21.O ferro-velho dos deuses

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P.o.v.Bianca di Angelo

O restaurante mexicano havia desaparecido.Nos encontrávamos de pé, no meio do ferro-velho, com montanhas de sucata de metal se estendendo em todas as direções, Percy estava lá, bem. Suspirei.

–O que aconteceu?- Grover perguntou.

–Quem estava na limonsine?- perguntou Thalia.

–Afrodite.- Percy respondeu.

–O que ela queria com você? — perguntei.

–Ah, hã, não sei bem- o garoto respondeu. - Ela mandou ter cuidado no ferro-velho do marido. Disse que não pegássemos nada.

Zoë estreitou os olhos.

–A deusa do amor não faria uma viagem somente para vos dizer isso. Tende cuidado, Percy. Afrodite tem desencaminhado muitos heróis.

–Pelo menos uma vez eu tenho de concordar com Zoë -disse Thalia - Você não pode confiar em Afrodite.

–Então - disse Percy- como saímos daqui?

–Naquela direção - respondeu Zoë.- Aquele é o oeste.

–Como você sabe?

Ela lançou um de seus olhares mortais para Percy.

– A Ursa Maior fica ao norte - explicou ela –o que significa que aquele só pode ser o oeste.

Ela apontou para oeste, e então para a constelação setentrional.

– Ah, sim- ele disse- As tais das ursas.

Zoë pareceu ofendida.

–Tende respeito. Era uma ótima ursa. Um adversário digno.

–Você fala como se ela fosse real.

Se eu não tivesse tão exausta física e emocionalmente eu talvez debatesse, de qualquer forma Grover interveio.

–Pessoal Olhem!

Havíamos chegado ao topo de uma montanha de lixo. Pilhas de objetos de metal cintilavam à luz da lua: cabeças quebradas e cavalos de bronze, pernas de metal de estátuas humanas, carruagens esmagadas, toneladas de escudos e espadas e outras armas, ao lado de peças mais modernas, como carros que brilhavam em tons de dourado e prateado, geladeiras, máquinas de lavar e monitores de computador.

–Uau -exclamei.- Aquelas coisas... algumas parecem ouro de verdade.

–E são - disse Thalia em tom sombrio.- Como disse Percy, não toquem em nada. Este é o ferro-velho dos deuses.

– Ferro-velho? - Grover pegou uma bela coroa feita de ouro, prata e pedras preciosas. Estava quebrada de um dos lados, como se tivesse sido rachada por um machado.- Você chama isso de ferro-velho?Ele deu uma mordida na ponta e começou a mastigar. - É delicioso!

Thalia deu-lhe um tapa, tirando a coroa de suas mãos.

–Estou falando sério!

–Olhem! - falei. Desci o monte correndo, tropeçando em espirais de bronze e pratos de ouro. Pegou um arco que brilhava como prata ao luar. - O arco de uma Caçadora!

Eu gritei de surpresa quando o arco começou a encolher e tornou-se um grampo de cabelo na forma de uma lua crescente.

–É igual à espada de Percy!

O rosto de Zoë estava soturno.

–Deixai isso, Bianca.

– Mas...

Di Angelo | A maldição de AtlasOnde histórias criam vida. Descubra agora