Di Angelo | A maldição de Atlas

9.Peço um favor ao filho do deus do mar

P.o.v.Nico di Angelo

Não tenho certeza por quanto tempo dormi.Não muito mais que quatro horas, com certeza.

Quando acordei todos do chalé 11 estavam no mundo dos sonhos.Andei silenciosamente até a janela perto da minha beliche e observei o acampamento que ainda estava escuro. Olhei para o chalé de Ártemis e me surpreendi quando vi duas meninas saído do chalé. Estava escuro por isso não consegui destituir as figuras, mas quando escutei as vozes percebi quase que imediatamente quem eram: Bianca e Zoë Nighshade. Consegui trocar de roupa e colocar um casaco antes de me esgueirar para fora do chalé.

Segui as duas da forma mais discreta e quieta possível. Quando dei por mim elas estavam entrando no pavilhão do refeitório então parei nas escadas e agachei escondido atrás de uma das colunas.

Nem havia amanhecido. Não estava nem perto do horário do café da manhã. O que elas estavam fazendo ali?

-Não pode ser curada — disse Zoë. —Pelo menos não depressa.

-Mas como aconteceu? — perguntou Bianca.

-Uma brincadeira boba — grunhiu Zoë. — Aqueles irmãos Stoll, do chalé de Hermes. Sangue de centauro é como ácido. Todo o mundo sabe disso. Eles borrifaram a parte interna daquela camiseta do Tour de Caça de Ártemis.

-Isso é terrível!

-Ela vai sobreviver — disse Zoë. — Mas vai ficar acamada por semanas com urticárias horríveis. Não tem como ela ir. Agora somos eu... e você.

-Mas a profecia — disse minha irmã — Se Febe não pode ir, somos apenas quatro. Vamos ter de escolher outra.

-Não temos tempo — replicou Zoë. — Precisamos partir à primeira luz da manhã. Isto é, imediatamente. Além disso, a profecia disse que perderíamos um.

-Na terra ressecada — lembrou Bianca —e esse lugar não pode ser aqui.

-Talvez seja — ponderou Zoë, embora não parecesse convencida. — O acampamento tem limites mágicos. Nada, nem mesmo as condições meteorológicas, entra sem permissão. Poderia ser uma terra ressecada.

-Mas...

-Bianca, me escutai. — A voz de Zoë estava tensa. — Eu... eu não sei explicar, mas tenho a sensação de que não devemos escolher outra pessoa. Seria perigoso demais. Ela teria um fim pior do que o de Febe. Não quero que Quíron escolha um campista como nosso quinto companheiro. E... não quero pôr em risco outra Caçadora.

Bianca ficou calada por alguns instantes.

-Você devia contar a Thalia o resto do seu sonho.

-Não. Não ajudaria em nada.

-Mas se suas suspeitas estiverem corretas, em relação ao General...

-Tenho a vossa palavra de que não falaríeis sobre isso — cortou Zoë. Ela parecia de fato aflita. — Vamos descobrir logo. Agora vinde. O dia está raiando.

Sai rapidamente do caminho delas de uma forma que ainda pudesse ve-las. Por algum motivo enquanto descia as escadas Zoë ficou imóvel, os olhos se estreitando. A mão dirigiu-se ao arco, mas nesse momento Bianca disse:

-As luzes da Casa Grande estão acesas. Depressa!

E Zoë a seguiu, deixando o pavilhão. Respirei fundo e estava prestes a sair correndo atrás de Bianca, mas fui interrompido.

-Espere.

Eu quase escorreguei nos degraus cobertos de gelo quando girei para dar de cara com Percy Jackson. Meu estômago gelou.