16.Passamos a noite em um Lexus

124 18 7
                                    

P.o.v. Bianca di Angelo

Estávamos atravessando o Potomac quando avistamos o helicóptero. Era um modelo militar, preto e reluzente, exatamente como o que tínhamos visto em Westover Hall. E vinha em nossa direção.

–Eles conhecem a van -Percy alertou- Temos de nos livrar dela.

Zoë deu uma guinada para a pista de maior velocidade. O helicóptero se aproximava.

–Quem sabe os militares não o derrubam- disse Grover, esperançoso.

–Os militares provavelmente pensam que é um dos deles - Percy ponderou. -Por falar nisso, como é que o General pode utilizar mortais?

— Mercenários — respondeu Zoë com amargura. — É abominável, mas muitos mortais lutam por qualquer causa desde que sejam pagos por isso.

— Mas será que esses mortais não veem para quem estão trabalhando?Não percebem todos os monstros à sua volta?

Zoë sacudiu negativamente a cabeça.

— Não sei o quanto eles veem através da Névoa. Mas duvido que teria importância para eles se soubessem da verdade. Às vezes os mortais podem ser mais horríveis que os monstros.

O helicóptero continuava a se aproximar, fazendo um tempo muito melhor do que o nosso em meio ao trânsito de Washington.

Thalia fechou os olhos e rezou com afinco.

— Ei, Pai. Um relâmpago agora viria bem a calhar. Por favor...

Mas o céu continuava cinza, vertendo neve. Nenhum sinal de uma bem-vinda tempestade de raios.

–Lá adiante!-Me pronunciei. - Aquele estacionamento!

–Vamos ficar encurralados - disse Zoë.

–Confiem em mim - repliquei.

Zoë atravessou duas pistas em alta velocidade e entrou no estacionamento de um centro comercial na margem sul do rio. Todos deixaram a van e me seguiram, descendo alguns degraus.

–Entrada do metrô - informei-Vamos para o sul. Para Alexandria.

–Qualquer coisa — concordou Thalia.

Compramos tíquetes e passamos pelas roletas, olhando para trás, à procura de qualquer sinal de perseguição. Alguns minutos depois, estávamos a salvo, a bordo de um trem que seguia para o sul, afastando-nos de Washington. Quando o trem veio à superfície, vimos o helicóptero circulando o estacionamento, mas ele não veio atrás de nós.

Grover deixou escapar um suspiro.

–Bom trabalho, Bianca, pensar no metrô.

Sorri satisfeita.

–É, bem, eu vi aquela estação quando os gêmeos e eu estivemos aqui no verão passado. Lembro de ter ficado surpresa ao vê-la, pois ela não existia quando morávamos em Washington.

Grover franziu a testa.

–Nova? Mas aquela estação parecia muito velha

–Também acho - concordei. - Mas, acredite, quando éramos pequenos e morávamos aqui, não havia metrô.

Thalia debruçou-se no banco.

— Espere um pouco. Não havia nenhum metrô?

Assenti. Todos me olharam confusos.

–Bianca -disse Zoë. - Há quanto tempo...

Sua voz falhou. O ruído do helicóptero estava ficando mais alto novamente.

Di Angelo | A maldição de AtlasOnde histórias criam vida. Descubra agora