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Ela passou os dias seguintes com os pais, mas, durante a maior parte do tempo, à noite, Hermione se isolava para escrever mensagens para Harry e Ron. Harry estava se recuperando bem dos ferimentos, mas, de acordo com Ron, havia se retraído bastante com a perda de sua varinha. Ele exigiu que Hermione lesse o livro de Skeeter depois de saber que ela também tinha uma cópia. E, depois de muita hesitação e ranger de dentes, Hermione finalmente se sentou para absorver a prosa verborrágica e grotescamente modesta de Skeeter. Não era uma leitura divertida, mas ela se sentiu particularmente atraída pela cópia de uma carta que havia sido incluída na seção de fotos do livro.

— Onde está Harry agora? — ela exigiu de Ron uma noite. — Ele está bem? Preciso conversar com ele sobre uma coisa.

— Ele disse que queria dar um passeio.

Hermione olhou para a escrita de Ron.

— E você o deixou ir? Sozinho?

— Estamos no meio daquela floresta que você mencionou, Mione. Não há nada aqui que esteja querendo nos pegar. E estamos seguindo suas ordens ao pé da letra. Não mencionamos Você-Sabe-Quem pelo nome - Harry quase o fez na outra noite, no entanto, eu realmente tive que bater nele - e paramos de usar a Horcrux para sempre.

— Bom, como você se sente sem isso em tempo integral?

— Muito melhor. Você estava certa... claro. Isso estava realmente começando a me afetar. Isso continuava... — Os rabiscos de Ron diminuíram. — Eu... comecei a pensar coisas estranhas sobre você... e Harry.

Hermione sentiu suas bochechas corarem levemente e ela se firmou olhando ao redor do antigo e agora familiar quarto de Snape. Ela respirou fundo antes de responder.

— Isso é bobagem, Ron. Sinto falta de vocês dois, como você bem sabe. E não há nada acontecendo que você não saiba. — Hermione mordeu o lábio com tanta força que sentiu gosto de sangue. Ela mentiu sem nem perceber, sem nem mesmo...

Ron estava escrevendo de novo:

— Eu sei, Hermione. Estou com muita saudade de você, só isso. Isso faz muita coisa na sua cabeça, você sabe. Estar aqui o tempo todo, quase sem nada para comer e nada para fazer a não ser pensar nas Horcruxes... Mas você estava certa sobre o medalhão. Nós o guardamos na bolsa de Harry agora. Na verdade, nem gosto de olhar para ele.

Hermione acenou com a cabeça para si mesma, feliz que suas precauções finalmente foram absorvidas pelos meninos. Mas algo a incomodava, a perturbava.

— Há quanto tempo Harry se foi?

Ron demorou um pouco para responder, e Hermione o imaginou olhando para o teto da tenda, tentando calcular.

— Eu não sei... talvez vinte minutos?

— Talvez você devesse sair e ver como ele está.

— Eu não posso fazer isso sem empacotar tudo, Hermione. Você sabe disso – você projetou todos esses feitiços de proteção ao meu redor.

Hermione quase se chutou.

— Claro. Não, você está certo. Vamos apenas esperar até que ele volte. Enquanto isso, tenho uma ideia para outro plano, talvez até nos próximos dias.

Hermione contou a Ron sobre o símbolo que ela tinha visto no livro de Rita Skeeter – o olho estranho que Dumbledore usou no lugar da letra A para sua assinatura – e sobre lembrar que Xenophilius Lovegood estava usando um colar com esse mesmo símbolo durante o casamento de Bill e Fleur, há muito tempo.

— E você acha que ele sabe algo sobre tudo isso, então? — Ron respondeu. — Parece pouco, não é?

— Sim, mas é a única coisa que consegui inventar desde -

The Prisoner and the Occlumens | SevmioneOnde histórias criam vida. Descubra agora