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Hermione se sentiu nua, errada sem o Mapa pressionado contra sua cintura no bolso interno durante toda a semana. Mas foi certo deixar isso com Ginny na Sala Precisa, pregado na parede do recém-formado centro de informações da Armada. O Mapa tinha muita companhia lá: várias dezenas de retratos, uma parede em branco para uso exclusivo dos fantasmas do castelo que passavam, e Ginny, Parvati Patil, Lavender Brown e Terry Boot em turnos rotativos, vigiando o castelo. Neville e seu bando de lutadores patrulharam em pares, sendo alertados pelos horários das aulas do novo período se algum membro da AD encontrasse os Carrows, Filch ou qualquer um dos CMs. Eles não precisaram se mobilizar; foi uma semana perturbadoramente monótona. E agora, com o mapa mais uma vez em sua posse, Hermione ainda se sentia inquieta; ela quase podia sentir todos os olhos e ouvidos do castelo ao seu redor, o que ela suspeitava ser em grande parte porque Phineas Nigellus estava acompanhando ela enquanto ela caminhava em direção ao escritório do diretor para a primeira aula do Ano Novo.

— Por que você está aqui, de novo? — ela bufou. Ela estava nervosa o suficiente para assistir à primeira aula do ano com Snape – duplamente nervosa porque, como na aula anterior, ela tinha uma pergunta para ele. Tirando isso da cabeça – você já ensaiou o suficiente, sua garota boba, você tomou sua decisão – ela olhou para o retrato. — Você tem sua própria tarefa, assim como todos os outros retratos.

— O quê, espionar a Sala Comunal da Sonserina? Prefiro ver Monstro fuçando em seu esconderijo nojento em Grimmauld Place. Você é muito mais interessante.

— E você não está me seguindo por ordem de outra pessoa? — Hermione exigiu, a suspeita picando sua nuca. — Porque me parece que todos os retratos dos diretores e diretoras de Hogwarts juraram ajudar e obedecer ao diretor em exercício.

— Você viu a consideração que o Professor Snape nos dá — Phineas respondeu sofridamente. — Não foi permitido nem mesmo participar de reuniões com seus estudantes. Sendo continuamente expulso, e com pouquíssima cerimônia, devo acrescentar.

Estudantes? — Hermione perguntou, enfatizando o plural. — Com quantos estudantes ele se encontra regularmente?

— Há você, é claro, e mais um.

E de repente ela se lembrou, a resposta voltando como um eco distante daquele primeiro encontro, tanto tempo atrás.

— Malfoy. — O retrato assentiu enquanto seguiam por um corredor escuro. — Ele ainda está vendo o Professor Snape sozinho toda semana, então.

Mais uma coisa para eu investigar.

— De fato. Honestamente, o herdeiro Malfoy e o Diretor são tipos tão taciturnos e chatos ultimamente que acredito que suas reuniões devem ser bastante tediosas. Você, por outro lado, traz à tona algo bem diferente em nosso antigo Professor Snape.

— O que você quer dizer?

Phineas apenas sorriu maliciosamente e apontou um braço elegante para o Gárgula. Eles chegaram.

Lá vamos nós de novo, Hermione pensou, dando uma rápida verificação em seu Olho da Mente. Todos os sistemas estavam funcionando, e ela se instruiu, pelo que parecia ser a milésima vez, a manter suas emoções para si mesma, não importando qual fosse a resposta de Snape à sua pergunta.

— Terminaremos essa conversa mais tarde — disse Hermione a Phineas. — Senhor — ela acrescentou apressadamente.

O homenzinho esperto apenas revirou os olhos, e Hermione deu a senha ao Gárgula - Agent Orange (Agente Laranja), uma arma química causadora de câncer usada durante a guerra americana com o Vietnã... é uma banda também? E subiu a escada que apareceu.

The Prisoner and the Occlumens | SevmioneOnde histórias criam vida. Descubra agora