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Já era noite quando ele chegou.

— Mãe? — Hermione sussurrou no corredor escuro. Ela sempre odiou essa sensação: tarde da noite, acordada e sozinha, ouvindo coisas. Sua varinha estava quente em seus dedos, mas o pavor tomou conta de seu peito. As luzes ainda estavam apagadas, então era improvável que seu pai estivesse acordado para fazer um lanche noturno. Lá estava ele de novo. Uma mudança no ar, um zumbido baixo. E algo a seus pés –

— Bichento! — Hermione sibilou para o gato enrolado entre seus tornozelos. — Você quase me assustou até a morte. O que você está fazendo?

Seu familiar lançou-lhe um olhar insondável antes de descer graciosamente as escadas e desaparecer na escuridão do andar térreo. Ela avançou timidamente, raciocinando que os sentidos de kneazle de Bichento teriam impedido sua descida indiferente em direção àquele som se fosse de origem sinistra – lá estava ele novamente. Uma sensação de algo tomando conta dela, quase formigando-a, um zumbido estático em seus ouvidos. Estava mais forte agora.

No final da escada, ela procurou por Bichento e rapidamente avistou seus olhos brilhantes na base da porta que dava para o hall de entrada.

— Tem alguém aí, Bichento? — Hermione perguntou. Os olhos piscaram para ela, uma vez. Ela agarrou sua varinha com força enquanto abria a porta do hall de entrada; ali, contra a escuridão da noite, a silhueta de alguém recortava-se contra o vidro fosco da porta da frente. Bichento miou baixinho, quase tristemente, e no momento em que Hermione ia olhar para ele, a figura bateu suavemente na porta.

Hermione saiu brevemente do hall de entrada para lançar Muffliato escada acima em direção ao quarto de seus pais. Isso era estranho. O funeral de Dumbledore acontecera há quase três semanas, e ela só deveria se encontrar com a Ordem para planejar a recuperação de Harry dentro de uma semana. Ela queria esse momento especificamente; ela se separaria dos pais depois, possivelmente para sempre. Agora era a hora dela de alcançá-los, construir algumas memórias há muito esperadas, antes...

Balançando a cabeça e se recompondo, Hermione voltou-se para a forma na porta da frente.

— Quem está aí? — ela chamou suavemente.

A resposta foi uma pequena chuva de faíscas, vermelhas e douradas, que iluminou a janela fosca em uma cascata de flocos de neve sangrentos e ardentes. Harry, seu idiota, ela pensou enquanto destrancava a porta e a abria. Ele estava de costas para ela, a luz fraca de um poste de luz atrás dele, mas ela imediatamente registrou sua altura, seu cabelo, a varinha ao seu lado.

— Não! — Ela tentou fechar a porta, um reflexo de uma fração de segundo que foi contrariado quando ele se virou e bateu a mão contra ela. Ela ergueu a varinha, invocando seu poder, pensando o máximo que podia: Protego!

— Proteger do quê, exatamente, Srta. Granger? — fervia a voz de Severus Snape. Ele pairou sobre ela, mantendo a porta aberta com facilidade, apesar de suas tentativas de fechá-la, olhando por seu nariz adunco e nos olhos dela. — Eu lhe ofereci violência?

Ela não respondeu, mas redobrou o poder do feitiço do escudo, olhando para os olhos escuros que ficavam ainda mais escuros pela noite.

— Você pode abaixar seu escudo, Srta. Granger. — Com um movimento de seu pulso, sua varinha desapareceu em sua manga. — Vim em paz e com uma proposta.

Quando ele soltou a porta, ela percebeu que havia recuado e se afastado dela. A confusão tomou conta de Hermione. Parecia errado apontar uma varinha preparada para um oponente que havia se desarmado efetivamente. Ela deixou o feitiço se dissipar, mas ainda apontou a varinha para Snape.

— O que você quer? — ela exigiu, satisfeita por sua voz soar mais forte do que ela sentia. Isso aumentou sua coragem e sua raiva explodiu. — Como você ousa vir aqui, seu - seu -

The Prisoner and the Occlumens | SevmioneOnde histórias criam vida. Descubra agora