Sofya Clarke, mas tem várias facas nessa mesa? — Eu disse séria, mas em seguida todos rimos.

Savannah me encarava quase sem piscar, seu olhar era tão profundo que chegava a ser desconcertante.

— Parabéns minha preciosidade, melhor filha do mundo! — Meu pai disse todo bobo e me abraçou forte, começando todo um discurso de pai orgulhoso, enquanto todos nos olhavam sorridentes.

Aquilo me atingiu como um tapa na cara. Quer dizer, acredito que tapa ainda é muito fraco comparado a dor que eu senti, então vamos mudar para um soco.

Enquanto ele não poupava elogios a minha pessoa, eu quase havia transado com sua mulher no banheiro. Realmente, eu era uma ótima filha.

Pensar naquilo após ele ter distribuído elogios, me deixava com uma culpa gigante, mas eu não era ingênua para pensar que aquilo me afastaria de Savannah. Eu não sei o que acontecia quando se tratava daquela mulher, eu só... Não conseguia ignorar o desejo que eu sentia por ela, mas ao mesmo tempo eu não entendia o porque de toda aquela situação.

Por que logo ela? Se ela amava tanto meu pai como dizia, por que se entregava tão fácil? Por que eu não conseguia me afastar? Por que eu a queria tanto.

Que merda, Any. Logo seu pai, que sempre fez absolutamente tudo por você. Era inadmissível o que eu estava fazendo, mas por que mesmo sabendo disso eu não conseguia parar, meu Deus?

Eu precisava conversar com Savannah.

Após todos me desejarem os parabéns, eu me sentei ao lado de Sofya e fiquei o tempo todo em silêncio, até porque o olhar de Savannah estava o tempo todo sobre mim, era constrangedor.

Suspirei, tentando não olha-la mais, mas era difícil sentindo o peso de seu olhar. Argh, como eu odiava aquilo.







Eram quatro da tarde, Sofya estava dormindo profundamente ao meu lado e Sina havia implorado para que eu a ajudasse a ficar com uma pessoa, e essa pessoa era ninguém mais ninguém menos de heyoon jeong.

As duas queriam ficar, mas se tornava algo difícil uma vez que Heyoon não conseguia sair sozinha sem ser acompanhada por Savannah, até porque, ela não sabia onde ficava os lugares, e Savannah agora já estava sabendo um pouquinho mais. Então, decidimos que Heyoon iria sair escondida comigo, quer dizer, qualquer um podia saber, menos Savannah. Pelo menos até o momento em que nós estivéssemos longe dali.

Minha Querida Madrasta | SavanyOnde histórias criam vida. Descubra agora