Vinte e oito

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                POV SAVANNAH CLARKE

Simon me chamou para que eu fosse com ele até seu quarto, para enfim conversamos. Any me contou sobre a conversa que eles tiveram e eu me preocupei, não sou filha dele. Ele não precisa se segurar em relação a minha pessoa, e isso me preocupava.

Entramos no quarto e ele trancou a porta, me sentei na cama e ele fez o mesmo. Encarei-o por alguns segundos esperando que ele começasse.

— Vou dizer a mesma coisa que eu disse para a Any — Ele começou — eu preferia mil vezes ter escutado da sua boca e da dela, do que ter flagrado vocês. Sei que já disse e repito dez mil vezes se for preciso.

— Simon — Eu comecei a falar, mas ele me interrompeu.

— Savannah, desde quando você sente algo por Any?

— Desde o dia que ela quase me beijou. Eu queria me aproximar mais dela, então dei a ideia de assistir um filme, ela topou. E durante uma brincadeiras no meio do filme, ela quase me beijou, mas o meu celular tocou e nós nos demos conta do que estávamos prestes a fazer. No começo não tinha nada além de desejo, algo sexual, mas depois eu comecei a perceber que não poderia ser só isso. Depois, passamos dois meses sem conversarmos direito, e eu percebi que tinha algo errado. Eu sentia muita falta dela, mas não entendia o porque. Então, depois, quando ficamos, percebi que era saudade do corpo dela, do beijo dela, do sorriso dela — suspirei — eu percebi que estava me apaixonando.

— Você fingiu que me amava esse tempo todo, Savannah?

— Óbvio que não, Simon. Antes de começar isso com Any eu era completamente louca por você. Quando eu dizia que queria me casar com você não estava mentindo. Eu gostava para caralho de você. E depois da Any, eu queria acreditar que sim. Deus, como eu queria. Só que a gente não manda no coração, não é tão simples.

Ele suspirou, abriu e fechou a boca diversas vezes e olhou para baixo, depois, voltou a me encarar.

— Não posso negar que estou muito decepcionado. Eu gosto muito de você, Any. Não acho que chegue a ser amor, como eu achava antes. Eu pensei muito sobre tudo, botei meus sentimentos na balança e percebi que mesmo que eu queira, jamais irei amar alguém como amei Patrícia. Não seria capaz, porque ninguém se compara a ela.

— E você acha que eu nunca soube disso, Simon? Mas desde o começo eu gostava demais de você para me afastar por isso. Eu queria te fazer feliz, mas não imaginava que iria me apaixonar por sua filha.

— Você me fez feliz. Eu só tenho um pedido para te fazer,savannah.

— Sim?

— Cuide muito bem da Any, porque caso isso repita com você e ela, eu não vou hesitar em te falar um monte de merda. Eu, tudo bem, mas minha filha não. Eu espero que você a faça extremamente feliz, não me decepcione outra vez. Por favor.

— Nem que eu quisesse muito eu conseguiria me apaixonar por outra pessoa. Eu sou apaixonada por absolutamente tudo em Any, Simon.

— Espero que seja sempre assim. Enfim, era só isso mesmo. Se cuidem, eu vou viajar e volto daqui uns meses, preciso dar uma espairecida.

— Tudo bem. Boa viagem. — Me levantei e sai do quarto, sabia que ele queria arrumar sua mala.

Any estava sentada no sofá, olhando para um ponto fixo, com certeza extremamente nervosa. Exatamente como eu fiquei de manhã. Quando ela percebeu minha presença, se levantou e eu fui até ela.

— Como foi? — Ela perguntou.

— Foi bem. Está tudo certo. Ele só me pediu para cuidar de você e te fazer feliz.

Ela sorriu, e eu colei nossos lábios em um selinho demorado.

Após um tempo, nós estávamos sentadas no sofá, Simon desceu as escadas com uma mala e se despediu, dizendo que em uns dois meses voltava. Quando ele saiu, encarei Any, que também ficou me encarando.

Quem diria que eu me apaixonaria justamente pela filha do meu namorado? Se alguém me dissesse isso antigamente, eu com certeza iria rir e perguntar se a pessoa era louca. É com essa menina que eu quero ficar, é com ela que eu quero passar o resto da minha vida.

Com ela eu quero beijos, abraços, sexo, brigas, sexo de reconciliação, viajar, fazer loucuras, ter uma família. Mas só com ela.

Meu Deus, como eu a amava. Amo. E amarei. Chegava a dar raiva o modo como ela, sem querer, fazia me apaixonar a cada dia mais.

— Obrigada, amor — Sussurrei.

— Pelo que, Sav? — Ela me olhou confusa.

— Por ser essa pessoa incrível. Você me fez conhecer um sentimento que eu achava que conhecia, algo muito maior, que parece que sufoca a gente de tão grande. Any, eu sofri tanto nos dois meses que nós ficávamos afastadas, eu queria você por perto, nem que fosse pra conversar. Deus sabe o quanto eu fiquei mal. Mesmo sabendo o quão errado aquilo era, eu queria você. Precisava tanto.

— Você me enlouqueceu desde o dia em que chegou aqui, Savannah. Puta merda, quando eu vi os seus olhos pela primeira vez senti uma onda de choque por meu corpo, eu não sabia o que estava acontecendo, mas também não imaginava que se tornaria algo tão intenso. Os dois meses que te evitei foram difíceis, você não imagina o quanto. — Suspirei — E não serviram de nada, porque bastou uma vez para ter recaída. Puta merda, Savannah, eu amo você garota!

— Eu também amo você, Any— Sorri, beijando-a em seguida. Any me puxou para o seu colo sem parar o beijo, passei os braços por seu pescoço e ela envolveu minha cintura.

Por mim eu ficaria assim o resto da minha vida, beijando-a sem parar. Aquele beijo era minha paz, era como ir até o paraíso e voltar. Eu realmente amo aquela garota.

Minha Querida Madrasta | SavanyOnde histórias criam vida. Descubra agora