Afraid Of Love (Vondy)

15

Christopher POV

Seis semanas depois...

Minha rotina mudou bastante nessas semanas que se passaram, ter o roteiro que escrevi lido pelos os produtores do estúdio de gravação onde eu trabalho, me fez ser reconhecido e de quebra conseguir me tornar um deles. Foi muito gratificante para mim conseguir realizar esse sonho, tudo graças a força de Emily, se ela não tivesse insistido para levar o roteiro que escrevi as coisas estariam exatamente como antes.

Estávamos na nossa pequena comemoração com o sucesso do primeiro episódio da segunda temporada do programa de TV que eu era assistente de produção. Aproveitamos também, para comemorar o meu roteiro que amanhã já vai começar a ser filmado.

— Oi, como você está se sentindo? — perguntou Emily assim que me viu.

— É difícil definir com palavras, mas eu me sinto muito feliz. — sorri.

— O roteiro que você escreveu começará a ser filmado amanhã! Que felicidade.

— Sim, tudo isso graças a você.

— Graças aos produtores, não podemos esquecer deles. — deu risada e jogou seu cabelo para trás aparentemente envergonhada.

— Sim. Eles tiveram uma grande parcela nessa decisão, mas se você não tivesse ido na minha casa e insistido para trazer aqueles papéis, tudo estaria como antes.

— Nisso você tem razão, mas vamos aproveitar e comemorar ein.

— Claro! — sorri e brindamos.

Algumas horas depois já estavam todos saindo do local onde estava acontecendo a comemoração, fui em direção ao meu carro para ir embora.

— Christopher, você já vai? — perguntou Emily que veio correndo até mim.

— Sim, estou cansado e quero descansar para amanhã.

— Então, tenha uma boa noite. Te vejo amanhã no estúdio!

— Obrigado Emily, desejo exatamente o mesmo para você. Até amanhã! — nos despedimos com um abraço e eu entrei em meu carro.

No caminho de volta eu senti que apesar das novas oportunidades, nem tudo estava como antes. Senti falta de ter Dulce ao meu lado, conversando e gostaria de ter contato para ela sobre a minha conquista no trabalho. Mas além das oportunidades e das mudanças, nem tudo acontece como a gente gostaria. Só resta aprender a aceitar.

Dulce POV

Mais seis longas semanas foram embora, eu continuei com a minha vida que ultimamente andava muito devagar. Algumas vezes ainda me atrevi a sair com o Jack, mas nada era como estar com o Christopher e isso me fazia pensar que eu estava me envolvendo demais. Minha irmã vai se casar dentro de mais algumas semanas, implorando pela minha presença e ainda tenho que receber minha mãe.

Estávamos eu, Anahi, Maite e Lilly no quarto conversando como se fossemos apenas quatro amigas no ensino médio. Eu estava presente ali, mas ao mesmo tempo parecia que eu me encontrava em outra dimensão. Quase não expressei opinião em nenhum dos assuntos que estavam sendo comentados por elas, eu só conseguia pensar no que eu estava sentindo e no quanto isso me fazia questionar tudo.

Por um momento eu preferi sair dali, já estava ficando tonta de tanto ouvir elas conversarem e darem risadas. Fui até a cozinha beber um pouco de água e nesse momento foi inevitável não soltar longos suspiros em busca da agonia no coração dar uma trégua, acabei me assustando quando percebi que Lilly estava me observando na porta da cozinha.

— Feliz? Você conseguiu me assustar. — peguei o copo com água e puxei uma cadeira para me sentar.

— Deixei as meninas no quarto por um instante para vir falar com você, percebi que você andou meio distante da conversa — sentou-se ao meu lado.

— Eu estava mesmo, andei pensando...

— No Christopher? — deduziu.

— Sim, eu não consigo deixar de sentir falta dele.

— Já te disse o que penso sobre isso, mas você se recusa a aceitar os fatos.

— Eu não consigo aceitar que eu talvez, esteja me apaixonando por alguém.

— O que tem demais nisso? O amor é lindo.

— Lindo para as pessoas que nascem destinadas a isso, eu não sou uma delas.

— Fala isso por que?

— Uma vez eu pensei que havia conhecido o amor, mas foi apenas uma ilusão.

— E foi por isso que você resolveu não tentar novamente?

— Sim, para não ter que sentir a dor da decepção mais uma vez.

— Não pode desistir porque deu errado uma vez, precisa tentar.

— Eu gostaria que tivesse acontecido só uma vez, mas infelizmente não foi assim.

— Entendo que quando você se machuca muitas vezes, automaticamente você escolhe não voltar para o sofrimento. Só que pensar dessa forma não significa que na próxima vez irá acontecer de novo.

— Sim, mas eu consigo mais entende. Não quero correr o risco de ter outra relação acabando mal, eu não sirvo pra isso.

— Não importa o que eu diga, você já se convenceu disso.

— Exatamente, não adianta tentar me convencer do contrário. — tomei o resto da água que havia no copo.

— Sei que não posso mudar seus pensamentos, mas pense no que eu acabei de te falar.

— Vou pensar sim, mas não acho que a minha opinião irá mudar.

— Tudo bem. — assentiu e foi embora.

Alguns segundos em silêncio e eu senti a garganta dar um nó, engoli em seco e senti a primeira lágrima cair. Era uma espécie de dor que eu prometi para mim mesma não me permitir sentir de novo, mas eu já estava tomada por essa sensação e nada poderia mudar aquele momento. É como se tudo que eu acabei de falar se passasse na minha frente, como se eu estivesse vendo todos os momentos de tristeza, agonia e solidão que eu passei. Como se cada ilusão que eu me apeguei estivesse de volta em minha mente, eu consegui sentir tudo novamente e foi doloroso lembrar.