“- Você é o Escolhido: nascido no manto dos Deuses, protegido mesmo dentro do útero, velado desde o nascimento.”— Lua de Sangue.
1.780 d.L.S | Agosto, Vigésima Terceira Lua do mês, Verão
O tempo corria e se esgotava a cada novo alvorecer, Jeongguk não sabia se ainda poderia creer em alguma salvação divina ou dignidade dos deuses consigo.
Não sabia o que o futuro lhe guardava, se seu sangue iria ser guardado em diversos frasquinhos e disputado pelos interessados em seus efeitos, se ele seria disputado após todos descobrirem que a cura era a si, que o que sempre buscavam estava ali, bem na frente de todos.
Dalila desconfiava do desinteresse de Aloysia pela cura, e isso foi motivo suficiente para levá-los em uma guerra civil, guerra esta que sempre esteve presente entres os reinos do Sul e Norte, de forma pacífica ou não.
O matrimônio entre reinos vizinhos de Aloysia era uma estratégia infalível, pois você ganhava ainda mais aliados a guerra, mais soldados. Era comum o ódio por Dalila entre os reinos do Sul, então porque não tornar o ódio em comum em motivo de união, matrimônio e aliados. Minseok havia tomado medidas drásticas que iam contra todos os seus preceitos, iria e deveria casar seu filho com outro homem.
Infelizmente o ano próspero de nascimento do filho não houve uma mulher sequer nascida entre as cortes reais, não uma que pudesse se tornar rainha. Queria aliados fortes o bastante, e como todas mulheres ainda não tinham a idade completa para um casamento a pressas, se viu sem saída. O povo achava estranho essa pressa toda em casar o jovem Mestre, mas ninguém ousava retrucar, tirar sarro ou questionar o rei sobre isso.
Eles aceitaram, pela própria vida deles que estava em jogo, precisavam vencer a guerra.
E naquele instante, naquela sala de jantar ao olhar para todas as roupas requintadas que vestia, a decoração ao seu redor e a comida farta em sua mesa, se sentiu culpado.
Culpado por não conseguir fazer nada, por ter provocado o início de uma guerra e por rejeitar tantos pretendentes por puro egoísmo e não ter assim ajudado o seu povo. Aquele que passa fome nas ruas, trabalha dia a noite e mal têm uma cama para poder dormir em paz. E agora com a guerra, tudo tendia a piorar.
Sentiu um nó se formar em sua garganta ao tentar respirar fundo, mantendo a calma, não poderia surtar, não ali, não agora.
Aqueles olhos negros lhe perseguiram, Jeongguk sabia que ele sentia, sentia o seu desconforto repentino e sua respiração mais nervosa tentando se acalmar. As orbes lhe chamaram a atenção, e com apenas um piscar lento Jeon entendeu que aquilo era um sinal para que se acalmasse e voltasse a realidade.
— Yun Jaehyung! - Minseok disse alto o suficiente para que Jeongguk voltasse a realidade, aquela em que fingia estar bem. — Me diga, o que está achando dos dias em nosso reino? - Sentou-se novamente em sua cadeira, bebericando a taça de vinho.
Falsa saciedade.
— Serei eternamente grato pela estadia a mim e a minha família, Aloysia é tão linda quanto contam as antigas histórias. - Disse o moreno entusiasmado ao seu lado, esse que olhou para os pais logo em seguida do outro lado da mesa. Um jantar em família, e Taehyung estava ali, suportando.
Era sua função na realidade, servir aos Jeon até seu último suspiro ou até quando ainda fosse digno de seu posto. Mas aquilo, aquilo era estranho para Taehyung que não sabia muito bem lidar e identificar sentimentos.
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Lua de Sangue | kth + jjk (taekook)
VampireTAEKOOK | VAMPIRE!AU | ROMANCE | SLOW BURN Jeon Jeongguk é o herdeiro primogênito do reino de Aloysia, um reino onde há vampiros no poder desde a primeira Lua de Sangue, onde se deu origem ao primeiro homem imortal, Micael. Porém, Jeongguk é um h...