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Hermione suspirou enquanto abria a porta que separava seu dormitório na Sala Precisa da Sala Comunal da Grifinória. Ela acabara de cumprimentar o último turno dos membros da AD, que chegaram exatamente na hora certa para manter a Sala aberta durante a noite. A Sala Comunal estava quase vazia, embora Ginny esperasse por Hermione em uma velha poltrona perto do fogo.

— Oi — ela disse alegremente, pulando da poltrona. — Pensei que poderíamos jantar juntas.

— Tudo bem — Hermione disse, um pouco surpresa com os modos geniais da garota depois da conversa gelada da noite anterior.

Elas passaram juntos pelo buraco do retrato, e Ginny manteve uma conversa contínua e fofoqueira enquanto desciam em direção ao Salão Principal. Hermione sentiu-se relaxando na conversa, feliz por Ginny parecer ter deixado a decepção para trás.

— E você sabe que Michael Corner adora esse tipo de coisa — concluiu ela quando chegaram ao saguão de entrada deserto. Ela agarrou a mão de Hermione, parando-a. — Só um segundo, Mione. — Ginny desviou o olhar por um momento, como se procurasse palavras, e então continuou hesitante: — Eu sei que não concordamos em algumas coisas ultimamente, mas quero que você saiba que estamos do mesmo lado, mesmo que nossos as ideias acabam sendo um pouco diferentes.

— Eu sei disso, Ginny — Hermione respondeu, tocada pelo tom respeitoso da garota. — E acho que estamos fazendo um trabalho muito bom até agora, não é?

— Uh huh — Ginny disse. — Eu não quero que você questione minha lealdade, só isso.

Ginny parecia tão desconfortável então, tão diferente de seu eu habitual, que Hermione envolveu sua amiga em um abraço. Ginny retribuiu o abraço um pouco hesitante, mudando de posição, mas então deu um aperto em Hermione.

— Vamos jantar, certo? — Hermione disse, recuando.

— Sim, mas só mais uma coisa — Ginny disse. Hermione ergueu as sobrancelhas em dúvida, e Ginny continuou: — Você vai ver Snape de novo esta noite?

Hermione sentiu-se fazer uma careta ao mencionar o Diretor e seu encontro com ele naquela noite. Ela mal dormiu por se preocupar.

— Tenho reuniões semanais com ele — respondeu ela.

— Certo — Ginny disse, balançando a cabeça.

Ela precedeu Hermione até o Salão Principal e Hermione sentiu a preocupação alojada no fundo de sua barriga se transformar em algo nauseante e cheio. Ela não comeu nada do jantar.

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O dia passou sem intercorrências, com os turnos habituais dos membros da AD assumindo a Sala Precisa, e Neville, Luna e os outros tenentes da AD reportando-se frequentemente a Hermione. Ela sentiu como se ela e seus amigos tivessem criado uma máquina eficiente que poderia funcionar durante todo o ano, proporcionando refúgio e segurança para quem precisasse. Ela sorriu com a metáfora distintamente trouxa enquanto se dirigia ao escritório de Snape. Seu sorriso desapareceu quando ela alcançou a estátua da gárgula, que estava diante dela, impassível.

Eu posso fazer isso, ela pensou firmemente consigo mesma, eu tenho que fazer isso. Não há outra escolha.

— Silver Chair — disse ela à gárgula, que saltou para o lado e revelou a escada. Deixando de lado a habitual curiosidade pela senha – não é algum tipo de banda trouxa? – ela subiu as escadas. Ela examinou seus chakras ao fazê-lo, reconhecendo rapidamente cada um e enviando luz branca através de seu chakra coronário para iluminar os outros.

Estou bem, ela pensou com firmeza, farei isso.

Ela bateu na porta, que se abriu imediatamente para revelar o Professor Snape em sua mesa, com a pena rabiscando, cabelos oleosos caindo para esconder seu rosto. Hermione não disse nada, mas olhou para os retratos vazios dos diretores anteriores. Era perturbador, concluiu ela, que ele os dispensasse durante essas aulas. A impaciência cresceu dentro dela à medida que o silêncio se estendia – o mínimo que ele poderia fazer seria cumprimentá-la. Mas ele continuou escrevendo.

The Prisoner and the Occlumens | SevmioneOnde histórias criam vida. Descubra agora