"Run For Cover"

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"Everyone wants someone to hold a mirror that shows the right image of you."

ㅡ Daisy Jones and The Six.



Meus pulmões pareciam querer gritar ou entrar em combustão pelo ar cortante que entrava pela narinas. Corria sem parar pela  floresta, me debatendo entre galhos que arranhavam meus braços e desviando das flechas que tentavam acertar minhas costas, pelo menos os treinos com meu pai haviam tido algum valor.

Não sabia o que acontecera com Taehyung, não tive tempo a não ser correr e ouvir o som da espada cortando o ar ao provavelmente embainhar um dos inimigos.

Não fazia ideia de quem poderia ser o potencial inimigo, e nem me dei o trabalho de ocupar minha mente com isso, precisava me esconder. Corri com mais determinação além da floresta em direção ao rio, o barulho do córrego ocultaria meus passos na floresta.

O manto preto que pendia em meus ombros se prendeu em um dos galhos, me fazendo tropeçar pelo impacto do freio, rolei pela grama até minhas costas baterem contra uma árvore. Suspirei ardido, com o ritmo descompensado me pondo de joelhos, quando vi uma figura máscula em minha frente.

Poderia jurar que seria um humano, a não ser pela face deformada, a qual aparentava ter sido derretida e marcada com um carimbo de ferro quente no centro da testa, a estrela do norte. Meus ossos se contraíram ao encarar a criatura em minha frente que grunhia sons abomináveis, não havia nada de humano naquilo.

Estava em desvantagem, sem arma alguma para me proteger, enquanto a criatura parecia sorrir travessa ao seu banquete. Não hoje, nem nunca.

Avancei contra a besta, desviando do ataque da ceifadora que poderia ter me arrancado a cabeça. Lhe encalcei por trás, chutando os joelhos que fizeram a besta cair com eles ao chão, sem dar brecha alguma a empurrei contra a grama úmida arrancado a ceifadora de suas mãos, enterrando-a em seu peito. Sangue preto escorreu pela terra, Bruxas do escalão Norte, aquelas criaturas eram Bruxas de Dalila.

Passei voltar a correr, até que encontrasse um chalé no meio da floresta, com aparência aconchegante demais para se estar tão isolado da aldeia. Precisava me esconder, certamente as besta voltariam ao perceber que uma das suas havia sido morta.

Bati na porta, uma, duas, três vezes até que uma mulher de cabelos negros ondulados a abriu com cautela, segurando em sua mão uma estaca de ferro, contra Bruxas. Quando olhou para meu rosto me empurrou para dentro em desespero e trancou a porta rapidamente.

ㅡ O que faz sozinho a noite em Alya? Está louco? - A mulher esbrangiu furiosa, largando a estaca em cima da mesa enquanto acendia os candelabros do chalé.

ㅡ Tinha que falar com um amigo, não achei que... isso fosse acontecer. - Falei com calma, tentando recuperar o ritmo do diafragma.

ㅡ Dalila está com suas sentinelas quase completas, estão reconhecendo terreno pelos ares. Alya não é um local seguro para você Jeongguk. - Ela disse assoprando o fósforo que agora quase queimava seu dedo, encarando meus olhos em meio aquele breu. ㅡ Sua mãe me esfolaria viva se o visse por aqui, ainda mais sozinho em tempos de guerra.

ㅡ Você é mais essencial viva do que esfolada para minha mãe Yrene, não se preocupe. - Me sentei no tapete da sala a frente de um dos candelabros, vendo ela ajustar o vestido roxo ao se sentar em frente largando um dos candelabros ao seu lado.

ㅡ Ser curandeira da sua família não me garante a vida. - Retrucou teimosa, os olhos verdes serenos pareciam querer me engolir por completo.

ㅡ Por que Bruxas? E por que atacaram? - Perguntei a encarando, tentando obter respostas o suficiente para aquela confusão.

Lua de Sangue | kth + jjk (taekook)Onde histórias criam vida. Descubra agora