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A lua minguante subiu mais alto, lançando sombras no chão da floresta. O sangue nas mãos de Hermione parecia preto, e ela olhou inquieta para Snape antes de soltar o pulso de Carrow. O Comensal da Morte estava vivo e se recuperaria, embora Hermione tivesse certeza de que ele estaria em péssimo estado no dia seguinte.

— Você acha que tenho o hábito de matar pessoas por acidente? — A voz de Snape estava baixa, acusadora.

— Não — Hermione respondeu, modulando sua própria voz, — eu pensei que você poderia ter feito isso de propósito, na verdade. Aquele chicote mágico... acho que você destruiu um ou ambos os pulmões. — Ela olhou para o rosto de Snape através da escuridão. — Você estava assistindo, não estava... antes? Você ouviu o que ele disse...?

Ele respirou fundo e enfiou a mão em suas vestes. Hermione ouviu o tilintar de vidro antes que ele retirasse dois pequenos frascos idênticos de poção. Ele se aproximou dela, segurando os frascos.

— Eu preciso de dois fios de cabelo de você, Granger.

Sua voz não admitia discussão, mas Hermione franziu a testa para ele. Absurdamente, ela pensou na Poção Polissuco que ela fez nas lojas roubadas de Snape durante seu segundo ano.

— Por que?

— Uma poção de memória de minha própria invenção. Se você preferir que os Carrows se lembrem de sua parte nesta noite e o castiguem por isso mais tarde, então recuse meu pedido.

Hermione se levantou e Snape diminuiu a distância entre eles, inclinando a cabeça para que seus olhos se encontrassem, mesmo no escuro.

— Você está bem?

Foi apenas um sussurro, mas aqueceu Hermione, que só então percebeu que tremia onde estava. Ela assentiu, e Snape levantou a mão branca e passou os dedos por uma mecha do cabelo dela, que havia escapado da longa trança durante o duelo. Um puxão forte e o homem moreno se afastou, já enfiando os cabelos nos frascos de poção.

— Volte para o castelo, Granger — ele disse sem olhar para ela. — Podemos discutir sua estupidez monstruosa esta noite em outra hora. Cuide do seu pessoal... — ele se ajoelhou e começou a administrar a poção a Alecto, — eu cuidarei do meu.

.

Hermione correu de volta ao castelo, verificando o mapa periodicamente enquanto navegava pela floresta, pelos terrenos e pelos corredores. Cada ponto da AD que ela viu parecia ter retornado para a Sala Precisa ou para suas respectivas Salas Comuns, mas ela não pôde deixar de verificar e verificar novamente se todos estavam seguros. Finalmente, depois de contornar alguns CMs juniores que patrulhavam os corredores, Hermione entrou na sede da AD – e foi imediatamente envolvida em um abraço.

— Você está bem, Hermione! Graças aos deuses e aos peixinhos.

— Sim, estou bem. — O sorriso dela para Neville desapareceu quando ela viu o rosto dele. — Ah, Neville.

— Parece pior do que é — disse ele alegremente, descartando uma bochecha gravemente machucada e um lábio sangrando. Ele colocou o polegar por cima do ombro antes de acrescentar, — até Madame Pomfrey diz isso.

Hermione olhou para o outro lado da sede, onde a Curandeira estava debruçado sobre um aluno em uma cama estreita.

— Como ela -

— A Sala fez isso, na verdade, não faz muito tempo. Abriu uma passagem para a ala hospitalar e Pomfrey veio correndo para nos ajudar. Ninguém se machucou muito, a maior parte é só dano de feitiço, alguns narizes sangrando. Os Carrows não conseguiram se concentrar em ninguém em particular e... bem, os ADs juniores ficaram um pouco distraídos... — ele terminou, corando, quando outro grito ecoou pela sala.

The Prisoner and the Occlumens | SevmioneOnde histórias criam vida. Descubra agora