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Nota: Todas as passagens em negrito foram tiradas de DH e pertencem a JKR.

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A caminhada do Salgueiro Lutador até o castelo demorou mais do que Hermione esperava. Ela parou em cada corpo por onde passou, verificando se havia sinais de vida. Não houve nenhum, e a contagem de mortes em sua mente aumentou. Ela queria parar, levitar os caídos, transportá-los para o castelo, onde ela sabia que os lutadores de Hogwarts estariam de luto pelas perdas. Mas a voz de Voldemort ecoou pela planície aberta de sua mente mais uma vez, enchendo-a com uma onda de pavor: "... eu punirei cada homem, mulher e criança que tentou esconder você de mim".

Ela apressou seus passos.

— Hermione! — uma voz gritou quando as portas da frente do castelo apareceram. — Hermione, aqui!

Era Neville, agachado sobre uma figura caída no chão. A figura era dolorosamente pequena.

— A hora está quase acabando — ele disse a ela, levantando-se e envolvendo-a em um abraço. Hermione passou os braços ao redor dele, segurando-o o mais perto que pôde. Ele tinha sido seu melhor amigo no ano passado, ao lado de Ginny, e ela se permitiu sentir a profundidade de sua gratidão por ele neste momento. — Onde está Harry?

— Eu pensei que ele estava com você. Ron está lá dentro com... a família dele.

Hermione ouviu o que ele não disse: Ron está lá dentro com o que sobrou de sua família.

— Harry tem algo que precisa fazer por todos nós, Neville. — Ela o apertou com força antes de sair de seu abraço. O homem de rosto redondo olhou para ela, a desesperança enchendo seus olhos.

— Hermione, não.

— Vai ficar tudo bem, Neville — ela disse, sentindo as lágrimas escorrendo pelo seu rosto. — Há mais nisso do que qualquer um de nós jamais imaginou e Harry... — ela parou, esperando por Deus que o que ela estava prestes a dizer fosse verdade, — Harry é forte. Ele fará o que for preciso... e conseguirá.

Neville assentiu, parecendo nada tranquilo, e se inclinou novamente sobre a figura. Era Colin Creevey.

Hermione se afastou, as lágrimas ainda correndo, sua mente inundada de emoções correndo juntas, uma pintura em aquarela que ficava mais borrada a cada segundo que passava. Ela deslizou pelas portas duplas da frente, parando quando sentiu o sussurro abafado de algo passar por ela. Harry... em sua capa, a caminho de...

Ela não parou, não disse nada. Ela simplesmente continuou andando, chegando ao Salão Principal e à cena interna.

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A voz fria estava de volta, tão perto desta vez que Voldemort poderia estar no ombro dela, soltando suas palavras venenosas diretamente em seu ouvido.

Harry Potter está morto... — Hermione sentiu a voz dele reverberar em sua mente, as palavras aparentemente repetidas enquanto ele continuava, exigindo sua rendição incondicional sob pena de morte para eles e todos os membros de sua família.

Ele não pode estar, ele não pode estar morto, ele não pode estar, não! Harry não, HARRY NÃO!

Hermione encontrou os olhos de Ron quando a voz de Voldemort deixou um silêncio retumbante no Salão Principal. Eles ficaram com os outros Weasleys, próximos ao corpo de Fred.

Primeiro Severus, e agora Harry e... e...

O Olho da Mente de Hermione surgiu, intacto e inteiro e maravilhosamente imperfeito, e suas emoções imediatamente surgiram antes de se organizarem. Ela se sacudiu mentalmente, permitindo que o Olho da Mente classificasse tudo para que a verdade pudesse soar verdadeira dentro de seu peito: NÃO acabou. Severus está vivo. E Harry também, droga, Harry também. O próprio Voldemort deu-lhe os meios de sobrevivência. Ela e o homem moreno eram as únicas pessoas vivas em Hogwarts que sabiam desse fato, e Hermione não acreditaria em Voldemort até ver a realidade com seus próprios olhos.

The Prisoner and the Occlumens | SevmioneOnde histórias criam vida. Descubra agora