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Christopher POV

Abri os olhos devagar e vi que estava sozinho em minha cama, então pensei que Sarah havia ido embora sem me avisar. Fiquei sentado e vi ela sair do banheiro enrolada em uma toalha, logo pegou suas roupas que estavam espalhadas pelo o chão e começou a se vestir sem dar uma palavra.

— Você já vai? — quebrei o silêncio.

— Sim. — respondeu apenas.

— Então, foi apenas para isso que você veio aqui?

— Não fui óbvia? Obrigada por isso meu bem, mas tenho que ir. — disse indo para a frente do espelho, observando seu cabelo.

— Achei que íamos passar mais umas horas juntos.

— Está brincando?

— Tenho cara de quem se está brincando? — perguntei e ela arqueou as sobrancelhas parecendo estar confusa.

— Me diz você. — cruzou os braços.

— Quando você disse que queria vir me ver, achei que seria para conversar sobre algo ou querer passar um tempo comigo.

— A gente transou, você não gostou?

— Gostei, mas eu achei que você quisesse ficar.

— Isso não vai dar certo.

— Como assim? — perguntei confuso.

— Está tudo sob controle, não tem problema nenhum e você logo começa com uma discussão.

— Eu falei algo tão absurdo assim? Você acha que eu só me interesso por sexo?

— Sim, depois disso não sobra muitas coisas pra gente fazer.

— Eu não estou te entendendo Sarah, você não tá falando nada com nada.

— Eu vou embora, a gente conversa sobre isso outra hora. — disse e eu assenti.

Ela veio até mim e se aproximou para me dar um beijo, vi ela sair e bater a porta. Me deitei novamente e fiquei olhando para o teto tentando entender o que acabou de acontecer. Depois disso acabei pegando no sono novamente e acordei no dia seguinte, tomei um banho e desci para tomar café.

— Bom dia, filhote! — disse meu pai ao entrar na cozinha.

— Bom dia. — respondi desanimado.

— Aconteceu alguma coisa? — sentou-se em frente a mim enquanto colocava um pouco de café em uma xícara.

— Não sei se quero falar disso.

— Qual é o seu problema em desabafar com seu pai?

— Preciso mesmo responder? Isso não importa, esquece pai. — voltei atenção para as torradas em minha mão.

— Vai trabalhar hoje? — insistiu nas perguntas.

— Sim, não vejo a hora.

— Hoje você não está de bom humor. Vou te deixar em paz, pelo menos por enquanto. — levantou-se e foi embora com a xícara na mão.

É óbvio que não tenho uma relação tão boa como gostaria de ter com meu pai, ele insiste em saber todos os mínimos detalhes da minha vida e isso me incomoda um pouco. Sim, ele é meu pai, mas isso não quer dizer que preciso falar tudo para ele. Afinal eu sou adulto.

Dei um longo suspiro, peguei meu celular e nenhuma mensagem de Sarah desde de ontem. Peguei meu carro e fui para o estúdio, afinal mais um dia de trabalho me esperava e não importa quantas coisas estejam perturbando minha cabeça no momento, o cenário e as demais coisas precisavam estar em ordem.

Foi difícil prestar atenção no que eu tinha que fazer, todo tempo eu estava me fazendo perguntas. Organizei tudo o mais rápido que pude para poder sair mais cedo de lá e tentar esfriar a cabeça. Pensei em ir na casa de Sarah tentar conversar, mas talvez isso fosse ser invasivo demais e não era o que eu queria. A conversa de ontem foi bem confusa e eu não entendi muito bem aonde ela quis chegar. Decidi ir direito para minha casa, fui direto para a cozinha beber algo e depois tomar um banho e ficar atoa no meu quarto.

— O que faz em casa tão cedo, filho?

— Terminei de organizar tudo antes do horário e decidi vir pra casa.

— Está chateado por causa da sua namorada?

E lá vem ele com suas inúmeras perguntas...

— Sim, mas eu não quero falar sobre isso com o senhor. Afinal, eu... — vi Sarah aparecer na cozinha apenas de lingerie.

— Christopher? — ficou estática.

— O que você tá fazendo aqui? — perguntei.

— Ela veio atrás de você , mas como você não estava...

— Você aproveitou e fez companhia pra ela não é? Caramba pai, você viu que eu estava chateado e ainda teve a cara de pau de me perguntar por ela. — dei um tapa em minha testa.

— Desculpe filho, eu não tinha a intenção.

— Claro que não tinha, você nunca tem! — comecei a ficar alterado.

— Apenas aconteceu.

— Porra. — passei a mão por meu cabelo tentando não me alterar ainda mais.

— Eu posso explicar. — disse Sarah.

— Não preciso que me expliquem nada! A situação aqui já fala por si só.

— Christopher você está estressado, tente se acalmar e conversarmos.

— Eu não quero conversar, porra! Só quero que me deixe em paz. Transar com a minha namorada? Puta que pariu, foi demais.

Sai da cozinha indo em direção as escadas que me levavam para o corredor, Sarah tentou impedir que eu subisse.

— Eu não quero mais nada com você! Tá ouvindo? Isso não tem perdão.

— Sinto muito, a última coisa que eu queria era te magoar. — disse com a voz embargada.

— Para de mentir porque eu sei que você não pensou em mim, pensou apenas em você. Naquilo que era conveniente.

— Christopher! — meu pai gritou.

— Você é o último com quem eu quero conversar, me deixa em paz! Não venha com mais mentiras e perguntas idiotas.

Subi as escadas indo em direção ao meu quarto, tranquei a porta e coloquei as duas mãos na cabeça. Estava sendo difícil acreditar que aquilo era real, meu pai havia transado com minha namorada.

Comecei a jogar tudo que via pela frente no chão, gritei e chamei vários palavrões na tentativa de amenizar um pouco a minha dor. Primeiro as comparações e agora essa traição, eu estava completamente alterado e sem cabeça para pensar em mais nada.

Fui até a janela do meu quarto e vi Sarah indo embora, meu pai estava se despedindo dela. Voltei para trás e continuei a gritar, dei socos na cama e fiquei de joelhos chorando. Eu precisava colocar toda raiva para fora, isso era pouco para tudo que eu estava sentindo naquele momento.

Afraid Of Love (Vondy)Onde histórias criam vida. Descubra agora