The Prisoner and the Occlumens | Sevmione

07

Ainda era o rosto dela. Os mesmos lábios, em cima muito finos, em baixo muito grossos. O mesmo queixo inclinado para a frente, quase desagradável e certamente audacioso. O mesmo nariz de salto de esqui fazendo uma ponta muito fina. Maçãs do rosto não altas o suficiente, testa muito alta – afinal, ela precisava de espaço para aquele cérebro grande. Tudo igual, bem aqui diante dela. O mesmo. Exceto os olhos. Os olhos continham as cicatrizes – ou o nada por baixo das cicatrizes. Uma extensão marrom, lamacenta com um tom avermelhado que ela sempre odiou, mas agora vazia como um quadro negro, refletindo absolutamente nada no espelho, nenhuma luz, nenhuma memória, apenas o vazio de cicatrizes apagadas como giz. Hermione fechou os olhos e se bloqueou.

Seu dia passou assim, bloqueada, como se ela visse através de um vidro colorido que distorcia tudo apenas o suficiente para torná-lo estranho. Seus amigos pareciam preocupados; seus outros amigos, aqueles que estavam a um pergaminho de distância, certamente também estavam preocupados, embora estivessem ocupados demais rabiscando resumos incoerentes de seu fiasco no Ministério para perguntar-lhe qualquer coisa além das perguntas habituais. Eles pegaram a Horcrux de Umbridge, disseram, embora tenha sido uma bagunça. A notícia deveria ter feito Hermione sorrir. Ela deveria ter pulado de alegria. Ela deveria ter enviado a eles seu Patrono em uma celebração exuberante e levemente perigosa. Ela não fez nada disso. Ela acrescentou alguns pontos de exclamação no final de sua última frase, pediu desculpas e guardou o pergaminho.

Ela se sentia confortável, realmente. Ela passou pelas aulas com facilidade, apesar de, pela primeira vez em sua carreira acadêmica, não ter lido e relido todos os livros didáticos. Extraordinário isso – por outro lado, esta ainda era apenas a segunda semana de aulas. Ela foi de aula em aula seguida por Neville, de aparência preocupada, cujo olho ainda estava levemente rodeado de preto. Ela dirigia a Armada com a mesma eficiência com que começara. Mas ela evitou o Salão Principal o dia inteiro, jejuando em vez de comer, e quando finalmente foi para a cama, suspirou de alívio ao ver seu Olho da Mente se desligar lentamente.

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— Tem certeza que deveria ir para a aula hoje, Hermione? — Lavender perguntou uma manhã.

— Sim — Hermione respondeu sarcasticamente. Ela estava se olhando no mesmo espelho, desta vez tentando prender o cabelo em um rabo de cavalo. Como Snape conseguiu fazer o que ela levou quinze minutos em apenas alguns segundos?

— Deixe-me ajudar — disse Lavender, vindo por trás de Hermione para olhar seu rosto no espelho. — Uau, realmente parece que nada aconteceu.

A outra garota começou a puxar o cabelo, mas Hermione se afastou.

— Deixe isso — ela disse brevemente, antes de se virar para sair do dormitório.

Ela ouviu Lavender murmurando com Parvati atrás dela, mas não se deu ao trabalho de se virar. Ginny a esperava no final da escada e Hermione suspirou quando a viu.

— Olá para você também — Ginny disse afetadamente, entrelaçando seu braço com o de Hermione e conduzindo-a com força em direção ao buraco do retrato. — Como você está hoje?

— Estou bem, ok? — Hermione disse.

— Sério? Porque você não parece bem. — Ginny disse enquanto as duas passavam pelo buraco e chegavam ao corredor além. Ela ficou em pé, com as mãos nos quadris. — Você parece estranha, na verdade.

— O que você quer dizer? — Hermione perguntou, sentindo-se irritada. Ela não tinha dormido bem e sua mente ainda estava no estado estranhamente subjugado que ela impôs a si mesma desde que foi atingida pela maldição cortante vários dias antes. E, ela lembrou a si mesma, você tem que ver o Professor Snape esta noite. Por duas vezes ele a ajudou, cuidou dela. Ela estremeceu por dentro; ele me salvou para que pudesse me ter para si. Enfiando esse pensamento rapidamente em uma gaveta funda em sua mente, ela voltou sua atenção para Ginny e começou a caminhar com ela pelo corredor.